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segunda-feira, 8 de junho de 2009

A JUVENTUDE E A CULTURA GERAL

Local: Brasília
Mês: Maio de 2009
Evento: Feijoada em comemoração a um aniversário de uma amiga.
Cena: Mesa com quatro pessoas, uma delas, eu mesmo. Não conheço um jovem casal de namorados, ambos com iphone nas mãos. Em certo momento, surge o tema viagens e a única pessoa que conheço fala para o casal que eu viajo muito, tanto a trabalho quanto para lazer e que já fui a vários países. Sorridentes, me perguntam quais países conheço, a frequência de viagens internacionais por ano, se compro muito no exterior, se já fui aos Estados Unidos, se fico em hotéis caros ou baratos, se falo alguma língua, enfim, uma bateria de perguntas, que respondo todas sem nenhum problema. Perguntam se já tirei férias neste ano e se pretendo viajar para o exterior. Disse que costumo dividir as férias em três períodos de 10 dias cada um e que no primeiro de 2009 tinha viajado para Fortaleza e Jericoacora, no Ceará; que em agosto irei para Tiradentes, Minas Gerais; e em outubro farei uma viagem para o Canadá. Ao mencionar Canadá, vi que os olhos dos dois vibraram e disseram que eram doidos para conhecer. A mulher disse que a cidade que mais gostaria de conhecer no Canadá era Mônaco.
Tive um troço.
Que é isto?
Será que estava zombando de mim?
Será que ouvi direito?
O namorado disse que sempre via a cidade nas transmissões da Fórumla Um, mas não fez nenhuma correção. Delicadamente, disse que Mônaco era um principado e ficava na Europa e não no Canadá. Ao namorado, disse que o Canadá também tinha um circuito de F1, em Montreal. Um sorriso sem graça na boca da jovem e percebo que era ignorância mesmo e não brincadeira dela. Tentei desviar o assunto e perguntei se estudavam ou trabalhavam. Ambos tinha emprego na iniciativa privada. Ela, formada em psicologia, trabalhava com empréstimos financeiros. Ele, formado em relações públicas, trabalhava em uma empresa de marketing. E exatamente ele voltou ao assunto do Canadá, perguntando se eu teria coragem de comer carne de canguru, o animal símbolo do país que vou conhecer. Levantei, disse que carne de canguru só na Austrália, e pedi licença, pois iria me servir para matar minha fome.
Não voltei a conversar com eles.
Fiquei espantado com o nível de cultura geral dos jovens de hoje, com tanta informação à mão (e eles tinha iphone!) e falarem aberrações como estas.

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