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terça-feira, 1 de maio de 2012

O PREÇO DO AMANHÃ

Estava no voo Lisboa - Cidade da Praia quando começou a passar nos monitores de vídeo a programação de entretenimento a bordo. O Preço do Amanhã (In Time) era o filme da noite. Comecei a ver sem maiores pretensões, mas a história me pegou. Não tirei os olhos do monitor. A fotografia me chamou a atenção, com paisagens áridas, prateadas, sem muita vida, confirmando o enredo do filme. Em um futuro incerto, todos nascem sabendo que tem tranquilidade de viver até completar 25 anos, quando um relógio digital é ligado no corpo da pessoa, localizado no antebraço, iniciando a contagem regressiva de 1 ano para a sua morte. Neste período, ele pode comprar mais tempo de vida, permanecendo sempre com a aparência jovem. Claro que há os poderosos, que detém os bancos de tempo, vendendo ou fazendo empréstimos a juros exorbitantes para os que nada possuem. O local, ou país, é dividido em áreas, sendo que os mais pobres vivem no gueto, enquanto os ricos, com milhares de anos a viver, estão muito distante deste gueto. Há uma polícia especializada em manter a ordem e os lucros do todo poderoso do lugar. Neste mundo vive Will Salas, interpretado por Justin Timberlake, um outsider que sempre está correndo contra o tempo para se manter vivo. Ele consegue atravessar as fronteiras até chegar no mundo cheio de glamour onde está o milionário que controla todos os bancos de tempo. Conhece e se envolve com Sylvia Weiss (Amanda Seyfried), filha do milionário. A partir daí, em uma relação de amor e cumplicidade, no melhor estilo Assassinos Por Natureza (Natural Born Killers), de Oliver Stone, eles começam a roubar os bancos e distribuir tempo de vida aos pobres e necessitados. Uma versão atualizada de Robin Hood, uma crítica à globalização, à submissão da maioria de pobres a uma pequena parcela de ricos, que querem ficar cada vez mais ricos. O filme acaba sendo uma metáfora do que acontece no mundo desde 2008, quando se instalou a crise financeira global, com os países ricos descendo ladeira abaixo, precisando da ajuda dos mais pobres. Não se resolve o problema do tempo, mas há uma esperança de mudanças ao final da história. A produção, de 2011, é americana dirigida por Andrew Niccol. Gostei. Diversão com inteligência. Não me lembro se este filme esteve em cartaz nos cinemas brasileiros, mas vi que já está disponível para venda em dvd e blu-ray.

filme

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