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sábado, 25 de julho de 2009

DEUS E O DIABO NO BAR DA ESQUINA

E a secura em Brasília continua...
Para o almoço, mais pessoas do que o habitual. Fomos em seis. O local escolhido é um restaurante flutuante que eu ainda não conhecia. Chama-se Limni (Pontão do Lago Sul), às margens do Lago Paranoá. O restaurante é uma grande balsa ancorada no Pontão, área de lazer e centro gastronômico de Brasília, pois há mais quatro restaurantes no local. A decoração remete a uma oca, coberto com palha seca de palmeiras. Sentamos em uma mesa próxima ao lago o que minimizou a falta de umidade característica em Brasília na hora do almoço nesta época do ano. Não havia muitas pessoas, o que garantiu um atendimento mais tranquilo à nossa mesa. O cardápio é de cozinha contemporânea com referências a cozinha oriental e peruana (ceviches), a grande sensação do mundo gastronômico no Brasil. Há também utilização de elementos da culinária brasileira, pois há molhos de maracujá e de tamarindo em opções do cardápio. Há opções exclusivas para o almoço, mas preferi escolher um prato do cardápio fixo, um robalo grelhado acompanhado de risoto de maracujá e crispy de parmesão. Como ainda era dia útil, não bebi nada de álcool. Os pratos demoraram a chegar, mas como não havia pressa e o papo estava ótimo, ninguém reclamou. Das seis pessoas, três pediram o mesmo prato, o robalo já descrito. Um pediu um filé com molho de tamarindo com risoto trifolatto, uma pediu um frango grelhado com legumes e purê de batatas e a outra uma salada cesar com camarões grelhados. Quem pediu esta salada não gostou do sabor ácido do limão e pediu para colocar mais alface sem tempero, o que de pronto o garçon atendeu. Demorou um pouco a voltar o prato, pois trocaram toda a salada e trouxeram o molho à parte. A que pediu o frango quase não mexeu no prato, pois não reparou que o frango era temperado com alecrim e ela não gosta desta erva. Os demais aprovaram os pratos escolhidos. A apresentação dos pratos é bonita, o que já sacia os olhos. O robalo estava grelhado um pouco além do ponto ideal, mas não prejudicou o sabor. O molho de maracujá que cobre o peixe estava perfeito (não gosto muito do azedo da fruta, mas souberam dosar o molho para que ele não ficasse tão ácido). Já o risoto não estava tão cremoso como deve ser um risoto, mas também não estava ruim. O arroz estava numa textura crocante. Já o crispy de parmesão é dispensável da forma que vem. Estava frio e sem nenhuma crocância. Um crispy deve estalar quando o quebramos. Não era o caso. Para sobremesa, vimos o cardápio e escolhemos creme brulê. Decepção. O garçom nos informa que não há quase nenhuma sobremesa descrita no menu, apenas frutas flambadas e frutas da estação. Ponto negativo para a casa, pois estas informações já deveriam constar do cardápio. Não há café descafeinado. Ainda farei uma campanha para que os restaurantes de Brasília ofereçam esta opção. O preço não foi alto, mas também não é um restaurante barato para se ir todos os dias. Cada um pagou o montante de R$56,00.

Já de noite, eu e Ric fomos assistir a peça Deus e O Diabo no Bar da Esquina, texto de Antônio Roberto Gerin e direção de Humberto Pedrancini. No elenco os atores Marcelo Coutelo, André Reis, Juliana Drummond e Vinícius Ferreira, todos de Brasília e integrantes do grupo Assisto Porque Gosto. A peça está em cartaz no Teatro Goldoni (Casa D'Italia, 208/209, Asa Sul) e tinha um bom público nesta sexta-feira (R$30,00 a inteira). A história é um embate entre Deus e o diabo momentos antes de um assassinato. Os papeis estão invertidos, pois o diabo é sensível, prega o amor e tem lá seus laços de amizade com Deus. Este, por sua vez, é insensível, quase um robô (o ator Marcelo Coutelo inclusive faz uma interpretação robótica, em certos momentos me lembrou o filme Robocop, na maneira como o ator vira a cabeça, girando todo o corpo junto), não quer interferir no que o homem planeja e perdoa tudo e todos ao longo da peça. André Reis destoa dos demais, faz um diabo divertido, logo ganha a plateia, que fica torcendo para ele vencer, mesmo sabendo que Deus o domina e tem a palavra final. Há uma homenagem a Michael Jackson, quando o diabo/André faz o passo da lua (moonwalker). A atriz Juliana Drummond tem uma pequena participação, mas transfere bem o que vive em cena. Faz Madalena, uma mulher à beira de uma separação e chamada de vagabunda pelo marido, interpretado por Vinícius Ferreira, aqui com o nome de Messias. Os nomes remetem à Bíblia e portanto à história de Deus, o personagem principal. As mudanças de cenários são engenhosas, especialmente para um local com palco pequeno como é o do Teatro Goldoni. A cena final se passa no tal bar da esquina e o ator Marcelo Coutelo cresce neste momento, fazendo um Deus quase humano, cheio de caras e bocas. O final é bem feito. Vale a pena assistir.


Depois da peça, obviamente, fomos comer. E decidimos pelo trivial: Valentina Pizzaria (SCLN 214, Bloco A, lojas 9/11, Asa Norte). Escolhemos o de sempre para entrada, o delicioso pão de calabresa do local e um vinho tinto português (EA). A pizza, resolvemos variar, e não fomos felizes. Não gostamos da pizza com recheio de presento parma e tomates secos. Ainda bem que só pedimos metade. A outra metade foi de berinjela agridoce, a que mais gosto do cardápio.

2 comentários:

  1. Noel,
    Assim como existem vários ótimos grupos em BH mais conhecidos só por aqui mesmo, imagino que o mesmo deva acontecer em Brasília.
    Preceu-me interessante esse espetáculo.
    Bjs

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  2. Pek,

    Aqui não existem muitos grupos como em BH, mas o pessoal tem um trabalho interessante e o público está crescendo. Legal isto...

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