Encerra neste domingo a temporada em Brasília da peça A Lua Vem da Ásia, texto do escritor mineiro Walter Campos de Carvalho, adaptado para os palcos por Chico Diaz que também é o intérprete neste monólogo dirigido por Moacir Chaves. O ingresso custou R$ 7,50 (meia entrada). O teatro recebeu um bom público, com presença dos atores Chico Santana e de Elisa Lucinda na plateia. No entanto, o Teatro I não estava lotado na noite de quinta-feira, quando estive presente. A peça tem quase duas horas de duração e é dividida em duas fases. A primeira é em cenário escuro, quando o personagem está em um manicômio, que ele chama de hotel. Ali, ele começa a contar sua vida, cheia de reviravoltas e fatos absurdos, surreais. Há um uso interessante de projeção de imagens, o que ajuda a prender a atenção. Eu estava cansado, motivo pelo qual o escurinho me deu um certo sono, mas resisti, pois o texto, cheio de ironias, de non sense e de humor ácido conseguiu prender minha atenção, isto sem falar na magistral performance de Chico Diaz. A segunda fase começa com a fuga do personagem e suas andanças pelo mundo em situações absurdas, com saída de um país para outro do mundo sem respeitar muito a geografia e nem mesmo as distâncias. Nesta parte o cenário é muito claro com uma projeção no pano de fundo em forma de semi-círculo de um céu com nuvens, que alterava a cor conforme o passar de um dia (ou vários dias). Nesta segunda fase, o texto é mais sarcástico e Diaz fica melhor ainda. Ele consegue alterar totalmente o estado de espírito do personagem apenas com pequenas alterações na forma de olhar ou nas expressões faciais. É um texto para refletir sobre a sociedade em que vivemos (mesmo escrito na década de cinquenta, não ficou datado, valorizado ainda mais pela adaptação de Diaz). Ao terminar, as palmas foram demoradas, muito justo pela magnífica atuação deste ator que fica cada vez melhor com o passar dos anos. Vida longa a Chico Diaz nos palcos e nas telas de cinema, onde ele tem oportunidade de mostrar plenamente seu talento. Gostei muito.
Se não me engano, ele é descendente ou mexicano mesmo, sabia?
ResponderExcluirVocê tem razão, ele é nascido no México, filho de um diplomata paraguaio que servia naquele país.
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