Está em cartaz no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (CCBB) a peça Modéstia, que recebeu diversos prêmios na Argentina, para a qual paguei R$ 3,00 pelo ingresso para a sessão do dia 03 de maio de 2012, às 21 horas. A sala estava bem vazia, uma coisa rara em se tratando daquele teatro. O texto é do argentino Rafael Spregelburd com direção de Pedro Brício. No elenco, os atores Bel Garcia, Fernando Alves Pinto, Gilberto Gawronski e Isabel Cavalcanti. O cenário tem três portas que são elementos importantes para situar o momento e o local da história. Na verdade, são duas histórias distintas que se desenrolam nos cerca de noventa minutos da peça. Uma se situa nos dias atuais, em Buenos Aires (sabemos disto devido às referências às ruas da capital argentina) e outra em uma época onde a tuberculose ainda não tinha cura, em um país europeu (no fôlder da peça, o diretor diz ser um país indeterminado, enquanto o CCBB informa ser na Rússia). As histórias não se conectam enquanto enredo, mas tratam dos mesmos temas: imigração, preconceito contra os imigrantes, relação entre vizinhos, cobiça, mostrando-nos que não evoluímos muito nestes quesitos, mundialmente falando. Os quatro atores fazem dois papeis cada um, alterando tons de voz para identificar em qual das duas estão, pois o figurino segue o mesmo, embora haja algumas trocas de roupa, mas sem uma vestimenta indicar qual das duas histórias está sendo encenada. A encenação dos dias atuais é mais leve, mais dinâmica e tem na interpretação de Bel Garcia um ponto alto. Já a história do século passado é mais soturna, pesada, com Fernando Alves Pinto se destacando como o escritor tuberculoso. Embora o texto seja de fácil compreensão, parece que a história não agrada muito, pois, ao final, o pequeno público aplaudiu de forma protocolar, sem se levantar, fato difícil de se ver nos teatros brasilienses. Não morri de amores pela peça.
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