Pesquisar este blog

domingo, 19 de julho de 2009

SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR


Noite de sábado. CCBB (SCES, Trecho 2, Conjunto 22) lotado para o segundo final de semana da peça Simplesmente Eu. Clarice Lispector, adaptação, direção e interpretação de Beth Goulart. Ao entrar, as cortinas já estão abertas, com o cenário montado, simples e bonito. Uma meia lua de tiras de ráfia branca faz o fundo e também o elo de ligação da atriz com seu guarda roupa. Completam o cenário, um puff, uma poltrona, uma chaise longue e uma pequena mesa na qual está uma máquina de escrever. Beth Goulart está ótima. Ela preenche o palco e cativa a plateia ora sendo Clarice, ora sendo uma de suas personagens. Sua caracterização realmente lembra Clarice Lispector e o figurino, de Beth Filipecki, é clássico, funcional e lindo. A forma em que a atriz tira e coloca as roupas dá dinâmica à peça. Ao longo de uma hora, vivenciamos momentos de beleza, com drama, canto, comédia, dança, filosofia, tristeza, alegria, dor. A iluminação de Maneco Quinderé acompanha bem cada momento da história de Clarice. É difícil destacar um ponto alto na peça, pois ela toda flui bem e os atos se completam, mas me chamou mais atenção a parte da entrevista, onde a verve cômica da atriz é mostrada, e o final, quando Clarice/Beth fala sobre a morte. Morte esta poeticamente retratada em cena final. Os aplausos foram longos. Felizes aqueles que irão assistí-la ainda por mais dois finais de semana em Brasília e nos dois meses que ficará em cartaz no CCBB do Rio de Janeiro. Clarice foi reverenciada. Clarice merece ser conhecida pelos jovens. Clarice tem de ser lida pelos jovens.
Ao sair, eu, Ric, Vera, Emi e Ro decidimos ir jantar. O local inicialmente escolhido é um novo bistrô no sudoeste que ninguém conhecia. Fomos para lá e demos com as portas fechadas. Resolvemos então ir ao La Benedicta (SCLN 413, Bloco C, loja 21, Asa Norte). Era a primeira vez no local para nossos amigos. Para mim e Ric, a segunda vez. Confesso que gostei mais da primeira vez que lá estivemos. O serviço não estava bom. O vinho foi servido quente e as taças foram preenchidas de forma absurda. Parecia que a garçonete queria servir uma única vez o vinho nas quatro taças (somente quatro pessoas bebiam vinho). Ela chegou a falar que sobrara um pouco e ia preencher a taça de nossa amiga, que prontamente recusou. Vinho se bebe devagar e em quantidades pequenas na taça para ele não perder suas características organolépticas. Quando era servido o vinho, Emi comentou que ele estava quente, o mesmo repetido por Vera e Ro, mas a garçonete continuou servindo, ao invés de oferecer um balde com gelo para esfriá-lo um pouco. É certo que na Itália se bebe vinho tinto por volta de 18°, mas no Brasil esta temperatura é muito quente e a maioria dos restaurantes que possuem adega já deixam o vinho na temperatura entre 15 e 16º. Quanto à comida, todos pediram o couvert da casa. Eu não comi. De principal, gostei de uma novidade na carta, um menu de arrozes para ser acrescentado nos diversos pratos da casa, mediante um pagamento adicional. Escolhi um risoto de mix de cogumelos com um combinado de arroz arbóreo e arroz vermelho. Muito gentil, a chef veio até a mesa e esclareceu as dúvidas dos presentes. O risoto tem uma consistência crocante devido ao arroz vermelho. Tem-se uma sensação inicial de que o arroz está cru, mas não sentimos na boca o gosto de amido, característico de arroz não cozido. A crocância torna o prato interessante e diferente. Gostei muito do risoto. Outra novidade na casa é servir café da marca Nespresso. Portanto, há opção de café descafeinado. Ponto para a casa, já que em Brasília ainda é raro um restaurante ter opção como esta. Continuo gostando do restaurante e da comida. Espero que o serviço melhore, especialmente o de vinho. Continuo desejando vida longa ao estabelecimento, como no post que escrevi sobre este restaurante algumas semanas atrás.

6 comentários:

  1. Noel,
    Tomara que essa peça venha à BH e, quando vier, eu tenha money para ir ver.
    Você já viu um documentário sobre a Clarice em que tem várias atrizes personficando a escritora?
    Eu ainda não vi, mas gravei.
    Tem Aracy Balabanian, Beth Goulart, Leticia Spiller, e outras.
    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Pek,

    Se for a BH não perca. Aqui foi bem barato, R$7,50 a meia entrada (correntista do Banco do Brasil.Sei do documentáriio, mas nunca tive a oportunidade de ver.

    Bjs.

    ResponderExcluir
  3. Ahh.. queria tanto ver esta peça, mas na minha cidade creio ser impossível, interior de MG. Mas, como bem disse o amigo acima, se caso a peça for a BH, vou junto com ela.. deve ser simplesmente fantástica.

    ResponderExcluir
  4. Oi C.R.

    Agradeço a visita ao meu blog. Se tiver oportunidade, vá mesmo assistir à peça, pois é ótima e Beth Goulart dá um show.

    Abraços,

    ResponderExcluir
  5. Olá, achei seu blog por acaso! Sou fascinada pela Clarice, sou do interior de São Paulo e fiquei sabendo que em dezembro a peça vai estar em cartaz na terra da garoa, estou muito ansiosa para ver! Belo post!
    bjs, Meire.

    ResponderExcluir
  6. Meire,

    Obrigado pela visita ao blog. Não perca a peça, é muito boa e Beth Goulart dá um show de interpretação.

    Beijos.

    ResponderExcluir