O voo Brasília-Belo Horizonte (Confins) saiu com uma hora de atraso. Em ambas as cidades, os aeroportos estavam lotados. Não despachamos malas, por isso, nossa saída foi rápida, mas enfrentamos nova fila para comprar a corrida de táxi até o Hotel Mercure Lourdes (Avenida do Contorno, 7.315, Lourdes), cujo valor está em R$ 87,00, além de outra fila para esperar um carro. Foi a primeira vez que chego em Confins e tenho que ficar em uma fila, aguardando um táxi chegar no ponto. O trânsito estava bom. Assim, chegamos ao hotel às 22:20 horas. O check in foi eficiente. Apartamento no décimo nono andar, com uma vista deslumbrante da cidade. Nem deu tempo para desfazer as malas, porque nossa diária é em valor promocional de final de semana, chamada diária cultural (R$ 149,00 com café da manhã), exigindo a apresentação, por diária, de uma entrada de museu, show, teatro ou cinema. Já tinha checado os horários dos filmes, sabendo que há sessões depois de 23 horas no Cinemark do Pátio Savassi Shopping. Pegamos um táxi na porta do hotel. A corrida é pequena, dá até para fazer a pé, mas o tempo corria. Pedi ao motorista para sair da Avenida do Contorno, pois o trânsito estava lento. Depois descobri que era por causa de um show no Chevrolet Hall, ao lado do shopping para onde estávamos indo. Descemos na Praça da Savassi, pagamos a corrida de R$ 8,00, subindo a pé para o shopping. O centro de compras ainda estava aberto, com horário especial de Natal. Paramos antes no quiosque do Ah! Bom Café, onde fizemos um lanche rápido. Chegamos na bilheteria às 23 horas, hora de início da última sessão do filme escolhido, A Rede Social. Sessão esgotada. Tendo que ver um filme ainda no dia 10/12, comprei para o próximo disponível. Não pagamos entrada, pois tinha cortesias para a rede Cinemark, trocadas pelos pontos que acumulei no programa DOTZ. O filme escolhido foi Enterrado Vivo (Burried), do qual não tinha nenhuma informação. Estreia na direção do espanhol Rodrigo Cortés, com produção americana, protagonizada por Ryan Reynolds (Paul Conroy). O filme me surpreendeu positivamente. O título brasileiro entrega o seu final, mas nem por isso ficamos quietos na poltrona. É um suspense crescente, agoniante, cheio de surpresas, claustrofóbico. O cenário é único: um caixão de madeira no qual Conroy, um motorista americano que prestava serviços no Iraque em 2006, acorda. Ele está amarrado, com a cabeça sangrando e não sabe porque está naquele espaço mínimo, sem possibilidades de se sentar. Um celular vibra aos seus pés. Começa, então, sua luta contra o tempo para sobreviver, ligando para sua família, para conhecidos, para a empresa para a qual trabalha, para o serviço de emergência americano, para o FBI, para o Departamento de Estado americano, além de receber várias ligações de seu sequestrador, exigindo dinheiro para o resgate e a gravação de vídeos. A interpretação de Reynolds é perfeita. Ele nos passa todo seu sofrimento e sua vontade de sair do caixão. Nos diálogos pelo celular, identificamos críticas ferozes à ocupação americana no Iraque, à maneira como os serviços telefônicos são atendidos e à supremacia dos interesses corporativos em detrimento ao indivíduo. No inicio, o público ainda consegue rir de algumas falas, mas na medida em que o filme evolui, as risadas desaparecem, ficando um clima de suspense na sala de cinema. Um filme que nos faz prender a respiração, nos fazer mexer na poltrona, mas nos faz pensar sobre nossa realidade. Um dos melhores filmes que vi neste ano de 2010. Na saída, o shopping já estava fechado. A única maneira de deixar o shopping é pela garagem, um absurdo para quem não está de carro, pois o espaço é pequeno, sendo um verdadeiro perigo para quem tem que sair a pé, pois é a mesma saída de carros. A administração do shopping deve repensar esta atitude, deixando aqueles que não estão com carro no seu estacionamento sair por uma das portas do centro comercial. Pegamos um táxi para o hotel, pagando R$ 7,00 pela corrida. Não quis comer mais nada, apenas deitar e dormir. Já passava de uma hora da madrugada.
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