City tour confirmado por e-mail, ainda no Brasil, para ter início às 9:30 horas da manhã de terça-feira em Cartagena. Assim, descemos uma hora antes para tomar o café da manhã em mesa localizada em uma das alas do claustro do hotel, onde há muita vegetação e pássaros típicos da região, como um tucano de bico verde e um pássaro de plumagem negra chamado Maria Mulata. Nosso guia chegou pontualmente ao hotel. Ele gosta de ser chamado por Nico e tem experiência de 25 anos com turismo na cidade. Nosso tour era privativo, somente para nós seis. Dirigimo-nos para o micro-ônibus que nos conduziria pelas quatro horas que durou o passeio. O guia falava pausadamente, bem devagar, sobre a história da cidade. Contou sobre a vida no local quando só havia a parte murada da cidade, onde haviam dois locais bem distintos, embora com casas semelhantes em sua estrutura. As mais suntuosas e elegantes ficavam na parte hoje conhecida como San Diego, onde viviam os mais endinheirados, enquanto os mais modestos viviam no hoje chamado Centro. Realmente as casas com balcões, portas e janelas de madeira tem a mesma arquitetura, mas o tamanho e a qualidade são distintas. Saímos da área perto do hotel para encontrar um trânsito truncado, com muita gente atravessando as ruas em direção a uma fila de ônibus bem velhos. É o local onde tais ônibus partem do centro da cidade, que conta com um milhão de habitantes, para os diversos bairros de Cartagena. Nesta confluência de gente, ônibus, táxis e carros, está uma estátua em homenagem à índia Catalina, uma importante figura da história local. Saímos da área murada, atravessando uma ponte sobre um braço de mar, indo em direção ao bairro Manga, primeiro bairro que surgiu fora dos muros e para onde os endinheirados se mudaram, construindo grandes mansões. Muitas delas ainda existem. No percurso, o guia ia nos mostrando as mais bonitas, dizendo quem hoje as habitavam. Nosso destino era a Colina de La Popa, parte mais alta da cidade, onde está o Convento de La Popa, dos dominicanos. A estrada que lhe dá acesso é íngreme e muito sinuosa. No caminho, geralmente nas curvas mais fechadas, cruzes de cimento pintadas em branco e azul com um algarismo romano indicam as 14 estações da Via Sacra. Curiosamente, a procissão que para nestas cruzes, saindo do convento em direção à Iglesia de La Candelaria, padroeira da cidade, não acontece na Sexta-Feira da Paixão, mas sim no dia 02 de fevereiro, dia dedicado à santa. No meio do caminho, vi uma chiva, um ônibus aberto, muito comum na região, que hoje é muito utilizado por turistas em roteiros específicos na cidade. No alto da colina, descemos pela primeira vez do ônibus. Logo fomos assediados por vendedores de água, bonés, chapéus, bijuterias em prata, comida, enfim, uma infinidade de objetos. Pagamos cada um 8.000 COP pela entrada. Passada a bilheteria, um senhor de idade carregava um bicho preguiça. Ele levava o bicho até o turista e deixava que tirassem fotos carregando o animal, para depois cobrar 10.000 COP. Ric acabou negociando para tirar a foto e pagou 2.000 COP a menos. O convento não tem muita coisa interessante para se ver, a não ser seu belo claustro, com muito bouganville florido. No entanto, a vista da cidade que se tem lá do alto vale a pena, dando-nos uma ideia do seu tamanho e das ilhas e braços de terra que compõem o seu espaço geográfico. Também ali podemos ver o Abismo del Cabrón, uma alusão a uma lenda sobre um bode de ouro que os religiosos jogaram no despenhadeiro atrás do convento quando encontraram indígenas e negros fazendo adoração ao diabo personificado na tal estátua de ouro, obviamente nunca encontrada. Voltamos para o ônibus. O próximo destino foi o Castillo de San Felipe, construído pelos espanhóis no século XVII, sendo o maior forte da América colonial. Também pagamos para entrar. O bilhete custou 16.000 COP por pessoa. Também há um assédio intenso de vendedores ambulantes quando vamos descer ou subir no ônibus. Trata-se de uma fortificação, como muitas outras que já entrei, mas com algumas particularidades. Há túneis que se pode visitar, muito estreitos e escuros, que eram utilizados não só como proteção, mas também como possível rota de fuga em caso de ataque. Outro destaque é a enorme bandeira da Colômbia que tremula ao vento em uma de suas extremidades. Voltamos para o ônibus e para a cidade murada. O guia queria fazer duas paradas que recusamos, ambas em locais para comprar produtos locais, uma área dedicada ao artesanato e outra à venda de esmeraldas. Preferimos continuar o passeio. Saímos, então, da zona murada em direção à parte moderna da cidade, onde estão as praias badaladas, grandes hoteis e muitos bares. No caminho, vimos uma escultura bem grande do pássaro Maria Mulata em uma praça em frente ao Mar do Caribe. A cor da areia da praia é marrom e o mar é quieto, barrento, sem muitas ondas. Parece mais uma grande piscina. A faixa de areia é estreita, sem barracas, mas com muitos vendedores ambulantes. No lugar dos guarda-sóis, populares nas praias brasileiras, há tendas onde ficam quatro, cinco cadeiras. Como não gosto de ficar em praia, decidi que aquelas praias estavam de bom tamanho conhecê-las pela janela do ônibus. A região de praias começa no bairro de Bocagrande, se estendendo até a região chamada El Laguito, passando por um bairro residencial da classe mais rica, o bairro Castillogrande. Demos uma grande volta por estas praias, vimos o edifício mais alto da cidade, com 44 andares, voltando para a zona murada. Já passava de 12:30 horas. Descemos do ônibus na entrada em frente ao Hotel Charleston Santa Teresa, também cinco estrelas, também em edificação que outrora funcionava um convento. Seguimos a pé pela região de San Diego, parando para tirar fotos das belas e conservadas casas coloridas, com seus balcões enfeitados de flores. Nesta caminhada, passamos em frente à Catedral da cidade, chegando à Plaza de Bolívar, muita movimentada e bem arborizada. Nesta praça estão alguns prédios de interesse turístico: a sede do governo da região, o antigo Cabildo, onde, de seu balcão, foi lida a carta de independência de Cartagena, em 1811; o Palacio de La Inquisición Y Museo Historico de Cartagena; e o Museo del Oro Zenú. Não entramos em nenhum deles. Continuamos nossa caminhada, conhecendo a Plaza de San Pedro Claver, uma bela praça onde está o Convento y Iglesia de San Pedro Claver e o Museo de Arte Moderno, motivo pelo qual há várias esculturas espalhadas em seu entorno. Também conhecemos uma escultura de Botero em outra pequena praça, repleta de restaurantes onde os garçons tentam atrair os turistas com uma abordagem insistente sobre suas opções de comida e bebida. Outra praça pela qual passamos foi a enorme Plaza de La Aduana, com há uma estátua de Cristóvão Colombo ao centro. Nesta praça estão algumas agências bancárias, além de uma filial do Hard Rock Café, situado em prédio histórico e bem conservado. Na região, estão algumas casas de câmbio. Chegamos, enfim, à porta principal da Cidade Amuralhada, como os locais chamam esta parte murada de Cartagena, onde há uma torre amarela com um relógio. Por causa deste relógio, a torre com a passagem em arcada é chamada Puerta del Reloj. De lá, voltamos pelas ruas do Centro até chegarmos novamente ao hotel. Eram 13:30 horas, exatas quatro horas depois de termos saído para fazer este rico passeio. Pagamos 510.000 COP ao guia Nico pelo tour, valor previamente acertado por e-mail. Decidimos almoçar por perto. Pedimos uma indicação aos funcionários do hotel. Foi-nos recomendado o restaurante Juan del Mar (Plaza de San Diego # 8-12), na contra esquina da entrada principal de nosso hotel. Especializado em frutos do mar e pescados, o restaurante conta com três ambientes: um externo, com mesas na rua, onde ninguém estava por causa do calor e do sol que fazia; um interno, bem ventilado, e um mais interno, com ar condicionado. Preferimos este último. A decoração é em azul, com elementos que lembram o mar, tais como conchas, velas, redes e imagens de sereias que são colocadas nos barcos para espantar os maus espíritos. Com muita sede, pedi um refrigerante colombiano chamado FresKola, de cor rosa. Tanto a cor quanto o sabor lembram o Guaraná Jesus, muito popular em São Luís, Maranhão. Para comer, fiquei na especialidade da casa, ou seja, peixe. Pedi um mero grelhado com azeite e ervas finas, acompanhado de vegetais quentes. Assados em papel alumínio, tais vegetais eram brócolis, couve-flor, cenoura, milho, abobrinha e vagem. São assados sem sal, mas ao acompanhar o peixe, bem temperado, ganham um sabor especial. Muito bom meu prato. Todos comeram muito bem. Foi uma boa surpresa o restaurante. Alguns pediram sobremesa, mas preferi continuar firme em minha dieta. O serviço também me surpreendeu. Não foi perfeito, mas os garçons se preocuparam em atender bem a nossa mesa e em saber como estavam nossos pratos. Como nos demais restaurantes em que fomos até aqui na Colômbia, o senão ficou por conta na demora em que os pratos levam para serem servidos. Pela conta, pagamos um total de 402.000 COP. Voltamos para o hotel. Eu fiquei no quarto, tomando um excelente banho relaxante, enquanto a maioria preferiu curtir o final da tarde na beira da piscina. Para o jantar, já temos reserva em um conceituado restaurante, na zona murada, chamado San Pedro.
Olá Noel,
ResponderExcluiros seus relatos estão muito bons.
Você tem o contato do guia?
Poderia me passar?
Obrigada
Sandra
Prezada Sandra,
ExcluirObrigado por gostar de meus relatos. O guia que contratei em Cartagena se chama Nicomedes Vergara - e-mail: nivermel@hotmail.com - celular +57 315 710 8700