Capa do programa do projeto Alô...Alô? 100 Anos de Carmen Miranda, patrocinado pelo Banco do Brasil
Neste final de semana começou no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (SCES Trecho 2, Conjunto 22) o projeto Alô...Alô? 100 Anos de Carmen Miranda. Serão quatro finais de semana, sempre com dois cantores revisitando velhos e eternos sucessos de Carmen. Em cada final de semana haverá uma espécie de mestre de cerimônias que apresenta a história desta grande artista brasileira (sim, brasileira, porque assim ela se sentia e se declarava).
No primeiro fim de semana de maio, Ruy Castro, que escreveu uma completa biografia de Carmen, expõe sobre a fase brasileira da cantora, quando popularizou as marchinhas e fez grande sucesso. Doze músicas foram interpretadas por Pedro Luís (o mesmo do Pedro Luís e A Parede e do Monobloco) e por Roberta Sá, uma das grandes vozes da atual safra de cantoras brasileiras. A direção musical ficou a cargo de Luís Filipe de Lima, que também toca violão no show. A cozinha do show foi completada com os instrumentistas Pedro Vasconcelos (cavaquinho); Valerinho (pandeiro); Júnior (percussão) e Eduardo Neves (sopros). O teatro do CCBB/DF estava lotado, com predominância de pessoas da terceira idade. Jovens também estavam presentes. O show começou com quinze minutos de atraso e durou uma hora e quinze minutos, incluindo o indefectível bis.
Ruy Castro, muito feliz pela conquista do tricampeonato carioca pelo Flamengo, conta, de maneira bem descontraída, histórias da bomshell brasileira, mas sem acrescentar novidades para quem já leu a biografia que ele escreveu sobre ela (meu caso). As músicsa foram divididas em quatro blocos, intermediados por falas de Ruy. Pedro Luís começou um pouco contido, cantando as três primeiras músicas. O segundo bloco foi de Roberta Sá, que também contida no palco, mostrou sua bela e afinada voz cantando sucessos de Carmen, como Taí e Tico-Tico no Fubá. O terceiro bloco foi de Pedro Luís cantar mais duas músicas, já mais solto. Roberta Sá volta no quarto bloco e faz uma interpretação brilhante de Balancê, sem medo da plateia se lembrar de Gal Costa cantando a mesma canção na década de oitenta. Ela inclusive fala sobre a interpretação de Gal, um estrondoso sucesso e sobre o não sucesso da música na voz de Carmen. Ao interpretar Na Batucada da Vida, lembrei-me de Elis Regina. O ponto alto é a interpretação de Roberta para Disseram Que Voltei Americanizada, com um começo à capela. Ainda no quarto bloco ela chama Pedro Luís para um dueto em Alô, Alô. O bis foi novo dueto, deta vez cantando Quem É?, de Custódio Mesquita e Joracy Camargo.
Estava só no show, mas as músicas de Carmen preencheram todo o espaço que esta solidão momentânea foi dissipada.
Dou nota 8,5 para o show e já me agendo para os três próximos finais de semana.
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