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quarta-feira, 30 de maio de 2012

INÁCIA POULET RÔTI - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)



Endereço: SCLS 103, Bloco B, loja 34, Asa Sul, Brasília, DF.

Especialidade: galeto assado, sob o comando da chef Alexandra Alcoforado.

Ambiente: fica em uma pequena loja, com as mesas localizadas ao fundo. Para entrar, percorre-se um corredor, onde, de um lado fica uma vitrine com as iguarias da casa, enquanto do outro fica uma parede em tom atijolado com alguns objetos de decoração que remetem à arte da culinária. Em clima de bistrô, a casa acomoda pouco mais do que vinte e cinco pessoas sentadas, sendo uma das mesas, redonda e grande, no jardim atrás da loja, devidamente coberta por um ombrelone. Gradis de ferro servem de parede e ao mesmo tempo de suporte para inúmeros vasos de plantas. O clima rústico é completado por uma parede formada por toras de madeira.  Gérberas coloridas enfeitam os vasinhos em cada uma das mesas de madeira.




Serviço: apenas dois garçons atendem todas as mesas, além dos clientes que chegam e ficam na fila de espera, acomodados em bancos de madeira no mesmo jardim onde fica a mesa redonda. Quando chegamos, não havia lugar. Tivemos que esperar. Fiquei vendo o movimento. Os garçons não davam conta de atender todas as mesas e esqueciam de trazer pedidos de bebidas (o mesmo aconteceu em nossa mesa quando sentamos). Os pratos demoram um pouco a chegar, mas isto é alertado pelo garçom no momento em que tira o pedido. Cardápio bem enxuto, onde predominam os pratos com galeto e codorna, mas há opções para vegetarianos.

Quando fui: almoço do dia 27 de maio de 2012, domingo. Éramos dois.

O que bebi: apenas duas latas de Coca Cola Zero, enquanto Ric bebeu Devassa loura.

O que comi: começamos com o couvert da casa, ou seja, baguete de pão francês, acompanhada de pasta de frango, chantilly com ervas e manteiga. A baguete vem fatiada, bem quentinha, servida em um cesto. O patê de chantilly com ervas estava muito leve, proporcionando uma deliciosa sensação no paladar. Já o de frango era bem temperado, exigindo uma menor quantidade no pão para não se sobressair. Também estava delicioso. Em seguida, dividi com Ric o poulet rôti sem recheio (galeto assado), acompanhado de arroz branco, purê de batata baroa e creme de milho. Para a opção de galeto recheado ou sem recheio, assim como para os pratos de codorna, podemos pedir três acompanhamentos entre seis ou sete opções. O prato é bem servido, mas pode não ser suficiente quando um dos presentes na mesa for glutão ou estiver com muita fome. No nosso caso, como estou em dieta, foi o suficiente. O galeto e seus três acompanhamentos foram servidos em panelinhas de cerâmica branca (lembram as famosas Le Creseut). O creme de milho estava fantástico, fazendo-me lembrar de quando almoçava aos domingos na casa da avó de meus primos. Sempre tinha um ótimo creme de milho. Mas o melhor de tudo é o galeto. Temperado com ervas, dá vontade de comer tudo e pedir mais. Assado no ponto, com a carne bem tenra e a pele sequinha (que não comi). Ric ainda pediu uma sobremesa. O garçom trouxe uma tábua onde todas as mini tortas estavam. São lindas e apetitosas. Ele pediu uma mini torta de tiramissù. Embora gelada como um sorvete, ele gostou.







Quanto paguei: R$ 89,02, valor total da conta.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * 1/2. Clima descontraído, ambiente agradável e ótima comida. Os garçons são muito simpáticos, só faltando melhorar um pouco na eficiência no serviço.

Gastronomia  Brasília

terça-feira, 29 de maio de 2012

BAR E RESTAURANTE TEMÁTICO - GASTRONOMIA EM BELO HORIZONTE (MG)




Endereço
: Rua Perité, 187, esquina com Rua Silvianópolis, Santa Tereza, Belo Horizonte, MG.

Especialidade: comida de boteco. O slogan do bar é "tempero e jeito nordestino que o mineiro gosta", indicando que o cardápio tem iguarias da culinária nordestina, como a carne de sol com manteiga de garrafa. Um dos points da baixa gastronomia da capital mineira, é famoso por sua costela no bafo.

Ambiente: simples, como se espera de um boteco, com mesas de madeira com toalhas amarelas, paredes pintadas também em amarelo, mesas na calçada, devidamente protegidas com um toldo, alguns objetos de decoração nordestinos e monitores de televisão ligados.




Serviço: informal, simpático, como se espera de um bar. Os pratos pedidos chegaram rapidamente à mesa.

Quando fui: jantar do dia 25 de maio de 2012, sexta-feira. Éramos três pessoas. Chegamos por volta de 23:30 horas, perto da cozinha fechar, o que ocorreu uma hora depois.

O que bebi: duas latas de Pepsi Cola Light.

O que comi: iniciamos com uma picanha na chapa, com muita cebola e pimentões, acompanhada de arroz branco, feijão com farinha, mandioca cozida e manteiga de garrafa. No cardápio está escrito que o prato é para duas pessoas, mas serviu bem nós três. A capa de gordura da picanha estava suculenta, o que garantiu o sabor da carne. Claro que deixei a gordura de lado. A picanha estava bem macia. Pedimos mal passada, pois uma das que estavam na mesa já conhecia o bar e sabia que o mal passado não era o que os gaúchos e argentinos gostam. A carne veio no ponto que gosto, sem nenhum sangue, mas sem ser bem passada. Quanto aos acompanhamentos, não gostei do feijão, sem graça de tudo. A mandioca estava ótima. Não experimentei o arroz. Enquanto comíamos, vimos um prato diferente ser servido na mesa ao lado. Perguntamos ao simpático e diligente garçom que nos atendia do que se tratava. Era o prato com o qual o bar participara da edição 2012 do festival Comida Di Buteco, que havia terminado duas semanas antes, mas continuava a ser servido. Tem o inusitado nome de "tôvenotudo", com um banner pendurado no teto com sua foto e descrição. Resolvemos pedir uma porção, mas o garçom teve que verificar se ainda sairia, pois a cozinha já estava em processo de encerramento do expediente. Resposta positiva, veio logo à mesa a panela de barro com quatro trouxas feitas com uma massa de ovos recheadas com carne de sol desfiada e queijo canastra, mergulhadas em um molho de tomates. Experimentei apenas metade de uma das trouxas. Achei mais interessante a apresentação do que o sabor. O recheio estava frio e um pouco salgado.


picanha na chapa, com muita cebola e pimentões e manteiga de garrafa


arroz branco, feijão com farinha e mandioca cozida


"tôvenotudo"




Quanto paguei: R$ 35,73, valor individual.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * 1/2. Vale pelo movimento, sempre cheio, pela simpatia no atendimento e pela mandioca cozida.

Gastronomia Belo Horizonte (MG)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

GILBERTO GIL - CONCERTO DE CORDAS E MÁQUINAS DE RITMO


Sabendo que estaria em Belo Horizonte, minha amiga Kitty me convidou para ver o novo show de Gilberto Gil, que esteve em cartaz no Grande Teatro do Palácio das Artes nas noites de 25 e 26 de maio. Fomos na noite de sexta-feira. Combinamos de nos encontrar às 20:15 horas no hall de entrada da casa de espetáculos. Uma chuva forte caiu justo na hora em que eu estava chegando ao local. Teatro lotado, com público majoritariamente maduro. Marcado para ter início às 21 horas, o show Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmos começou com quinze minutos de atraso. Mesmo com o terceiro sinal dado, ainda teve gente que tentava achar seu lugar com as luzes apagadas. A cortina se abriu, mostrando um palco já ocupado por Gil em um tablado de madeira ao centro, levemente elevado, e sua banda já posicionada, com os três músicos das cordas à esquerda e os dois "operadores" do ritmo à direita. Nada de cenário, apenas os músicos e seus instrumentos. Gil todo de branco. O show começa com a música Máquina de Ritmo, em um longo set. Concluída a interpretação, o cantor já apresentou os músicos, realçando a importância deles para o show: Bem Gil (guitarra), o francês Nicolas Krassik (violino), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Gustavo di Dalva (percussão) e um tecladista que não recordo o nome. A segunda música do show foi Eu Vim da Bahia. Em uma hora e quarenta e cinco minutos de espetáculo, Gil interpretou canções de Dorival Caymmi (Saudade da Bahia), Tom Jobim (Outra Vez), Caetano Veloso (Panis et Circenses), em belas interpretações, recebendo calorosos aplausos. Mas o melhor foram as releituras que Gil fez de sua enorme obra, cantando Viramundo, Expresso 2222, Andar com Fé, Domingo no Parque, Oriente, entre outras. Mostrou sua versatilidade cantando em português, espanhol, inglês e francês. Sua voz não alcança mais as notas que atingia no passado, mas continua excelente cantor. Afinal o tempo é inexorável para todos e ele completa 70 anos em junho em ótima forma. Apresentou um delicioso chorinho chamado Um Abraço, João que ele fez em referência a uma música que João Gilberto gravou. Ainda mostrou uma música inédita chamada Eu Descobri, que fala de autoconhecimento. Em um momento solo, com interpretação beirando a melancolia, mas ao mesmo tempo cheia de energia, ele interpretou Eu Não Tenho Medo da Morte. Ficou lindo. O público estava bem comportado, sem ficar gritando  pedidos de sucessos, fato que só ocorreu no bis, quando uns dois ou três pedidos foram ouvidos, entre eles Palco. Ele não atendeu nenhum deles, continuando no seu set list até o final. Quando voltou para o bis, teve que ajustar o modo de tocar o violão, pois sua unha tinha quebrado, mas logo se adaptou e terminou um belíssimo show. Pegando o título de um disco dele de que gosto muito, Gilberto Gil esteve luminoso no palco do Grande Teatro do Palácio das Artes. O show será gravado no Rio de Janeiro para lançamento em CD e DVD.



música
show

domingo, 27 de maio de 2012

HOMENS DE PRETO 3

Foram necessários dez anos para um terceiro filme da série para cinema Homens de Preto (Men in Black) chegar às telonas. Homens de Preto 3 (Men in Black III) entrou em cartaz no circuito brasileiro na última sexta-feira, dia 25 de maio. No final da tarde da mesma sexta, já sem compromissos de trabalho que me levaram a Belo Horizonte, fui conferir o filme no Cinemark do Pátio Savassi Shopping. Apesar de não gostar, comprei entrada para a sessão em 3D, pagando meia entrada (R$ 12,50), por utilizar o cartão de crédito Bradesco. Óculos no rosto, vi todos os trailers que antecederam ao filme, rindo muito de A Era do Gelo 4. Homens de Preto 3 manteve o mesmo time principal dos dois primeiros filmes, ou seja, Steven Spielberg é o produtor, Barry Sonnenfeld é o diretor, Will Smith é o Agente J. e Tommy Lee Jones é o Agente K. A novidade é Josh Brolin vivendo o Agente K mais jovem, quando tinha 29 anos, em 1969, na época do lançamento da Apollo XI à Lua. O filme começa com a estonteante cantora/atriz Nicole Scherzinger, em uma roupa justíssima preta, carregando um bolo cor de rosa. O close no sapato de salto alto e sola vermelha não deixa dúvida se tratar de um Louboutin, indicando que o filme vai flertar com o universo luxo/pop o tempo inteiro. Tal cena inicial me fez lembrar a abertura da hilária série de TV Agente 86, com uma infinidade de portas se abrindo para a passagem do atrapalhado Maxwell Smart (Don Adams). A mulher fatal está fazendo uma visita ao prisioneiro Boris, O Animal (Jemaine Clemant), um blogodita de alta periculosidade, vilão da história, trancafiado em uma cela na prisão de segurança máxima construída na Lua. Ele escapa, com direito a um salto na superfície lunar igual ao do primeiro homem a pisar por lá, nos idos de 1969. Os agentes J. e K. continuam os mesmos, com J. falando muito e K. sempre com cara de poucos amigos. Bóris volta à New York com a intenção de pegar uma máquina de viagem no tempo para voltar em 1969, em Cabo Canaveral, Flórida, quando do lançamento da Apollo XI, para acertar as contas com K., que tinha arrancado seu braço esquerdo. A intenção de Boris é matar K., alterando profundamente o curso da história, permitindo que a Terra fosse invadida e destruída por blogoditas (uma alusão aos blogs que proliferam aos montes na internet?). Logicamente que J. tem que voltar no tempo para impedir que Boris mate K. Josh Brolin dá um show como o jovem Agente K., mantendo os mesmos cacoetes que Tommy Lee Jones imprimiu na personagem. O filme é superior à segunda parte da série, mas me pareceu datado, sem muita novidade quanto aos alienígenas. Alguns pontos são esclarecidos como a paixão de K. pela Agente O. (Emma Thompson nos dias atuais e Alice Eve em 1969), e os motivos de tanta dedicação de K. por J. Emma Thompson está desperdiçada e muito caricata (sua primeira fala é um amontoado de uivos e grunhidos). Smith é o mesmo eterno meninão, sem novidades na interpretação e Lee Jones está sem brilho. Brolin, Clemant e Bill Hader, que interpreta Andy Warhol, são os pontos altos no quesito interpretação. Por falar em Warhol, foi muito boa a ideia de colocar a Factory, sua casa frequentada por modelos, celebridades e anônimos nos anos 60/70, como um ponto de encontro de alienígenas, incluindo todas as modelos (há uma fala de Smith que deixa isto claro). Barry Sonnenfeld resolveu também dar as caras no filme, como um autêntico marido americano, acompanhado de sua esposa, com roupas coloridas e muito laquê no cabelo, assistindo pela televisão o homem indo à Lua. Antes de sua estreia, já tinha lido que algumas celebridades apareceriam no filme como alienígenas. Assim, assistir a Homens de Preto 3 pode ser também um jogo, uma espécie de Onde Está Wally?, quando podemos tentar identificar Lady Gaga, Justin Bieber ou Tim Burton. Confesso que consegui distinguir apenas Lady Gaga (aparece de peruca azul em um monitor de vídeo na agência onde trabalham J. e K.). E para quem é fã de Frank, o cachorro falante da raça pug que dominou o segundo filme da trilogia, ele não integra o elenco desta vez, mas uma foto gigante dele, em preto e branco, decora o quarto da casa de J. Enfim, é uma boa diversão. E saí da sala de projeção sem dor de cabeça. Acho que os óculos da rede Cinemark não me causam as dores fortes que os aparelhos de outras redes de cinema me provocam.

cinema
filme

sábado, 26 de maio de 2012

MÚSICA QUE OUÇO XCV


Rita Lee, em ótima forma.

música

GASTRONOMIA EM BUENOS AIRES, ARGENTINA - EL BISTRO



Endereço: Calle Martha Salotti, 445, Puerto Madero, Buenos Aires, Argentina.

Especialidade: culinária contemporânea, sob o comando dos chefs Pablo Cardelle e Rodrigo Vazquez.

Ambiente: instalado no deslumbrante Faena Hotel + Universe, tem decoração assinada por Philippe Starck, na qual o branco é a cor dominante. Detalhes em vermelho dão um proposital ar kitsch. Assim, rosas vermelhas enfeitam um enorme vaso em prata em mesa localizada no centro do salão, que também serve de apoio aos garçons. Os tapetes que se encaixam geometricamente embaixo de cada mesa também são vermelhos. As mesas são impecavelmente montadas, com porcelana personalizada com a letra F, símbolo do hotel, taças de cristal, talher de prata, guardanapos brancos. As mesas das duas laterais são mais intimistas, com sofás em couro branco de espaldar alto que parecem abraçar a quem neles se senta. Tais sofás têm pés em formato de pata de leão. Cortinas brancas cobrem as janelas e um grande lustre pende do teto em posição centralizada. Mas o que mais chama a atenção na decoração são as quatorze cabeças de unicórnio, sete de cada lado, que enfeitam as paredes da esquerda e da direita. São totalmente brancas, apenas com os olhos de um vermelho vivo, dando a impressão que estamos sendo eternamente vigiados por este ser mitológico.








Serviço: excelente. Simpático, cordial, atencioso, com ótima explicação do cardápio e dos pratos servidos. Ao anotar o pedido, a garçonete fez questão de explicar como seria o ponto da carne, para evitar eventuais constrangimentos quando os pratos chegassem à mesa. O chef oferece um amuse bouche como boas vindas. O cardápio vem escrito em espanhol, inglês e português. A gorjeta não pode ser incluída ao pagar com cartão de crédito. Esta observação já vem escrita na conta: serviço somente em dinheiro!

Quando fui: jantar do dia 22 de maio de 2012, terça-feira. Éramos duas pessoas. Chegamos por volta de 20:30 horas, sem reserva prévia, mas era noite de pouco movimento, com apenas duas mesas ocupadas. Depois que nós entramos, ninguém mais chegou até a nossa saída, por volta de 22:30 horas.

O que bebi: em dieta, fiquei apenas na garrafa de Coca Cola Light. Ao final, um bem tirado expresso descafeinado.

O que comi: como trabalhei o dia todo em reuniões do Mercosul, sem almoçar, me permiti fazer um menu com amuse bouche, pão, entrada, prato principal e os acompanhamentos do café (que valem como uma sobremesa). Uma garçonete passava com uma bandeja com uma seleção de pães com ótimo aroma, o que dificultava na escolha do sabor a ser apreciado. Escolhi apenas um pão de cebola, que estava maravilhoso.


Amuse bouche: espuma de cebola caramelizada com croutons. Servida em um copo pequeno de vidro transparente, tem consistência que derrete na boca. O sabor é leve com os croutons garantindo a crocância. Muito bom.








Entrada: milfolhas de berinjela, tomates assados, queijo feta, com vinagrete de azeitonas pretas e nozes. Massa crocante, fina, com leve sal, e recheio consistente, com o feta fazendo a diferença, em uma espécie de mousse de cor laranja. O vinagrete faz parte da decoração, em diminuta quantidade, mas com sabor marcante. Perfeito.






Prato principal: atum vermelho com legumes braseados e creme frio de mostarda. A apresentação do prato já incita o paladar. São dois nacos de atum levemente selados com o interior bem vermelho, com os legumes braseados, picados em cubos bem pequenos, dispostos entre os nacos. Pequenos brotos enfeitam o prato. Colocado em um dos lados do prato retangular está o creme frio de mostarda. O atum estava fresco, com textura perfeita. A berinjela dominava entre os legumes, assados na brasa, com um leve sal garantindo o sabor. Ao passar o creme frio de mostarda no atum, houve uma perfeita harmonia, com o adocicado do peixe sendo neutralizado pelo ácido da mostarda. Prato maravilhoso.






Café: não pedimos sobremesa, apenas uma xícara de café cada um. Acompanha o café um mini picolé de morango coberto de chocolate, lembrando um Chicabom, e um mini sorvete de nata, também coberto com chocolate, servido em casquinha de biscoito. Lembra infância!




Quanto paguei: 362,50 ARG (algo em torno de U$ 82), valor individual.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * * 1/2. Terceira vez que jantei no El Bistro e cada vez gosto mais. Primeira vez que comi peixe e estava sensacional meu prato. Para ir sem pressa, curtindo o ambiente, bebendo um ótimo vinho (o que não pude fazer desta vez), em boa companhia e apreciando a comida.

Gastronomia Buenos Aires (Argentina)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

GASTRONOMIA EM BUENOS AIRES, ARGENTINA - SOTTOVOCE...



Endereço: Alicia Moreau de Justo, 176, Puerto Madero, Buenos Aires, Argentina.

Especialidade: culinária italiana, sob o comando do chef Alejo Waisman.

Ambiente: fica no primeiro dique de Puerto Madero, com entrada tanto pela avenida quanto pela aprazível área peatonal que ladeia os diques. Internamente, a decoração é clássica, lembrando sóbrios ambientes franceses ou italianos. Para quem ingressa no restaurante pela avenida, uma pequena sala de espera com sofás de couro à direita e um bar em barra de madeira garantem aos comensais aguardar bebericando drinques enquanto uma mesa fica disponível. Em seguida ao bar, as mesas estão espalhadas em três ambientes distintos, sendo dois salões internos e uma ampla varanda, local mais disputado em dias/noites quentes. Nos salões internos, arandelas retrô garantem o clima sóbrio, quebrado com os coloridos quadros que enfeitam a parte superior das paredes. Mesmo em noite de 11º C, escolhemos uma mesa redonda na varanda.



Vista do Dique 1 de Puerto Madero a partir de mesa da varanda do Sottovoce...



Serviço: com altos e baixos. Fomos atendidos por quatro garçons diferentes na pouco mais que uma hora em que lá ficamos. Prefiro quando uma mesma pessoa atende a mesa. No caso, a diferença dos serviços foi grande, com atendimento bem distanciado do cliente até uma informalidade que não combinava com o estilo da casa. Não perguntaram se queríamos o couvert, já colocando a cesta de pães na mesa. Estávamos com o cardápio ainda aberto e o garçom já queria tirar nosso pedido. Os pratos escolhidos, massa, não demoraram a chegar. Não aceitam incluir a gorjeta para pagamento em cartão de crédito. A conta foi paga em cartão, mas a gorjeta teve que ser em dinheiro.

Quando fui: jantar do dia 20 de maio de 2012, domingo. Éramos duas pessoas.

O que bebi: uma garrafa de Coca Cola Zero. Ao final, uma xícara de café expresso.

O que comi: mesmo sem ser perguntado, aceitamos o couvert, que consistia de cesto de pães, focaccia temperada, potinho com feijão branco e presunto cozido, mussarela de bússala e berinjela ao molho de tomates. Os pães são feitos no próprio restaurante, bem macios e saborosos. A mussarela de búfala estava muito leve, super macia, muito boa. O feijão branco estava bem cozido e temperado. Como prato de fundo, escolhi tagliatelle con tomate y berenjena, muzarela y albahaca. O prato é bem servido, com muito molho, o que requer cuidados para quem costuma derrubar comida na roupa (meu caso). Massa al dente, com uma ótima absorção do molho. O manjericão vem em medida perfeita, apenas para dar um toque especial ao sabor do molho. Gostei muito.



potinho com feijão branco e presunto cozido, mussarela de bússala e berinjela ao molho de tomates


cesto de pães


tagliatelle con tomate y berenjena, muzarela y albahaca

Quanto paguei: 138 ARG (algo em torno de U$ 31,34), valor individual.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * 1/2. Já conhecia a unidade da Recoleta (Avenida del Libertador, 1098) deste restaurante, que é menor e mais aconchegante. Gostei da massa.

Gastronomia Buenos Aires (Argentina)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

BELLINI E O DEMÔNIO

Mais uma noite fria em Brasília. Ótima oportunidade para colocar um filme no aparelho de DVD, se enfiar debaixo das cobertas, deixando uma garrafa de espumante e alguns petiscos estrategicamente colocados no sofá. Foi o que fiz. O filme escolhido foi o brasileiro Bellini e O Demônio, baseado em livro homônimo do guitarrista da banda Titãs, Tony Bellotto. É a segunda história do detetive Remo Bellini convertida para as telas de cinema, ambas adaptadas de livros de Bellotto. Em 2002, chegou às telonas Bellini e A Esfinge e, seis anos depois, Fábio Assunção volta ao papel do detetive paulistano criado por Bellotto. Coube a Marcelo Galvão fazer o roteiro e dirigir este segundo filme. No elenco ainda estão Rosanne Mulholland (Gala), Nill Marcondes (Zanqueta), Caroline Abras (Sílvia), Christiano Cochrane (Malta) e Marília Gabriela (Letícia). Nesta sequência, Bellini está afundado em dívidas, sem clientes, viciado em remédios para aplacar suas dores, quando recebe a missão de investigar o desaparecimento de um livro. As informações lhe vão sendo entregues em envelopes nos locais mais inusitados. Ele acaba por descobrir que o sumiço do tal livro está ligado a uma seita satânica, cujos praticantes estavam sendo assassinados. Gala, uma antiga paixão de Bellini, é uma jornalista policial que cobre a morte brutal de Sílvia, uma estudante no banheiro do colégio. Claro que uma conexão entre as duas investigações é feita. Além da dupla, a polícia destacou a dupla Zaqueta e Malta para também descobrir o autor das violentas mortes. Rituais que cultuam o demônio, rodadas de chá de ayahuasca, consumo de crack e terreiro de macumba fazem parte da rota dos investigadores. As cenas que mostram o submundo são muito bem feitas, com alto grau de realismo. Na medida em que a história se desenvolve, Bellini vai piorando na dependência de remédios e, na ausência deles, começa a ter alucinações (podemos também pensar que tais alucinações são fruto de seu mergulho no mundo da magia negra). Um dos assassinados é um colecionador de livros, marido de Letícia, a chefe da redação do jornal onde trabalha Gala. Está formado o círculo que une todos os personagens. Fábio Assunção faz um Bellini consumido pelos remédios e drogas, em excelente composição. Ele se destaca entre todos os demais atores, que estão bem, mas muito longe de terem suas interpretações como excepcionais. Marília Gabriela aparece mais para o final, fazendo uma mulher elegante, fria, enigmática. O final é surpreendente, podendo ter mais de uma leitura. Gostei do filme porque havia lido o livro e o enredo já me era familiar. Para quem nunca leu as histórias de Bellini, pode achar o roteiro truncado, confuso, querendo largar o filme no meio, embora ele tenha apenas 86 minutos de duração. O filme pode ser classificado como um policial com toques do cinema fantástico. Para apreciadores do gênero.

filme
DVD

quarta-feira, 23 de maio de 2012

KUNG FU CONTRA AS BONECAS

Em maio de 2009, li no blog de Pek, meu amigo de Belo Horizonte, sua resenha para o filme Kung Fu Contra As Bonecas (para ler a postagem do blog Insensatez sobre o filme, clique aqui). Imediatamente fiquei curioso em ver este filme brasileiro lançado em 1975. Comentando o fato com Pek, ele fez uma cópia e me entregou. Esta cópia em DVD-R ficou na minha estante até a noite de 17 de maio de 2012, quando decidi conferir o filme. Hilário é um bom adjetivo para Kung Fu Contra As Bonecas. Dei muitas gargalhadas não só com a história, mas também com as cenas "inspiradas" no seriado de TV Kung Fu e na abertura do programa da TV Globo, o Fantástico, que tinha uma coreografia cheia de plumas, maquiagem forte e sensualismo. Adriano Stuart é o diretor, tendo André Klotzel como seu assistente na direção. Stuart também interpreta o personagem Chang, o chinês que retorna para sua terra natal, salvando Maria, interpretada por Helena Ramos, em um de seus primeiros filmes, das garras de um bando de cangaceiros liderados por Azulão (Maurício do Valle). Ao final da luta, ele descobre que sua família foi assassinada por Azulão, incluindo seu porquinho de estimação, partindo para a vingança. O cangaceiro matava por encomenda do coronel, vivido por Dionísio Azevedo. O clímax se dá em uma "guerra" no canteiro de obras de uma estrada que passaria nas terras do coronel. O filme é uma comédia trash, fato reafirmado em quase todas as cenas. Sempre há algo que beira o absurdo, nas imagens ou nos diálogos (um dos diálogo é reproduzido no link acima). Fica claro que os produtores aproveitaram a onda de sucesso das pornochanchadas e dos filmes de lutas marciais produzidos em Hong Kong e estrelados por Bruce Lee, cujos filmes lotavam as salas de cinema no Brasil, para realizar este filme. Acrescentaram uma pitada gay e deu no que deu. O bando de Azulão está paramentado com roupas de cangaceiro, lembrando o bando de Lampião, mas as roupas são coloridas. O chefe do bando usa bobs no cabelo, faz as unhas, imita Carmen Miranda, há uma insinuação que ele tem um caso com um de seus homens, o Travessa, mas sempre está cercado de putas. Na mesma linha, o herói Chang tem um corte de cabelo estilo Príncipe Valente,  usa uma camiseta baby look cor de rosa bem apertada com Kung Ku nela estampado, tem trejeitos ao olhar no espelho, mas acaba na cama com Maria, uma lutadora de artes marciais, assim como ele, que verbaliza em sua primeira aparição na película que quer ser atriz de cinema. Os cangaceiros vivem dançando ao som do refrão "é o camisa 10 da seleção, laiá, laiá, laiá", em alusão a Azulão, cujo uniforme estampa o número 10 nas costas. Aliás, todo o bando tem números nas costas e eles totalizam onze, como em um time de futebol. Na linha de sempre fazer referência ao que fazia sucesso, há uma tomada onde o prefeito, o delegado, o coronel e um empresário discutem as obras da estrada na cidade em torno de uma mesa onde jogam "Só Compra Quem Tem", versão de um famoso quadro do Programa Sílvio Santos. Na reprodução da abertura do Fantástico, há um ótimo cover de Ney Matogrosso cantando América do Sul. Nas cenas em que Chang lembra os ensinamentos de seu mestre, copiam as cenas de Kung Ku, o seriado estrelado por David Carradine, quando mostra ele menino, conversando com seu mestre ao redor de velas acesas, sendo chamado de Gafanhoto. Em Kung Fu Contra As Bonecas, o mestre é negro, embora oriental, com um longo bigode branco, Chang está vestido com beca de formatura e é chamado de Pernilongo. Para garantir o sucesso, em um cabaré chamado Jovina's Drinques acontecem as cenas mais hilárias de luta de Chang e Maria contra o bando de Azulão, enquanto este está na cama com a dona do bordel, Jovina, que é mãe de Maria. Ainda há um travesti no mesmo bordel que se encanta por Chang. As cenas de luta mais parecem uma coreografia em câmara lenta do que de lutas marciais. Enfim, me diverti muito.

filme
DVD

terça-feira, 22 de maio de 2012

FULÔ DO SERTÃO - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)



Endereço: SCLN 404, Bloco B, loja dos fundos da quadra, Asa Norte, Brasília, DF.

Especialidade: cozinha nordestina.

Ambiente: decoração rústica, com mesas de madeira forradas com toalhas de chita estampadas com flores. As mesas estão espalhadas pela área externa, tanto na lateral quanto no fundo do bloco, com ótimo espaço entre. Estrategicamente localizado está um pequeno palco onde rola música ao vivo nas noites de sexta-feira e sábado. O teto é forrado com panos rústicos e chitas coloridas, também com motivos florais. Dele pendem cilindros, também de chita, ao lado de lustres feitos com fibras vegetais trançadas. Bonecas de pano e de madeira são outros itens da decoração que remete ao Nordeste. Para completar, vasos com flores falsas enfeitam as mesas. Dentro da loja fica uma mesinha com café de bule e canecas esmaltadas de ágata, além de uma estante com objetos do artesanato nordestino.





Serviço: cordial, simples, sem grandes afetações. Achei que o prato demorou um pouco a chegar, ainda mais que o restaurante estava apenas com outra mesa ocupada quando lá estive.

Quando fui: almoço do dia 17 de maio de 2012, quinta-feira. Éramos dois.

O que bebi: apenas uma garrafa de água mineral com gás São Lourenço.

O que comi: mais um restaurante que participa do Brasil Sabor 2012. Assim, nem vi o cardápio, pedindo a combinação preparada para o festival, pois já tinha checado antes no livrinho do evento gastronômico. O prato principal recebeu o divertido nome de Boadeiro.

Prato principal: nacos de charque cozido, linguiça calabresa cortada em rodelas e pedaços de jerimum, servidos em prato quadrangular preto, acompanhado de uma cumbuca com arroz branco. Prato forte, próprio para dias mais frios, como no dia em que almocei no Fulô do Sertão. O salgado da carne e da linguiça, algo normal, é suavizado pelo sabor adocicado da abóbora moranga cozida (jerimum). Muito bem servido, motivo pelo qual acabei por deixar um grande naco de charque no prato. O arroz é uma ótima forma de comer o grosso caldo que se forma no prato.



Sobremesa: pudim de tapioca. Segundo o livreto do festival trata-se de uma versão regional do tradicional pudim de leite condensado. A tapioca dá uma consistência maior ao pudim, com um rico sabor. Para completar, a garçonete nos ofertou com uma pequena cumbuca com um maravilhoso doce de banana.



Quanto paguei: R$ 45,00, valor individual.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * *. Ainda vou retornar para experimentar alguma das opções do cardápio.

Gastronomia  Brasília

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O SEGREDO DOS SEUS OLHOS


Quando o filme argentino O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos) ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009, não consegui vê-lo nos cinemas, mesmo tendo ficado um bom tempo em cartaz. Assim que ficou disponível em blu-ray, comprei um exemplar, mas ele ficou guardado na estante por um bom tempo. Depois de ver o chato Paris, de Cédric Klapisch, resolvi que veria algum filme que tinha tido uma boa aceitação de público e crítica. Minha escolha recaiu em O Segredo de Seus Olhos. Ele é uma co-produção Argentina-Espanha, com duas horas de duração, dirigido por Juan José Campanella. Como ator principal está o excelente Ricardo Darín que interpreta o consultor jurídico Benjamin Espósito. Ter Darín no elenco já é meio caminho andado para o sucesso do filme. Ainda no elenco estão Soledad Villamil (Irene), Pablo Rago (Ricardo Morales), Javier Godino (Isidoro Gómez) e Guillermo Francella (Pablo Sandoval). Espósito é um consultor jurídico aposentado que resolve escrever um romance baseado em um caso verídico de homicídio que investigou quando trabalhava com a juíza Irene, por quem sempre nutriu uma paixão. Seu principal ajudante era Pablo Sandoval, um bêbado inveterado, mas sempre disposto a ajudá-lo.  Para escrever seu romance, ele volta ao tribunal onde trabalhara para conversar com Irene, reacendendo a antiga paixão. A história alterna cenas no passado e no presente. Uma intricada trama para descobrir o assassino e depois para ficar longe dele, quando um antigo desafeto, juiz corrupto, assina a soltura de Isidoro Gómez, réu confesso, para auxiliar o governo contra os subversivos em pleno governo de Evita Perón. As revelações ao final do filme são surpreendentes. O roteiro é ótimo, bem construído, conduzindo o expectador de forma contundente. No entanto, o que mais chama a atenção é a utilização dos olhares como pontos cruciais na história. A chave está sempre nos olhos, na maneira como os personagens se olham. Um primoroso trabalho de direção de Campanella, especialmente quando os olhares entram em foco. Filmaço.

filme
BD

domingo, 20 de maio de 2012

PARIS


Estou dedicando as frias noites de maio em Brasília para ver alguns filmes em casa. Paris (Paris), de Cédric Klapisch, mesmo diretor do delicioso Albergue Espanhol, foi um deles. Produção francesa de 2008, com 130 minutos de duração. Como é costumeiro nos filmes de Klapisch, Paris tem muitos personagens (diria até que o número de personagens é excessivo), com histórias distintas que, por circunstâncias do cotidiano, se encontram vez ou outra. O mote central está em Pierre (Roman Duris), um dançarino na casa dos quarenta anos que descobre ter um grave problema no coração e se não fizer um transplante, sua morte é certeira. Por causa da doença, ele começa a ver a vida, e o que acontece ao seu redor, de uma outra maneira, incluindo sua relação com a irmã Élise (Juliette Binoche) e suas sobrinhas.  Binoche tem uma interpretação bem contida, longe do brilho de outras películas da qual participou. O dia a dia dos parisienses é retratado ao longo do filme. No final das contas, Paris, a eterna cidade luz, é uma das personagens de Paris, o filme de Klapisch. Sempre é bom para quem conhece, rever os pontos turísticos da capital francesa, e para quem ainda não conhece, fica aquele gostinho de querer conhecê-la o quanto antes. O filme tem momentos tocantes, mas, no geral, é bem chato. Vale pelo passeio, mesmo que por através de imagens, por Paris.

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