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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A GAIOLA DAS LOUCAS

A história todo mundo conhece, pois há versões francesa e americana para o cinema da peça de Jean Poiret, "Les Cages Aux Folles". A Gaiola das Loucas é um cabaré cujos proprietários Georges (Miguel Falabella) e Albin (Diogo Vilela) vivem juntos há mais de vinte anos e ainda estão apaixonados um pelo outro. Albin se transforma em Zazá, a grande estrela dos espetáculos noturnos do cabaré. Jacó/Claudine (Jorge Maya) é o mordomo/criada da casa dos dois que possui uma passagem para o cabaré. Tudo são flores até que Jean Michel (Davi Guilherme), o filho de Georges, vem visitá-los, dando a notícia que se casará com Anne Dindon (Carla Martelli), filha de um casal conservador. O pai é o deputado Dindon (Maurício Moço) que está em campanha para se reeleger e tem como plataforma proibir o funcionamento dos "inferninhos" de homossexuais da cidade. Ele é homofóbico. A confusão está armada, pois Jean Michel quer fazer um teatro para receber os pais de sua noiva que ficarão 24 horas na casa de Georges. Para que seu futuro sogro dê a autorização para o casamento, ele pede a Georges que simule que é heterossexual, convidando sua mãe biológica para ficar as 24 horas na casa, enquanto Albin deve sair. Tarefa difícil para George é contar para seu companheiro a verdade. A partir daí é só confusão, com a mãe verdadeira não aparecendo e Albin se passando pela mãe do garoto, numa caracterização visivelmente inspirada em Marta Suplicy. São muitas e muitas gargalhadas nas quase três horas de duração do musical, com um providencial intervalo de quinze minutos entre os dois atos. Quatorze são os números musicais, com alguns solos de Diogo Vilela, mostrando sua possante voz. Aliás, meus amigos de BH me disseram que não gostaram da interpretação de Vilela, mas eu achei ótima, aproveitando sua voz grave para dar um toque diferente no falar de Albin. Seus trejeitos estão divertidos e a química com Falabella é perfeita. Miguel Falabella, para mim, é sempre o mesmo em cena, mas tem uma presença de palco e de espírito tão marcantes que esqueço que ele sempre faz o mesmo papel. Mas quem arrasa mesmo é Jorge Maya no papel do mordomo que quer ser criada e estrela da Gaiola das Loucas. Os números de dança são ótimos, bem parecidos com os da Broadway (este musical estreou lá em 1983). O sapateado do início é sensacional, ainda mais que há vários bailarinos travestidos, afinal, são também estrelas do cabaré. O início também é ótimo, quando a cortina se abre e todos estão em trapézios, como se fossem poleiros de pássaros. A sessão estava lotada, enchendo o belo Teatro Bradesco, que acaba de completar um ano e foi eleito o melhor de São Paulo. Comprei os ingressos ainda em Brasília, há quase um mês, na bilheteria da Fnac, pagando R$ 188,80 cada um, já incluída a taxa de conveniência. Como em qualquer musical, há uma lojinha vendendo produtos alusivos à peça. Queria um ímã de geladeira, mas não tinha. Fiquei sem comprar nada. Ótimo final de domingo, ótimo final de semana cultural em terras paulistanas. Gostei muito do musical.


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