Pesquisar este blog

terça-feira, 5 de maio de 2009

VIK















Auto-retrato (Frente), Imagens de Revistas, 2003 - Ticket para exposição - Capa folder exposição MASP

A exposição dos trabalhos de Vik Muniz me surpreendeu. Há muito tempo tenho apreciado as obras deste artista nascido em 1961 em São Paulo. As fotografias dele sempre me intrigaram, pois ele utiliza elementos e substâncias pouco comuns para compor uma obra de arte: poeira, açúcar, sucata, chocolate, linhas, arames, diamantes, papel picado, caviar, pasta de amendoim, geléia, enfim várias coisas que não imaginava que podia resultar em belas composições fotográficas. Algumas fotos de Vik Muniz eu já conhecia, pois vi algumas exposições que continham uma ou duas de suas criações. Também vi fotos de sua autoria estampadas em revistas e capas de cd (Seu Jorge, cd Cru e o único cd dos Tribalhistas), mas nunca tinha visto tanta obra reunida em um só local. Segundo informações do folder da exposição que ora está no MASP, em São Paulo, esta é a maior exposição realizada do artista e já passou por Estados Unidos (onde ele mora desde a década de oitenta), Canadá e México. São 120 obras que abrangem todas as fases de sua carreira. Havia muita gente na exposição. Jovens, idosos, turmas de amigos, executivos engravatados, curiosos, conhecedores da arte de Vik Muniz.
Para cada fase do artista, há um texto explicativo. Há pequenas imagens, especialmente no início da mostra, até as enormes fotos que ficam no piso inferior da exposição. Leio, em uma das informações, coisa que já sabia, que Andy Wahrol tinha provado que uma cópia acaba se transformando em um original. Isto reproduz bem a obra de Vik Muniz. Ele capta, como ninguém, um sentimento perdido em uma obra ou mesmo em uma simples fotografia do cotidiano e utilizando elementos inusitados, a transforma em outro universo. A Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, por exemplo, é fotografada por Vik em duas novas leituras: uma com geléia vermelha e outra com pasta de amendoim. Ver as fotos de Elizabeth Taylor e de Monica Vitti feitas com milhares de diamantes foi sensacional. Ele consegue mostrar todo o glaumour em torno do diamante em fotos de divas do cinema mundial. Faltou na exposição o retrato em diamantes que Vik Muniz fez de Catherine Deneuve, uma deusa francesa, como diz o autor do blog Insensatez. Sua foto, ou melhor, já que se trata de uma obra de arte, seu auto retrato, de frente e de costas, está localizado bem no início da exposição em um imenso muro pintado de alaranjado. Mas é no final do percurso que percebo as nuances desta foto. A mirada de Vik, o sorriso para o expectador, pedindo, como escrito no folder da exposição, para reinventar o olhar. É o que fiz. Reinventamos nossos olhares todos os dias.
Saio com a certeza de que Vik Muniz é meu artista brasileiro preferido.

2 comentários:

  1. Noel, fico mitidérrimo quando me cita em seus posts.
    Você não se animou em ir ver a Betty Faria no CCBB?
    Tô louco para ver.
    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Fiquei com vontade de ver a peça com Betty faria, mas faltou tempo. Como ela está no CCBB, é bem possível que aporte no CCBB de Brasília.

    ResponderExcluir