Tarde ensolarada, mas com prenúncio de frio durante a noite. Gente bonita e bem vestida entrando no C.E.U. Público feminino muito maior que o masculino, confirmando a fama e os números censitários de que Belo Horizonte tem mais mulher do que homem. Os óculos escuros são cada dia maiores. Todas usam. Todos usam. Muito cachecol em volta do pescoço, mas camisetinhas cavadas fazem o look dominante, mostrando a dualidade entre o clima quente do nosso país tropical, mas também do frio gelado das noites de outono. Não há mesas vazias. O espaço é muito grande, permitindo a tranquila circulação das pessoas. Todos os 41 bares participantes da décima edição do festival Comida di Buteco tem barracas montadas no espaço. O tira-gosto tem preço único (R$10,00) e há diversos caixas, o que contribui para reduzir ou, mesmo, eliminar filas. Um palco montado para os shows principais e um simpático coreto armado no meio do espaço para os shows da tarde. Já chegamos com um show em curso no coreto. Procuramos lugar para sentar e nada. Há mesas e cadeiras de plástico, de madeira e de caixote estrategicamente colocados ao longo de enormes mesas comunitárias, feitas de compensado tosco. Todas lotadas de pessoas e bolsas. O clima é de muita alegria. O desfile de mulheres e homens bonitos é grande. Há muita gente na faixa etária entre 20 e 40 anos. Poucos adolescentes e quase nenhuma criança. Os mais velhos estão sentados, à espera dos shows da noite e apreciando a cerveja, sempre gelada, e os tira-gostos. Em todas as rodas armadas, o assunto gira em torno dos pratos do festival, qual o melhor, qual vai ganhar, indicações para este ou aquele prato. Há três bares convidados, de fora de BH. São os vencedores das edições mais recentes do festival exportado da capital mineira para outras praças. No caso, os convidados vieram de Goiânia, Salvador e Rio de Janeiro. O segundo show da tarde começa por volta de 16:30 horas. É Maurício Tizumba com seus tambores. Show rápido, mas que leva um público dançando para a frente do palco. Tizumba permanece no palco e chama a próxima atração da tarde, Marina Machado, que faz um show delicioso, iniciando com uma música de sua irmã, Érika Machado, emendando em seguida sucessos de sua carreira. Tizumba volta ao palco para fazer a última música em duo com Marina. O bis é inevitável e todos os músicos que se apresentaram até aquele momento estão no palco para cantar e tocar uma dançante música de Tizumba. Encontro Raquel, Margarida e Cristina, colegas de trabalho em Minas Gerais. As três animadas, dançando as músicas de Marina e Tizumba. O público não para de chegar. A circulação é tranquila, mas há muita gente. Os petiscos são degustados sem parar. Começamos, eu, Murilo, Rosa, Marli e Chica (mais tarde Juninho se juntou a nós), nossa peregrinação entre as barracas. Bolinho de bacalhau, maçã de peito, caldo de pé de porco com confit de pato, berinjela, bolinho de angu com taioba, mostarda crocante, medalhão de avestruz, feijão tropeiro, enfim, uma diversidade de pratos e todos muito saborosos. Dos que provei, meu favorito é o de berinjela com bolilnho de angu recheado de taioba. Vamos para o lounge, uma tenda armada no espaço com DJs tocando ininterruptamente. Quando entramos, já noite, o som na caixa era música brasileira dançante. Saimos para ver o show principal da noite, Moacyr Luz e banda com seus convidados Aline Calixto, Elton Medeiros e Luiz Melodia. Pouco mais de uma hora de show no qual grandes sambas de Cartola, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, entre outros, e feitos em parceria com Elton Medeiros ou Moacyr Luz foram cantados e acompanhados pelo público, que tinha uma diversidade de idade muito grande. Final do show, todos os cantores estão no palco cantando e colocando a galera para sambar, espantando o frio que insistia em gelar a noite. Fim do espetáculo, muitos vão embora. Ficamos para mais uma rodada de tira-gostos e cerveja (para quem bebe, claro). Nas caixas de som, rolavam músicas internacionais que fizeram sucesso na década de 70 e 80 e embalam as grandes festas até hoje. Cansados, sentamos na arquibancada para as últimas conversas. Depois de nove horas na festa da saideira, é hora de ir embora. A fila de táxi é imensa, sinal de que os frequentadores começam a ter consciência que é melhor deixar o carro em casa, se divertir com os amigos e parentes, bebendo, sem a preocupação de ter que dirigir e parar em alguma blitz (muitas armadas, para o bem de todos nós, em todas as vias de saída do local). Saí com a certeza de que valeu a pena pagar R$40,00 (valor do ingresso inteiro, comprado ainda em abril, pois este valor subiu para R$50,00 a partir de maio) para participar desta festa. Fila imensa, mas nenhuma espera. A fila flui rapidamente. Já me programo para 2010, mas, antes, haverá a festa da saideira do mesmo festival em Brasília, no final de junho e que devo participar.
Noel,
ResponderExcluirAdoro a saideira do Comida di Buteco, e deve ter sido ótimo mesmo.
Não quis te dizer, mas não fui também, além do trabalho, porque minha mãe estava internada desde quarta, como pedra na vesícula - e de carona, com pancreatite.
Mas graças, ela teve alta hoje à tarde e já está em casa.
Outa coisa:
- que eu saiba, Érika não é irmã da Marina, só parceira, já que Marina gravou e canta músicas dela.
Bjs
Pek,
ResponderExcluirDesejo uma boa recuperação para sua mãe.Quanto à Érika Machado, foi uma amiga minha que é amiga de Marina quem me disse durante o show. Vou checar esta informação.
Bjs.