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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

CELEIRO

Nossos amigos de Belo Horizonte retornaram para casa no início da manhã da quarta-feira. Levantei cedo para me despedir deles, tomei o café da manhã com eles, mas tão logo saíram, voltei para cama. Li o jornal do dia, ouvi música, fiz algumas ligações. Quando já passava do meio dia, chamei Ric para almoçar. Sempre quis conhecer um restaurante famoso no Rio de Janeiro de cozinha natural. Decidimos, pois, ir almoçar no Celeiro (Rua Dias Ferreira, 199, Leblon). Pegamos um ônibus na porta do apartamento onde estamos hospedados e descemos na rua do restaurante. Diria se tratar de uma rua gourmet, pois há vários restaurantes nela, com muitas opções da culinária internacional. Quando chegamos ao Celeiro havia uma fila de espera. A simpática atendente disse que a espera para duas pessoas seria de quinze minutos. Ficamos sentados do lado de fora aguardando, observando o entra e sai de pessoas no local. É bastante concorrido e estava cheio de estrangeiros. O local não é grande, com dois pequenos salões internos e mesas na calçada. Com dez minutos fomos chamados para sentar. Ficamos no último salão. O sistema é self service por quilo, havendo opções de peixe. Há quiches, salgados e diversas saladas, sempre preparadas com produtos orgânicos. O restaurante existe desde 1982 e é estrelado no Guia Quatro Rodas. O preço é salgado, pois o quilo custa R$ 98,50. O atendimento é feito apenas por mulheres uniformizadas, com lenços de estampa de onça na cabeça.Os ingredientes das saladas são orgânicos. A frequência é dominantemente feminina. A comida é bem apresentada, com proteção de vidro, como orienta a Organização Mundial de Saúde. Tudo o que coloquei no prato estava delicioso. Muitas das opções de saladas já vem com molho. São sabores marcantes, harmonizando perfeitamente com os ingredientes. Comi uma esfiha de funghi maravilhosa. A fila de espera crescia lá fora. Uma elegante senhora entrou, foi direto para o local onde estão expostos os pratos, se serviu e ficou procurando onde se sentar. Na mesa em frente a que eu estava, um casal estava se servindo. A tal senhora não teve dúvidas, se sentando ali. Logo o casal voltou à mesa com os pratos nas mãos. Ficaram sem entender. A atendente viu e veio contornar a situação, dizendo que aquela mesa estava ocupada, que havia lista de espera e que não havia mesa disponível. A senhora não pediu desculpas, apenas argumentou que estava com o prato feito e precisava se sentar em algum lugar. Uma mesa estava sendo preparada para o próximo da fila. A atendente repetiu que não havia mesa disponível, mas que a colocaria na mesa que acabara de ser preparada, enfatizando que havia uma lista de espera. A mulher parecia ignorar o que a atendente falava, logo chamando a garçonete e pedindo um suco. Esta forma de agir do carioca que me irrita algumas vezes. É tentar levar vantagem em cima de outros que respeitam o direito de quem chegou primeiro. Voltei a concentração para meu prato, que aproveitei sentindo todas as nuances de sabores. Quisemos sobremesa. Escolhi um cheesecake com calda de morango. Ric pediu um doce que vira no balcão, com morangos por cima, pois não queria nada de chocolate. A garçonete perguntou se era a trufada e ele disse que sim. Fiquei calado. Quando as sobremesas chegaram, Ric fez uma cara de desaprovação com sua escolha. Troquei os pratos, comendo a torta trufada. Estava muito boa. Finalizamos com um café descafeinado. Paga-se a conta no balcão, o que agiliza a arrumação da mesa para o próximo da fila. Do restaurante fomos para o Shopping Leblon, pois tínhamos uma encomenda de um dos amigos de BH para pegar na Livraria da Travessa. Ótima livraria, grande, com excelente acervo de livros, cds e dvds. A encomenda não estava disponível, pois havia uma reserva para o cd na frente dele. Acabei comprando dois filmes, um cd da elogiada Karina Buhr e alguns cases para viagem. Já no caixa para pegar, vi na parede um painel de azulejos semelhantes aos de Athos Bulcão. Perguntei à caixa se era realmente de Bulcão. Ela disse que não sabia, mas que era de um artista plástico. Pedi a Ric que lesse a legenda do painel. Bingo: era um Athos Bulcão restaurado! Um absurdo um empregado não saber que há uma obra de arte de um importante artista brasileiro em seu local de trabalho. Demos uma longa volta pelo shopping. Retornamos a pé para o apartamento, passando antes no supermercado para comprar suprimentos para nosso café da manhã dos próximos dias.

2 comentários:

  1. Obrigado por ter ido à Travessa, amigo. Espero que consiga encontrar na loja da Leitura em BSB (no site da livraria consta como disponível para venda).

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  2. Laerte,

    Assim que chegar a Brasília vou à Leitura, Fnac e Cultura para ver seu cd do La Roux.

    Abraço.

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