13/01/2022 (
quinta-feira) - tomamos café da manhã mais cedo, pois o combinado era sair do hotel por volta de 09:00 horas para ir fazer o teste RT-PCR na unidade de saúde do governo argentino montada no Teatro Colón. Fomos caminhando. Ventava, mas o vento era quente.
Como era esperado, havia um fila. Entramos nessa fila às 09:30 horas. Acreditávamos que demoraríamos muito ali. A fila dava uma pequena andada e parava. Nós não tínhamos como ver onde começava, pois estávamos na rua antes de virar a esquina. Quando chegamos na esquina, vimos que a lentidão era devida a um jovem que evitava ficar no sol e só andava quando sabia que ficaria na sombra em seu novo lugar. Depois que ele alcançou somente sombra, a fila desenrolou. Muita gente com sinais claros de covid ou gripe na fila. Muita tosse, muito espirro e até pessoas com agasalhos de frio, sinal que estavam com febre. Em nossa vez, o empregado que organizava a fila disse que não podíamos fazer o exame, pois ali só atendia quem tinha sintomas. Não atendia quem iria viajar. Protestamos, pois ninguém avisou isto quando estávamos na fila. Três enfermeiras passaram na fila, perguntamos por três vezes se fazia o teste para viagem, com resposta positiva. Ele foi consultar uma colega, deixando-nos passar em seguida. Ele indicava os guichês para onde cada um ia. Fomos cada um para uma mesa diferente. Rogério ficou ao meu lado. Ainda bem, pois ele não entendia nada que a moça falava e ela tampouco entendia o que ele dizia. Fiz o papel de tradutor. Entreguei minha carteira de identidade, pois sabia que o sistema do governo não aceitava documentos com letras. No entanto, minha identidade é de Minas Gerais e tem letra. Mostrei o CPF e pedi para anotar aquele número. Ela não protestou. Em seguida, pediu o número do celular, pois era com ele que acessaríamos o resultado do exame. Rogério titubeou nesta hora, pois não sabia seu número de cor. Não foi falta de avisar, pois Gastón falou para todos anotarem o número do celular em um papel e mostrar para os atendentes. Findo o cadastro, ela me entregou uma senha, indicando o caminhão do lado de fora para fazer o teste. A maioria dos que estava na fila era para fazer o teste de antígeno, cujo material era colhido dentro do teatro. Já o RT-PCR, no caminhão. A sorte é que não tinha ninguém para entrar. Um homem pegou meu documento e minha senha e logo fui chamado. No caminhão, o material era colhido em um apertado ambiente, onde entravam duas pessoas por vez. Na minha frente, um homem carregando uma criança de colo. O homem tossia muito. Enfiaram o cotonete no meu nariz, colheram o material, informando que o resultado sairia entre 24 e 72 horas, cujo acesso se daria fazendo a leitura do QR Code que estava no cartão que me entregaram ou adesivado na lateral do caminhão. Fiz a leitura do código enquanto esperava os demais concluírem seus testes.
Eram 10:10 horas quando fomos todos liberados. Muito rápido, por sinal. Como o resultado poderia sair depois de nossa viagem, mantivemos a ida à La Rural na manhã seguinte para fazer o teste de antígeno.
Eu queria fazer o tour hop on hop off, aqueles que são feitos em ônibus de dois andares, que você pode descer e subir em paradas determinadas durante todo o período de vigência do bilhete comprado. Também queria ir ao Museo Malba, um dos pontos de parada do tour. Gastón não queria fazer nenhum dos dois, preferindo ir encontrar a família. Gastón seguiu de volta para o hotel, enquanto eu, Emi e Rogério fomos para a parada mais próxima do tour para começar nosso passeio. Chegamos no ponto do Buenos Aires Bus - o ponto 01 (Teatro Colón), esperamos uns cinco minutos e o ônibus chegou. Infelizmente não vendiam o tíquete dentro dele. Ou era vendido on-line lendo o QR Code na lateral do ônibus ou comprava no ponto fixo, que ficava depois do Teatro Colón. Não conseguimos acessar o QR Code. Dava erro. Perguntamos onde era o ponto de venda. O empregado da empresa apontou para o local, umas quatro quadras de onde estávamos.
Caminhamos a passos largos, chegando em um local com um cartaz dizendo "tíquetes para o tour de ônibus à venda aqui", só que nada havia, apenas uma parede. Um vigilante do Teatro Colón nos ajudou, mostrando um ônibus parado poucos metros à frente. Era o tal ponto fixo de venda.
Uma moça me atendeu. Era argentina, mas falava perfeitamente o português, assim como inglês e francês. Comprei o tíquete de 24 horas, que poderia ser usado até às 10:30 horas do dia seguinte. Por ele, paguei ARS 4.000,00 (R$ 238,84 na conversão do cartão de crédito, já incluído o IOF). Com o tíquete, recebi um fone de ouvido amarelo. Os serviços do tour começam às 09:00 horas e terminam às 20:40 horas, mas tem que ficar atento com o ônibus que se pega, pois há alguns cujo término é a partir das 17:00 horas.
Tivemos que voltar ao ponto 01 para tomar o ônibus. São 22 paradas ao longo do percurso, cobrindo os principais pontos de interesse turístico da cidade. Assim que o ônibus chegou, nosso tíquete foi trocado. Tivemos que subir para o segundo piso, pois ninguém podia ficar no primeiro piso por causa das restrições impostas devido à covid. No segundo piso tinha uma parte fechada, com ar condicionado, mas, como era de se esperar, estava lotada. Ficamos sentados em local ao ar livre. Coloquei meu fone de ouvido, escolhi o português (há 9 opções de idiomas) e aproveitei o passeio, tirando muitas fotos. Neste caminho, passamos por Plaza 25 de Mayo, Plaza del Congeso, Paseo de La Historieta, San Telmo, La Bombonera (onde muita gente desceu), La Boca-Caminito (onde muita gente subiu), Parque Lezama, Puente de La Mujer-Puerto Madero, Reserva Ecologica Costanera Sur, chegando à parada 11, Galerías Pacífico, onde o ônibus faz uma pausa de 20 minutos. Tempo para comprar alguma coisa para beber e ir ao banheiro. Fomos às Galerías Pacífico. Nela, antes de voltar para o ônibus, passamos no quiosque da Cachafaz, onde comprei um alfajor de chocolate meio amargo e uma garrafa de água com gás, que me custaram ARS 346,00 (R$ 9,88), pagos com dinheiro. Para mim, o Cachafaz é muito melhor do que o famoso Havana. Retornamos para o ônibus e seguimos o tour. Nessa nova etapa, passamos por Avenida 9 de Julio, Plaza San Martín, Parque Thays, chegando ao Malba, nossa parada. Descemos com sol escaldante. Eram 13:20 horas. Entramos rapidamente no museu para ficar em local climatizado. Primeiro fui à bilheteria para comprar a entrada (ARS 600,00), pagos com cartão de crédito (RS 35,81). Emi conseguiu pagar meia entrada por ser aposentado. Antes de conferir as quatro exposições em cartaz neste ótimo museu de arte latino-americana, entramos no restaurante Ninina, dentro do museu, para almoçar.
Restaurante: Ninina.Endereço: Avenida Presidente Figueroa Alcorta, 3.415, Museo Malba, Buenos Aires, CABA, Argentina.
Instagram: @ninina.arg
Data: 13/01/2022 (quinta-feira) - almoço.
Especialidade: almoço rápido, confeitaria e café.
Curiosidade: tem cinco endereços em Buenos Aires. Fui na unidade que fica dentro do Museo Malba.
Minha nota: 3 (três).
Tempo no local: 1 hora.
Valor pago: ARS 1.570,00, pagos em dinheiro. Valor somente para mim, pois Gastón não nos acompanhou neste almoço.
Ambiente: ocupa um espaço do lado esquerdo de quem entra pelo museu. São dois níveis. No primeiro, uma mesa coletiva e um balcão à direita. Uma pequena escada dá acesso ao segundo nível, onde há mesas menores, próprias para uma refeição rápida antes ou depois das atividades culturais no museu. O local é bem iluminado, graças às vidraças que garantem a entrada da luz externa. Também há mesas em uma esplanada, cujo acesso se dá por esse segundo nível. Mesas de madeira, sem toalha, com frasco de álcool em todas elas. Escolhemos uma mesa no segundo nível, mas logo nos arrependemos, pois o sol em minutos bateu forte no nosso lugar.
Serviço: boa brigada de garçons, que são muito simpáticos e atenciosos, mas, por ser um local para refeições rápidas, a chegada dos pratos à mesa foi um pouco demorada. Meu prato chegou primeiro que minha bebida. Por falar em bebida, faz a linha orgânica, não tendo refrigerantes no cardápio, o mexedor do café é comestível e o canudo é de material biodegradável.
A experiência: queríamos uma refeição rápida. Assim escolhi um sanduíche de frango, bacon crocante, abacate, alface, queijo, presunto, tomate e maionese (ARS 1.250,00), e um copo de limonada com mel (ARS 320,00). O sanduíche veio acompanhado por batatas fritas, que vieram murchas, cheias de óleo e sem sabor. O pão do sanduíche era um pão de forma com sementes que tiraram do pacote, puseram o recheio e serviram no prato. Sem, nem sequer, dar uma leve tostadinha antes de montar o sanduíche. Queijo e presunto também sem passar no fogo. Enfim, nada gostoso. Pelo menos a limonada estava bem feita e saborosa.
Terminado o almoço, conferimos, cada um em seu tempo, as exposições "Las Metamorfosis", de Madalena Schwartz, sobre travestis e transformistas em São Paulo nos anos 70, com curadoria do Instituto Moreira Salles, pois era uma mostra de fotografias e vídeos. Depois vi "Latino-America Al Sur Colección Malba", com o acervo impressionante do museu, incluindo obras de brasileiros como Tarsila do Amaral (o famoso quadro O Abaporu), Di Cavalcanti, Portinari, Lygia Clark, Maria Martins, entre outros, além de importantes nomes da cena latino-americana de renome mundial, como exemplo cito a última aquisição do museu, o quadro "autorretrato com chango y loro", de Frida Kahlo. Depois, conferi a exposição "Rafael Barradas Hombre Flecha", com obras do pintor uruguaio Rafael Barradas. Neste piso, o último do museu, tem uma pequena lanchonete, onde parei para tomar mais uma garrafa de água com gás (ARS 120,00). Por fim, desci até o subsolo para ver a exposição "Foto Estudio Luisita - Temporada Fulgor", sobre um famoso estúdio fotográfico dos anos 1950 em Buenos Aires de propriedade das irmãs colombianas Luisa e Chela Escarria. Muitas fotos de pessoas das artes e da noite portenha, incluindo drags, travestis e trans.
Ante de deixar o museu, passamos na lojinha, mas nada compramos. Voltamos para a parada do ônibus turístico. Fazia um calor insuportável. Ficamos quase meia hora esperando para o ônibus chegar. Decidimos não descer em nenhuma outra parada. Continuamos a tirar fotos, continuamos no segundo piso, sem área coberta. Passamos por Planetario, Plaza Italia-Ecoparque, Plaza Julio Cortázar, Distritos Arcos (um shopping), Bosques de Palermo (sombras providenciais), Monumento a Los Españoles, Museo Nacional de Bellas Artes, Recoleta (ponto final do ônibus). Nesta parada, aproveitamos que muitos desceram e entramos na área coberta, com ar condicionado, do segundo piso. Um empregado da empresa veio comunicar que aquele ônibus terminaria a viagem na próxima parada, justamente onde iniciamos o tour pela manhã, o Teatro Colón.
Eram 17:10 horas quando descemos do ônibus. Do Teatro Colón até o hotel fomos caminhando, parando antes no Carrefour Express, onde comprei mais uma garrafa de 1,5 litros de água sem gás Glaciar, de baixo sódio, e uma garrafa de 2,5 litros de Crush Pomelo, cujo total, pago em dinheiro, foi ARS 190,00 (R$ 5,43).
Gastón já estava no hotel. Tinha passado no supermercado Dia para comprar guloseimas para trazer para casa.
Aproveitei o tempo no hotel para tomar um longo banho relaxante, consultar o resultado do RT-PCR (a ansiedade era grande) e dormir um pouco.
Rogério e Emi queriam jantar em um restaurante mais fino, mas nossa grana já estava no fim. Preferimos uma pizzaria, escolhendo a clássica Pizzería Güerrín. Somente eu e Gastón fomos à pizzaria. Seguimos a pé do hotel até o restaurante. Eram pouco mais do que 21:00 horas.
Restaurante: Pizzería Güerrín.Endereço: Avenida Corrientes, 1.368, Buenos Aires, CABA, Argentina.
Instagram: @
Data: 13/01/2022 (quinta-feira) - jantar.
Especialidade: pizzaria.
Curiosidade: tradicional pizzaria portenha inaugurada em 1932.
Minha nota: 8 (oito).
Tempo no local: 1 hora.
Valor pago: ARS 2.490,00, pagos com cartão de crédito (R$ 151,28 na conversão do cartão já incluído o IOF). Valor para duas pessoas (eu e Gastón). Deixamos ARS 250,00 (R$ 7,14) como gorjeta.
Ambiente: na entrada, sempre muito movimentado, tem uma espécie de padaria, com uma boa variedade de facturas e doces exibidas nas vitrines, mas o principal movimento é das pessoas comprando pizza em fatia e comendo em pé, apoiadas em um balcão. Depois desta parte, entra-se no primeiro salão, com dois pisos, ambos com mesas de madeira, decoração com azulejos brancos e madeira, iluminação clara, bem ao estilo de cantinas italianas clássicas. No lado esquerdo, uma porta e um extenso corredor escuro, dão acesso a outro salão, enorme, com pé direito alto, movimento dos pizzaiolos à mostra, muitas mesas. Decoração moderna, com desenhos nas paredes. Até parece outra pizzaria. Este salão tem o nome de Patio Napolitano. Mesas e cadeiras de madeira, sem toalhas.
Serviço: enorme brigada de garçons, que são muito prestativos, atentos e atenciosos. Mesmo com um movimento surreal de gente, que sai e chega a todo o instante, os pedidos nada demoraram para serem servidos em nossa mesa.
A experiência: cardápio extenso, com muitas opções de recheios de pizzas, além de outras iguarias da gastronomia argentina, como as empanadas, servida assadas ou fritas. Começamos exatamente pelas empanadas fritas de carne (ARS 210,00 a unidade). Pedimos uma para cada. De bom tamanho para uma entradinha, foram fritas na hora e chegaram muito quentes à mesa, quase queimei as mãos ao pegar a minha. Recheio farto, suculento, mas, como em todo lugar na Argentina, com excesso de cominho para meu paladar. Para beber, pedi uma garrafa de Pepsi light (ARS 220,00), enquanto Gastón pediu uma taça de Moscato (ARS 260,00). Já tinha ido à Güerrin mais de uma vez. A pizza de muçarela de lá é insuperável. Pedimos uma pizza grande, toda de muçarela (ARS 1.270,00). A quantidade de queijo que vem é quase surreal. Cada fatia no prato é um festival de muita muçarela derretendo. Abundância e sabor em uma só bocada. Vale muito uma visita à Güerrín. Sobrou pizza, pois só eu e Gastón estávamos jantando naquele noite, sem Emi e Rogério. Pedimos para embrulhar para viagem e entregamos para um morador de rua que vimos procurar comida no lixo na região do Obelisco.
A volta também foi a pé, mas a noite estava mais agradável, com um vento gostoso. Chegamos mais cedo no hotel, por volta de 22:30 horas.
Continua...
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