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domingo, 26 de dezembro de 2010

FEDERAL

Depois de ver o ótimo curta Ratão, comentado no post anterior, o longa metragem da sessão dupla no Cine Brasília foi o filme Federal, também todo rodado em Brasília. Produção de 2009 dirigida por Erik de Castro, conta no elenco com atores conhecidos como Selton Mello, Carlos Alberto Riccelli e Eduardo Dussek, além de vários atores locais em papeis de destaque na trama, como Adriano Siri, Similião Aurélio, Bidô Galvão e André Amaro. Também tem no elenco o ator americano Michael Madsen, cujo personagem é totalmente dispensável da história. Uma equipe de policiais federais do grupo especial de combate ao tráfico   investiga o tráfico de drogas em Brasília, comandado por um playboy vivido por Dussek. Na trama, a lavagem de dinheiro ganho com a venda das drogas é feita por uma ONG e por um templo religioso. O filme é muito ruim, com roteiro fraco, interpretações pífias dos medalhões nacionais, falhas na condução do enredo, não tem ritmo, abusa de clichês dos filmes americanos, inclui uma cena chupada do primeiro Tropa de Elite (a tortura com um saco plástico no rosto), mas não tem o impacto visual do filme de Padilha. Há fatos não explicados, surgem do nada e voltam para o nada, como Dani, o personagem de Selton Mello, que usa drogas, luta pelos direitos dos presos, se transformando, sem mais nem menos, em um policial agressivo. As cenas de sexo são longas e de um extremo mau gosto. Dos atores conhecidos, o único que está bem é Dussek, mas repete um papel de bandido já feito por ele antes. Dos atores de Brasília, gostei de ver Adriano Siri em um papel dramático, longe das estripulias que o tornaram nacionalmente famoso com o grupo de teatro besteirol Os Melhores do Mundo. Bidô Galvão tem um papel mínimo, como mãe de um capoeirista perseguido pela polícia (sem motivos previamente explicados), mas mostra sua força para papeis dramáticos. Embora haja pontos positivos, eles são poucos para atenuar a ruindade do filme. Detestei. Fizeram bem os quatro que saíram do cinema ao final da projeção do curta Ratão. Talvez já sabiam que não valia a pena ficar para ver o longa de uma hora e meia de duração.

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