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domingo, 17 de maio de 2009

PROJETO BELAS 2





Último show do Projeto Belas 2 que acontece no Espaço Brasil Telecom, nas dependências do Brasília Alvorada Hotel. Meia hora antes do horário marcado para o início do show, as portas do teatro já estavam abertas, mas o público prefere ficar no saguão, conversando, bebendo, vendo e sendo visto. Somente quando soa o segundo sinal é que um número expressivo de pessoas entra na sala onde aconteceu o show de Teresa Cristina (R$40,00, entrada inteira).
Apenas dez minutos de atraso e é anunciado o show. Teresa Cristina será acompanhada apenas por dois músicos, um violonista (Bernardo) e um percussionista (Pretinho da Serrinha). Desta vez não há o Grupo Semente que a acompanha em shows na Lapa e em seus cds. Ela anuncia que o show é feito exclusivamente para o projeto e informa que está nervosa, pois é sua primeira apresentação após ser mãe pela primeira vez. O teatro está praticamente lotado. O show é lindo. Teresa fez uma seleção de músicas de seus trabalhos já gravados, especialmente o iluminado Paulinho da Viola. Mas não se limitou a isto. Cantou música que não estava no roteiro, cantou música que nunca gravou (Ela, de Herivelto Martins), apresentou música que estará em seu próximo trabalho (Convite à Tristeza). A música que não estava no roteiro é de Paulinho da Viola. Ela explica que encontrou com ele no saguão do hotel em que estava hospedada em Brasília e decidiu, ao se dirigir ao teatro, colocá-la no repertório do show. Ela diz que Paulinho da Viola está em Brasília para assistir ao show da filha no CCBB. Bingo, descubro, pois, que Beatriz Faria, a bela morena de voz afinada que vi na noite de sexta-feira no projeto que homenageia Carmen Miranda é a filha de Paulinho. A máxima que diz que filho de peixe, peixe é, fica confirmada. Teresa domina completamente a plateia com seu canto e com a empatia que conduz ao longo do show. Faz brincadeiras, especialmente ao cantar a música Pecado Capital, de Paulinho da Viola, dizendo que aquela música foi feita para ser cantada em Brasília (dinheiro na mão é vendaval, dinheiro na mão é solução...). Também diz que, segundo o pediatra de sua filha, estaria mais sensível no período da amamentação. E ela demonstra esta sensibilidade ao cantar os sambas de Zé Ketti, Paulinho, Chico Buarque, entre outros bambas da nossa música. Mas também chora ao ser aplaudida ao final do espetáculo. Ela não sai do palco, diz que todo artista gosta de fazer charme saindo e depois voltando ao ouvir os pedidos de mais um. Ela diz que ficará e canta mais duas músicas. A plateia pede mais e sugere algumas. Ela diz que as sugestões são músicas lentas e que gostaria de cantar alguma música para dançar. A galera, já de pé, aplaude e ela emenda mais duas músicas. Parecia que o show seria interminável, até que o leite começa a pingar de sua roupa. Ela, muito espontânea, diz que tem que acabar o show. Sai ovacionada. Belo show. Teresa prova que a simplicidade pode ser um diferencial positivo enorme. Uma cantora, dois músicos, um pano de fundo com uma aplicação brilhante de uma flor. Luzes corretas. Apenas isto e um belíssimo show.
A nota triste da noite é que ela anunciou que correm boatos que aquele seria o último show no Espaço Brasil Telecom, pois ele fecharia. Se for verdade, triste notícia para Brasília, que perderia um espaço que acaba de completar um ano e já se firmou como alternativa, especialmente para projetos mais intimistas. Sei que a Brasil Telecom foi comprada pela Oi e que a nova empresa tem sede no Rio de Janeiro, mas porque não manter este belo espaço ostentando o nome da nova empresa?


2 comentários:

  1. Noel,
    Adoro a Teresa Cristina.
    Vi um show dela em São Paulo, que contou com a participação de Monica Salmaso.
    Você já viu o DVD Três Meninas do Brasil, com ela, Jussara Silveira (que amo!) e Rita Ribeiro?
    É lindo!
    Ah, outra coisa, sou novo colunista da Revista Zingu!, publicação com foco no cinema paulista, que adoro.
    Veja lá no Insensatez e na Zingu!, claro.
    Bjs

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  2. Tenho o DVD, mas ainda não vi. Adoro o cd e adoro Jussara silveira também. aliás, foi você quem me apresentou a música de Jussara, na casa de Miguel, em Vilas do Atlântico, Lauro de Freitas, Bahia.
    Parabéns pela nova coluna.

    Bjs.

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