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domingo, 14 de junho de 2009

DE REPENTE CALIFÓRNIA






Como contei no post anterior, tínhamos combinado de nos encontrar a noite. No entanto, não houve o encontro com Vera, que, inclusive, antecipou seu voo para domingo de manhã, pois seu olho estava coçando muito e incomodando-a. Já Juarez não atendeu e nem retornou nossas ligações. Eu, Ric, Muca e Emi decidimos ir ao cinema. O filme escolhido é De Repente Califórnia (Shelter), de Jonah Markowitz. Produção americana de 2007, já havia passado no Brasil no Mix Brasil Festival de Cinema da Diversidade. Agora, aproveitando a data oportuna, ou seja, a semana dos vários eventos voltados para o público LGBT em São Paulo, o filme, com temática gay, entra no circuito comercial. Em São Paulo entrou em cartaz em duas salas. Fomos ao Espaço Unibanco de Cinema (Rua Augusta, 1.475, Bela Vista). Como era perto do hotel, fomos a pé, bem encapotados por causa do frio. A sessão escolhida foi a das 22 horas. Valor da entrada: R$16,00 a inteira. Logo entramos na fila e uma mulher, ao ver o público, soltou a seguinte pérola: "será que o filme é proibido para mulheres, só tem homem na fila". Obviamente a grande maioria da fila parecia ser gay. O Espaço Unibanco não passa muito trailer ou comerciais antes de iniciar o filme, como os grandes complexos de cinema tem feito ultimamente.

O filme é uma história de amor entre dois homens, um deles se descobrindo homossexual, com todos os clichês já amplamente explorados em outros filmes românticos, inclusive utilizando a temática gay. Há falhas grandes no roteiro. O filme não tem ritmo. Os dramas internos das personagens são mostrados superficialmente e resolvidos em tempo recorde. As personagens, ao serem informadas de alguma coisa, sempre usam a frase "eu já sabia". O incômodo com a frase é notado quando provoca risos na plateia na enésima vez em que é pronunciada, mesmo a cena sendo dramática. Maneira simplista de encurtar as coisas. O diretor quis fazer um filme de surfistas, gastando muito tempo na fita em mostrar manobras nas ondas da Califórnia, sem ser feliz. Não conseguiu mostrar a "química" entre o tema e o surf. Por falar em Califórnia, o título dado pela distribuidora brasileira é muito infeliz. O título em inglês - Shelter - também não ajuda muito, pois se refere apenas a condição de o personagem principal ser o esteio de uma família desestruturada. Faltou aprofundar alguns temas. Filme fraco.
Para o público a que se destina vai ser bem recebido, pois os protagonistas, Brad Rowe e Trevor Wrigth, são bonitos, há cenas de beijos, mas é comportado ao não mostrar nenhum personagem nu (apenas troncos descamisados são mostrados).
Para ilustrar bem o que disse, todos que estavam comigo amaram o filme.



Depois do filme, descemos a pé para os Jardins, onde escolhemos o restaurante Paris 6 (Rua Haddock Lobo, 1.240, Jardins) para jantarmos e fecharmos a noite de sábado (já na madrugada de domingo). Mesmo perto de meia noite, enfrentamos uma fila de espera de vinte minutos, quando fomos acomodados na parte interna do restaurante, completamente lotado. O local é uma boa opção para quem quer comer alguma coisa, mesmo tarde da noite, pois funciona 24 horas. Bistrô com cardápio focado nos pratos franceses, muitos deles em releitura, sem respeitar as receitas clássicas (o caso do Coquelette au Vin, que tem apenas o molho de vinho tinto, não sendo o frango cozido no vinho). Bebemos um vinho francês. Muca preferiu uma caipiroska de lima da pérsia. O prato que escolhi foi polvo crocante acompanhado de tomate recheado de amêndoas e espaguete puxado na manteiga. O polvo estava delicioso, o mesmo valendo para o tomate. Já a massa, deixava a desejar. Finalizamos com café descafeinado. Pela primeira vez na viagem, não dividmos a conta por igual. Cada um pagou exatamente o que consumiu. Os valores não diferiram muito se fosse dividido igualmente.



Subimos a pé para o hotel. Hora de deitar e descansar para a parada de domingo.

2 comentários:

  1. Você assistiu o filme, legendado ou dublado? Estou tentando encontrar uma versão dublada, mas aparentemente "sumiu no ar".

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