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quinta-feira, 28 de abril de 2011

CONFRARIA VINUS VIVUS - 53ª REUNIÃO

Na última segunda-feira, a Confraria Vinus Vivus se reuniu pela 53ª vez, no mês em que ela completou cinco anos de existência. Foi a vez de saudar dois novos confrades e recebermos a notícia de que um deixava de participar. Desta forma, o grupo ficou com nove pessoas, contando o professor. Para a reunião de maio, já há candidatos para preencher esta última vaga. O tema desta vez foi inusitado. Escolhemos degustar vinhos tintos produzidos com castas pouco comuns. Foram três vinhos degustados na noite. Houve um contratempo com o professor, o que fez a reunião se iniciar com um considerável atraso. Como de costume, antes de sentarmos em volta da mesa, sentimos alguns aromas do kit Le Neuf du Vin, tentando identificá-los e, ao mesmo tempo, educando nosso nariz aos possíveis aromas que poderíamos encontrar nos três vinhos em seguida apreciados. Vamos a eles:


Primeiro Vinho da Noite



Villa de Corullón

Região: Bierzo,León, Espanha
Produtor: Descendientes de J. Palacios
Safra: 2005
Álcool: 14,5%
Castas: 100% mencia.
Guarda: ainda é imprecisa uma definição, pois a região é nova em matéria de produção de vinhos. Pelas características apresentadas, pode ser de dez anos.
Estágio: 10 meses em barricas de carvalho.
Cor: rubi, rubi.
Aroma: cassis, floral, ervas, pimenta do reino, violeta, tangerina. Após descanso na taça, o aroma evoluiu para tabaco e pão tostado, características adquiridas pelo estágio em madeira.
Boca: especiarias, picante, boa acidez, taninos presentes e fortes, o vinho seca a boca, mas não é agressivo.
Harmonização: pede comida, especialmente uma carne vermelha.
Preço de mercado: R$ 240,00
Importador: Mistral
Observações: vinho produzido com 100% de vinhas velhas. Produção pequena, com informações do número de garrafas no contra-rótulo: 12.592 garrafas de 750 ml, 50 do tipo magnum, 7 do tipo duplo magnum e 7 do tipo jeroboam.
Preferência: Foi o preferido da noite por três confrades.

Segundo Vinho da Noite



Primofiore

Região: Negror, Veneto, Itália
Produtor: Giuseppe Quintarelli.
Safra: 2005
Álcool: 13,5%
Castas: corvina veronese, rondinella e cabernet sauvignon, sem especificação da porcentagem de cada uma.
Estágio: 14 meses em barricas de carvalho.
Cor: rubi, com reflexos granada.
Aroma: trufas, melado de cana. Após descanso na taça, o aroma evoluiu para um doce ácido.
Boca: aveludado, seco, levemente adocicado, tendo em vista que é feito pelo método passito (mesmo método utilizado na elaboração do Amarone).
Harmonização: carne ao molho adocicado, porém forte.
Preço de mercado: R$ 220,00
Importador: Mistral
Observações: o produtor é o responsável pelo melhor vinho Amarone da Itália.
Preferência: Foi o preferido da noite por cinco confrades, sendo, portanto, o campeão da degustação da 53ª reunião da confraria.

Terceiro Vinho da Noite



Romas

Região: Blewitt Springs, Austrália
Produtor: Claredon Hills
Safra: 2007
Álcool: 14,5%
Castas: 100% grenache.
Estágio: 18 meses em barricas de carvalho francês de primeiro a quinto uso.
Cor: rubi, turvo, pois não é filtrado.
Aroma: manga, cassis, tutti frutti.
Boca: adocicado, defumado.
Preço de mercado: R$ 520,00
Importador: Viníssimo.
Preferência: Foi o preferido da noite por um confrade.

Após a degustação, nossa anfitriã nos ofereceu um belo jantar. Como já de costume, também houve harmonização com vinhos mais baratos do que os degustados na noite. Começamos com um tartare de salmão e beringela, acompanhado pelo vinho branco chileno Amplus do produtor Santa Ema, da região do Valle de Leyda. 100% chardonnay, com 14% de teor alcoólico, o vinho passa 10 meses estagiando em barricas novas. Seu aroma lembrou manteiga e mamão. Importado pela Art du Vin, tem o preço de marcado de R$ 120,00. O professor levou duas garrafas, sendo uma delas ofertada por ela à confraria. Eu não experimentei o vinho com a entrada, mas todos os demais confrades o fizeram e aprovaram. Para regar o tartare, havia azeites provenientes de Espanha e de Portugal.



Em seguida, o prato principal, um arroz de aratu. Estava delicioso e regado com um dos azeites ficava melhor ainda. O professor pediu que fizéssemos a harmonização com dois vinhos diferentes, o branco já degustado com a entrada e um tinto francês da região de Languedoc produzido por Albert Bichot. De corte pinot noir e syrah, o vinho C'est La Vie, safra 2008, com 13% de álcool, surpreendeu, pois melhor harmonizou com a carne de caranguejo do que o vinho branco. Importado também pela Art du Vin, custando apenas R$ 45,00.




Um surpresa preparada pela anfitriã foi a sobremesa, um delicioso rocambole de laranja com um coulis de uma fruta típica do sul argentino chamada el calafate. O azedinho do coulis casou perfeitamente com o doce do rocambole. Para harmonizar com a sobremesa, a anfitriã nos ofertou um Sauternes Reserve du Ciron 2008, com 13% de álcool, vindo da região de Bordeaux, onde é produzido por J. Calvet.


Fim de uma noite deliciosa, com os confrades, antigos e novatos, em uma excelente celebração. Já temos data e tema para nossa reunião de maio. Será uma degustação vertical, ou seja, um mesmo vinho porém com garrafas de safras diferentes. O professor é o responsável por decidir o rótulo.

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