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sexta-feira, 11 de maio de 2012

A FAMÍLIA ADDAMS - O MUSICAL

Em 2010, quando estive em New York de férias, tive a oportunidade de ver a montagem da Broadway para A Família Addams, cujos personagens sempre fui fã. Quando li que uma montagem brasileira entraria em cartaz no Teatro Abril, em São Paulo, não tive dúvidas em comprar ingressos para conferir este musical. Com as taxas já inclusas, paguei R$ 300,00 para uma cadeira no setor vip, mais próximo do palco, em posição bem central. Fui com mais quatro amigos na sessão das 21 horas de sábado, 05 de maio de 2012. Chegamos ao teatro com cinquenta minutos de antecedência, ficando no seu belo salão enquanto as portas para a plateia não se abriam. Dei uma olhada na lojinha com artigos referentes ao musical, mas nada me interessou. O local foi ficando apertado na medida em que as pessoas chegavam e, para piorar, havia um carro exposto no mesmo saguão, roubando espaço onde poderiam se acomodar um bom número de gente. A entrada para a plateia foi liberada faltando vinte minutos para as nove horas da noite. O público lotou o teatro. Não houve atraso para começar. Antes das cortinas se abrirem, a orquestra começou a tocar a conhecida música do seriado de televisão (repetida na versão para o cinema), sendo imediatamente acompanhada pelo público que batia palmas no mesmo ritmo. De cara, toda a família Addams é apresentada, pois estão em um cemitério na primeira cena, com um ótimo número de dança. A história é bem conhecida. Wandinha Addams, a primogênita do casal Gomez e Mortícia, se apaixona por Lucas Beineke, um cara normal e quer que os Addams recebe a família do namorado em um jantar. Ela confessa ao pai que está apaixonada e o pede para nada dizer a Mortícia, para quem ele nunca havia escondido nada até então. Mortícia aceita oferecer o jantar e se portar como gente normal desde que a tradição da família seja respeitada, com todos participando de um jogo ao final da refeição. É claro que o jantar é uma sucessão de erros e de confusões, tendo um final feliz, obviamente. A montagem brasileira é muito parecida com a americana, incluindo os números do teatro de sombras, quando Fester voa até à lua com quem está apaixonado. O texto é da dupla Marshall Brickman & Rick Elice, com música e letras de Andrew Lipp, tudo baseado nos personagens criados por Charles Addams. Coube a Cláudio Botelho a versão brasileira. Nos papéis principais estão Marisa Orth (Mortícia Addams), Daniel Boaventura (Gomez Addams), Cláudio Galvan (Tio Fester), Iná de Carvalho (Vovó), Laura Lobo (Wandinha Addams), Nicholas Torres (Feioso Addams), Rogério Guedes (Tropeço), Wellington Nogueira (Mal Beineke), Paula Capovilla (Alice Beineke) e Beto Sargentelli (Lucas Beineke). A interpretação de Marisa Orth não causa nenhuma surpresa. Ela o faz com sua competência de sempre, com muita precisão nos gestos e nas expressões faciais. Paula Capovilla mostra sua veia de atriz, pois tem mais falas do que canta, mas quando solta a voz, é poderosa no palco. Iná de Carvalho dá um tom pastelão em sua vovó cheia de truques e artimanhas, enquanto Cláudio Galvan faz um Tio Fester cativante, conquistando rapidamente a plateia. Laura Lobo, Wellington Nogueira, Beto Sargentelli e Rogério Guedes são competentes, não tendo nenhum destaque interpretativo em cena. Quem arrasa mesmo é Daniel Boaventura. Ele é o showman do musical. Canta e atua maravilhosamente bem, dando o ar de cafajeste que todo Gomez Addams deve ter. Só ele já vale o espetáculo. Como a maioria dos musicais, A Família Addams é dividido em dois atos, sendo o primeiro mais dinâmico, com números musicais mais vibrantes. No segundo ato predomina o romantismo. O melhor número de dança está no segundo ato, com Gomez e Mortícia dançando um tango misturado a uma encenação de tourada. Ótima diversão. Embora possa parecer destinado a público infantil, o musical é bem adulto. Ao meu lado estava uma criança de, no máximo, dez anos. Não tinha nem uma hora de espetáculo e ela já estava incomodada na poltrona, chamando sua mãe para ir embora. E foi assim até o final. Não seria melhor esta mãe ter verificado antes a duração e se era atrativo para sua filha?

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