Sabendo que estaria em
Belo Horizonte, minha amiga
Kitty me convidou para ver o novo show de
Gilberto Gil, que esteve em cartaz no
Grande Teatro do Palácio das Artes nas noites de 25 e 26 de maio. Fomos na noite de sexta-feira. Combinamos de nos encontrar às 20:15 horas no hall de entrada da casa de espetáculos. Uma chuva forte caiu justo na hora em que eu estava chegando ao local. Teatro lotado, com público majoritariamente maduro. Marcado para ter início às 21 horas, o show
Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmos começou com quinze minutos de atraso. Mesmo com o terceiro sinal dado, ainda teve gente que tentava achar seu lugar com as luzes apagadas. A cortina se abriu, mostrando um palco já ocupado por
Gil em um tablado de madeira ao centro, levemente elevado, e sua banda já posicionada, com os três músicos das cordas à esquerda e os dois "operadores" do ritmo à direita. Nada de cenário, apenas os músicos e seus instrumentos.
Gil todo de branco. O show começa com a música
Máquina de Ritmo, em um longo set. Concluída a interpretação, o cantor já apresentou os músicos, realçando a importância deles para o show:
Bem Gil (guitarra), o francês
Nicolas Krassik (violino),
Jaques Morelenbaum (violoncelo),
Gustavo di Dalva (percussão) e um tecladista que não recordo o nome. A segunda música do show foi
Eu Vim da Bahia. Em uma hora e quarenta e cinco minutos de espetáculo,
Gil interpretou canções de
Dorival Caymmi (
Saudade da Bahia),
Tom Jobim (
Outra Vez),
Caetano Veloso (
Panis et Circenses), em belas interpretações, recebendo calorosos aplausos. Mas o melhor foram as releituras que
Gil fez de sua enorme obra, cantando
Viramundo, Expresso 2222, Andar com Fé, Domingo no Parque, Oriente, entre outras. Mostrou sua versatilidade cantando em português, espanhol, inglês e francês. Sua voz não alcança mais as notas que atingia no passado, mas continua excelente cantor. Afinal o tempo é inexorável para todos e ele completa 70 anos em junho em ótima forma. Apresentou um delicioso chorinho chamado
Um Abraço, João que ele fez em referência a uma música que
João Gilberto gravou. Ainda mostrou uma música inédita chamada
Eu Descobri, que fala de autoconhecimento. Em um momento solo, com interpretação beirando a melancolia, mas ao mesmo tempo cheia de energia, ele interpretou
Eu Não Tenho Medo da Morte. Ficou lindo. O público estava bem comportado, sem ficar gritando pedidos de sucessos, fato que só ocorreu no bis, quando uns dois ou três pedidos foram ouvidos, entre eles
Palco. Ele não atendeu nenhum deles, continuando no seu set list até o final. Quando voltou para o bis, teve que ajustar o modo de tocar o violão, pois sua unha tinha quebrado, mas logo se adaptou e terminou um belíssimo show. Pegando o título de um disco dele de que gosto muito,
Gilberto Gil esteve luminoso no palco do
Grande Teatro do Palácio das Artes. O show será gravado no
Rio de Janeiro para lançamento em CD e DVD.
música
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