Detalhe da obra de Ai Weiwei, "Circle of Animals", representando os animais do horóscopo chinês
Detalhe da instalação de Rosângela Rennó, "Menos-valia [leilão]", 2010
Detalhe da instalação de Yonamine, "Os mestres e as criaturas novas [remixstyle]", 2010
"Ninhos", instalação de Hélio Oiticica, década de 1960
"350 points towards infinity", 2009, obra de Tatiana Trouvé
Instalação de Cinthia Marcelle, "Sobre este mesmo mundo", 2009-2010
Terreiro "Lembrança e Esquecimento - Quem Paga o Arrego - Tá Tudo Arreglado!", de Ernesto Neto, 2010
"Arroz e Feijão", instalação de Ana Maria Maiolino, 1979-2007
Gil Vicente, "Autorretrato III - matando Elizabeth II", 2005
Saída da obra "A Origem do Terceiro Mundo", de Henrique Oliveira, 2010
"seja marginal, seja herói", 1968, de Hélio Oiticica
Um dos motivos para eu estar em
São Paulo durante minhas férias era visitar a
29ª Bienal de Artes de São Paulo, em cartaz até o dia 12 de dezembro no
Prédio da Bienal, dentro do
Parque do Ibirapuera. Dediquei o sábado para algumas das exposições de arte que estão no parque. Pegamos um táxi (R$ 18,00) do hotel até a entrada do
Prédio da Bienal. Entrada gratuita, com revista necessária das bolsas. Mochilas devem ser colocadas no guarda-volumes, mas bolsas são liberadas. Fotos à vontade, desde que sem o uso do flash. Não havia fila para entrar. Estava cheio, mas não tumultuado, o que nos garantia uma boa visão de todas as obras. Mais de 180 obras estão expostas, entre pinturas, esculturas, fotografias e vídeo-instalações. Há também uma programação diária de eventos nos terreiros dispostos nos três andares que a
Bienal ocupa. São eventos de cinema, literatura, artes cênicas, música e palestras. O meu objetivo era ver o máximo possível, mas quando ficasse cansado, terminaria a visita. Não dá para ver atentamente todas as obras, mesmo porque, em um universo tão grande, nem tudo vai ser interessante sob o ponto de vista de cada um. Comigo não foi diferente. Não gosto muito de vídeo-instalações e como há muito deles expostos, ou eu passava rapidamente pela sala ou nem entrava. Logo no primeiro piso, bem próximo à entrada, um vídeo do cineasta francês
Jean-Luc Godard, com dois minutos e quinze segundos de duração, chamado
Je Vous Salue Saravejo. São fotos da época da guerra na cidade européia que passam como slides, enquanto uma voz em
off narra uma espécie de oração. Uma provocação, bem ao estilo do seu filme
Je Vous Salue Marie. Artistas brasileiros consagrados estão com obras remontadas ou montadas na exposição.
Lygia Pape, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Mira Schendel, Milton Machado, José Leonilson, Rosângela Rennó, Nuno Ramos, Ernesto Neto, Daniel Senise, Antônio Dias, Gil Vicente, Hélio Oiticica. De
Hélio Oiticica, destaco
"Ninhos", uma estrutura de madeira em três níveis, cheia de nichos, onde as pessoas podem entrar e se deitar. Uma funcionária do local, responsável por vigiar a obra, disse que há pessoas que entram e dormem. Como todos ficam com os pés de fora, pois não há espaço para o corpo todo, os visitantes acabam pensando que aqueles pés aparecendo fazem parte da obra. Só coloquei a cabeça para ver o espaço e tirei logo, pois o cheiro de suor era muito forte. Os quadros de
Gil Vicente matando personalidade nacionais e internacionais é um dos mais visitados. Neles, o artista faz um auto-retrato onde ele sempre está matando alguém. Entre os assassinados estão
Lula, Fernando Henrique Cardoso, Bento XVI, Jarbas Vasconcelos, o Presidente do Irã e a Rainha da Inglaterra. A obra polêmica de
Nuno Ramos, chamada
"Bandeira Branca" estava incompleta, pois foram retirados os dois urubus que ficavam em uma enorme gaiola ocupando os três níveis do prédio, onde, do alto das estruturas ali montadas, três músicas eram tocadas, entre elas
Bandeira Branca, na interpretação de
Arnaldo Antunes. Um cartaz avisava que os urubus foram devolvidos ao local de origem (Sergipe) por determinação do Ibama de Brasília, embora houvesse autorização da regional do mesmo órgão de Sergipe. A obra mais visitada está no terceiro piso. Chama-se
"A Origem do Terceiro Mundo", cujo autor é
Henrique Oliveira. Há fila para, literalmente, visitar a obra. Ao entrar, uma mulher quis logo sair, pois era claustrofóbica. São caminhos tortuosos, todos em lâminas finas de madeira pregadas com grampos. A altura varia, sendo que precisei me agachar em alguns pontos. O espaço a caminhar é curto, em mão única, mas demora-se um pouco, pois cabe apenas uma pessoa no caminho, formando-se uma fila indiana, além das inevitáveis paradas para fotos. A surpresa está na saída. Quando já estamos fora da obra e viramos para trás, vemos que saímos de uma enorme vagina. Um senhor disse que tinha a sensação de ter nascido de novo! Muitos voltam até a saída para a fotografia do novo "nascimento". O que mais me chamou a atenção foram três obras: a instalação de
Rosângela Rennó chamada
"Menos-valia [leilão]", com várias fotografias antigas expostas em quadros, porta retratos, incluindo câmaras fotográficas manuais; as esculturas gigantes com as cabeças dos doze animais que integram o horóscopo chinês do artista
Ai Weiwei; e a instalação do angolano
Yonamine, chamada
"Os Mestres e As Criaturas Novas (remixstyle)", com jornais, serigrafias, som, plástico, vídeo e tinta; todas no piso T+1 e tem fotos por mim tiradas ilustrando este post. Desta vez, há uma expressiva presença de fotografias de artistas africanos. Até os pixadores de
São Paulo estão presentes em fotos e vídeo que registram suas "performances" pixando prédios na noite paulistana. Não gosto de pixações, especialmente as que sujam as cidades. Aquelas feitas para enfeitar, com cores vivas, são interessantes. Nossa visita na
Bienal durou duas horas e vinte minutos. Não nos cansamos, percorremos todos os andares, tiramos muitas fotos e vimos todas as obras que achamos interessantes. Agora é esperar 2012 para a trigésima edição da
Bienal paulista.
Boa tarde, eu tb esteve nessa bienal, queria então te perguntar uma coisa. Aquela obra de H. Outicica, "seja marginal, seja herói" eu me lembro que estava enmarcada em outra obra, que eram pinturas em b&p sobre o cara de cavalho. Realmente já passou um tempão desde a bienal, porém, não tenho muita certeza disto que estou dizendo, só que tenho as fotos, porém, infelizmente não tirei fotos dos nomes das obras.
ResponderExcluirDesculpa meus erros, não sou nativa do português
aguardo tua resposta!
atenciosamente
b
Prezada Bárbara,
ExcluirObrigado pela mensagem, mas, infelizmente não tenho a resposta. Já se passou muito tempo. Pesquisei as fotos que tirei e nada encontrei. Um abraço.