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sexta-feira, 1 de maio de 2009

DIA DO TRABALHO



Restaurante La Mar, Itaim, São Paulo








O feriado começa bem tarde para nós. Durmo muito e levanto já mais de meio dia. Perdido o café, a fome já dá sinas de vida. Hora de banho e decidir o restaurante. Como havia prometido a um amigo em Brasília que iria ao novo restaurante peruano na cidade para dizer a ele minhas impressões sobre o local, bebidas e comidas, procuro o endereço do restaurante La Mar, do chef peruano Gastón Acurio, renomado chef com restaurantes no Peru, Chile, México e Estados Unidos. Telefono e uma simpática atendente me informa que estão abertos para almoço até 15 horas e que não há necessidade de fazer reservas e que, naquele momento, estava tranquilo. Pegamos um táxi, pagamos R$17,00 e chegamos ao restaurante às 13:40 horas. Somos recebidos por uma atendente que pergunta se tínhamos reserva. Digo que não. Ela diz que temos que esperar pouco tempo no bar. Faço uma observação de que liguei alguns minutos atrás para fazer reserva e disseram-me que não era necessário. Um jovem nos aborda e diz que o restaurante separa 40% das mesas para reserva e que todas estavam ocupadas. Digo que esperarei no bar, mas que tal informação poderia ser dada no momento em que liguei. Um homem com feições orientais (que mais tarde descubro ser o sócio do chef peruano) ouve a conversa. Sentamos no bar e nos entregam a carta de bebidas. Nem abrimos e uma jovem nos leva para uma mesa para dois. Creio que o proprietário agiu para que sentássemos logo. O restaurante tem uma decoração bonita, sem grandes ostentações. O pé direito é bem alto. Predominam bambus em uma das paredes e a cor azul numa espécie de vitral acima da cozinha, semiaparente. O azul também é a cor das cadeiras. As mesas são em madeira escura. Lustres modernos pendem do teto. Um lustre branco, lembrando as lanternas japoneses, pende em um dos cantos do restaurante, próximo a parede de vidro que faz a frente do local para a rua. Dois cardápios nos foram oferecidos, ambos de papel cartão e sem páginas para virar. O de cor amarela relaciona as bebidas e sobremesas. O de cor azul, os pratos. O jogo americano também é em papel e nas mesmas cores dos cardápios. Pedimos para beber drinks com pisco. O meu estava ótimo, levava limão e pepino, com o singelo nome Presença de Anita. Ric pediu, por duas vezes, um drink chamado Gostosa, com pisco, manga e laranja. Como couvert, um balde de alumínio cheio de batata, cará e banana, todos em lâminas fritas bem finas. Para acompanhá-los três molhos, sendo um picante, um levemente picante e um de ervas. Não experimentei nenhum molho. Comi apenas os chips e adorei todos. O de cará estava com um sabor maravilhoso. Ric pediu um pisco souer para experimentar. Achou forte demais. Para comer, pedi o clássico da comida peruana: cebiche. Como queria experimentar mais de um e Ric não gosta de peixe cru, pedi a opção degustação do cardápio. São quatro tipos de cebiche que vem em uma prancha de madeira, em quatro taças de vidro (as taças lembram as mesmas taças que serviram os drinks, aquelas nas quais se bebe Martini). Veio um cebiche de atum (para mim, o gosto de coentro, que detesto, estava acentuado), um de frutos do mar, cujo nome é Elegante, estava ótimo. Completavam o prato outro de frutos do mar e o chamado clássico, de robalo e limão. Gostei muito dos três últimos. Ric pediu um arroz norteño, uma espécie de risoto, sem ser com arroz arbóreo, de cor esverdeada, pela presença do coentro, e com frutos do mar. Ric achou azedo (talvez pela presença do limão) e muito arroz e pouco frutos do mar. Os pratos são bem servidos, longe da linha nouvelle cuisine francesa. Na mesa ao lado, um jovem recebia uma atenção especial de garçons, gerentes, hostess, enfim, de todo o staff do restaurante. Ele recebia mini pratos, provava, anotava em um caderno, fotografava prato por prato. Como sou curioso, perguntei se era crítico gastronômico. Não era. Amigo dos cozinheiros e do proprietário brasileiro, trabalha como sushiman em um famoso restaurante da cidade. Gosta de dar notas em comidas e escreve para um site, sem ser um crítico. Muito simpático, tirou uma foto de nossa mesa em nossa máquina. Para sobremesa (sim, abri uma exceção para experimentar tudo para meu amigo), pedimos a opção degustação para compartir. Nesta degustação, três sobremesas: picharones (nada mais que um sonho com molho de rapadura), arroz de leite (um arroz doce mais leve que o mineiro) e um suspiro limeño (doce de leite quase líquido com suspiro em cima). Café nespresso para fechar esta orgia gastronômica. A conta ficou em R$243,10. Ficamos praticamente duas horas no restaurante. Bem cheio, com muitas pessoas nos diversos bancos altos do bar, esperando mesas para almoçar. O serviço pode melhorar, especialmente em relação às bebidas, que demoram muito para chegar à mesa. Pelas minhas observações, o prato mais pedido é o cebiche, em suas diversas opções. A opção degustação tem muita saída. Todos os pratos tem uma apresentação bonita e interessante.
Pegamos um táxi na porta e fomos direto para o Center 3, na Avenida Paulista, cuja corrida nos custou R$19,50. Fila do cinema bem grande. O filme escolhido, Divã, começaria dali a dez minutos. A fila anda rápido. Compramos duas entradas inteiras e pagamos R$34,00. Entramos nas propagandas. O filme com Lília Cabral repetindo o papel de Mercedes que fizera no teatro com grande sucesso de público e crítica é uma comédia leve, sensacional. As pessoas no cinema riam muito de várias cenas. Lília, como sempre, está ótima, fazendo uma Mercedes contida, mas cheia de graça e de vida. Vale a pena ver esta comédia brasileira, que parece estar sendo bem aceita pelo público. Parabéns à Lília Cabral e a todos o atores de apoio, além, é claro, felicitações para José Alvarenga Jr., o diretor da fita. Ao término do filme, demos uma passada na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, onde comprei os novos cds de Mariana Aydar (Peixes, Pássaros, Pessoas), Milton Nascimento & Belmondo, e Vanessa da Mata (Multishow Ao Vivo), além dos dvds de Vanessa da Mata (Multishow Ao Vivo), Noel, Poeta da Vila, de Ricardo Vilaça; e um filme de terror, escolhido por Ric (Cadáveres 2), e ainda a edição mais nova da revista DOM, agora em nova editora, a Fractal. A brincadeira ficou em R$215,30, divididos em três vezes no cartão. Passamos rapidamente no Pão de Açúcar da Alameda Santos e compramos ingredientes para o café da manhã nos dois dias que ainda ficaremos em São Paulo. Muito mais barato do que pagar o café da manhã no hotel - R$28,14 contra R$56,00 se optássemos pelo hotel.
Telefono para o Teatro Sérgio Cardoso e confirmo que há entradas para o espetáculo 7 - O Musical. Resolvemos ver. Pegamos um táxi e o motorista vai conversando sobre as salas de teatro paulistanas. Ao chegar em frente ao Teatro Sérgio Cardoso, nos indica uma cantina italiana bem em frente, dizendo ser a comida bem feita, música italiana e bom atendimento, além de um preço camarada em relação ao Famiglia Mancini. Decidimos aceitar a dica do motorista (já confirmei boas dicas de taxistas em várias cidades no Brasil). Pagamos a corrida, R$12,00, e enfrentamos uma fila enorme para comprar entrada. Eram 21 horas. Chegamos ao guichê vinte e cinco minutos depois, compramos duas inteiras por R$40,00 cada uma, valor para plateia (preço popular, conforme anunciado pela produção do musical). O prédio do teatro é grande, abrigando duas salas. O musical está na maior das salas, com 856 lugares e praticamente todos estão ocupados. Ficamos na fila "P", à esquerda do palco, com visão de 95% do palco. O musical começa com dez minutos de atraso. O espetáculo fez sucesso no Rio de Janeiro, onde recebeu três prêmios Shell, direção, figurino e iluminação. A direção e o texto são de Charles Moeller e a direção musical é de Cláudio Botelho e Ed Motta, que assina as músicas. No elenco estão Alessandra Maestrini, Zezé Motta, Rogéria, Eliana Pittmann, Alessandra Verney, Suzana Faini, entre outros. A história é uma releitura de Branca de Neve e Os Sete Anões, sem os anões. O musical tem momentos de comédia e de drama. Zezé Motta está ótima como uma cartomante que faz trabalhos para recuperar o amor perdido. Rogéria é surpreendente no papel de uma cafetina e Eliana Pittman faz uma velhota, madrinha da malvada (a atualização da rainha má do conto de fadas). O espetáculo tem quinze minutos de intervalo e dura mais de duas horas. Havia algumas travestis na plateia acompanhadas de seus namorados. Um luxo!. Meia noite, fim de espetáculo, muito ovacionado pelo público. Saimos direto para a cantina italiana indicada pelo taxista. O nome do restaurante nada lembra os italianos: C...Que Sabe. A decoração é a clássica de uma cantina, com muitos utensílios antigos pendurados no teto e paredes. Também há os indefectíveis retratos de personalidades que frequentaram o local. Vários artistas e cantores. O restaurante foi fundado em 1931 e sua carta de vinhos é bem enxuta e sem grandes opções. O nosso pedido foi um Rio Sol tinto, nacional, para acompanhar um espaguete ao pesto genovese, prato para dois. Nada de extraordinário. Ficamos cerca de uma hora no restaurante e pagamos R$126,50. Do lado de fora, um táxi já nos aguardava. A corrida é bem rápida e o motorista, pernambucano, bem humorado. Conta histórias do Hotel Maksoud Plaza. Chegamos ao hotel às 01:40 horas, depois de pagar R$13,oo pela corrida de táxi.
Atualizo o blog para dormir.
Música do dia: Ed Motta - trilha sonora do musical que assistimos.

2 comentários:

  1. Noel,
    Que inveja, adoraria estar em São Paulo.
    Se possível vá ver a peça do Eucir de Souza, e caso vá, dê lembranças por mim.
    Lembranças para seu companheiro.
    Bjs

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  2. Querido Pek,

    Vou tentar ver a peça do Eucir, está em um teatro bem próximo de onde estamos hospedados. Meu companheiro retribui as lembranças.
    Bjs.

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