Influenciado pelo blog Insensatez, escolhi um filme nacional para ver no final da tarde. Como não conhecia as salas do Cine Reserva Cultural (Avenida Paulista, 901, Bela Vista) e lá estava em cartaz o filme de estreia na direção de Matheus Nachtergaele, A Festa da Menina Morta, co-produção Brasil-Portugal-Argentina de 2008 e que foi muito comentada quando foi exibida no Festival de Cannes do ano passado. Fora os vários prêmios recebidos em diversos festivais.
Uma porrada, esta foi a sensação ao final da exibição. O filme não é para qualquer público. Houve gente que saiu no meio do filme. A câmara é nervosa em certas cenas, lembrando o movimento Dogma, dos países nórdicos. A iluminação, de Lula Carvalho, me remeteu a quadros de Caravaggio, onde o jogo claro-escuro pende para o escuro, especialmente nas cenas nos interiores das casas de madeira e na noite da festa do título. Matheus mostra vigor na direção dos atores. Daniel de Oliveira está perfeito como Santinho, o líder espiritual afeminado da comunidade ribeirinha do Amazonas. O trabalho corporal de Daniel é muito interessante. Jackson Antunes faz o pai de Santinho, mais uma vez um amante da bebida. Matheus filma uma bela cena de sexo incestuoso entre Santinho e seu pai. Juliano Cazarré é uma grata surpresa. Já o vi em peças em Brasília, sempre muito bom. Neste filme, ele pode mostrar sua veia de ator em belas cenas. Matheus é mais feliz na direção do elenco masculino. O elenco feminino parece meio perdido. Dira Paes, Cássia Kiss (numa rápida participação como a mãe de Santinho) e uma ótima atriz que faz o papel de Das Graças (Conceição Camarotti), poderiam ser melhores aproveitadas em suas cenas.
Uma porrada, esta foi a sensação ao final da exibição. O filme não é para qualquer público. Houve gente que saiu no meio do filme. A câmara é nervosa em certas cenas, lembrando o movimento Dogma, dos países nórdicos. A iluminação, de Lula Carvalho, me remeteu a quadros de Caravaggio, onde o jogo claro-escuro pende para o escuro, especialmente nas cenas nos interiores das casas de madeira e na noite da festa do título. Matheus mostra vigor na direção dos atores. Daniel de Oliveira está perfeito como Santinho, o líder espiritual afeminado da comunidade ribeirinha do Amazonas. O trabalho corporal de Daniel é muito interessante. Jackson Antunes faz o pai de Santinho, mais uma vez um amante da bebida. Matheus filma uma bela cena de sexo incestuoso entre Santinho e seu pai. Juliano Cazarré é uma grata surpresa. Já o vi em peças em Brasília, sempre muito bom. Neste filme, ele pode mostrar sua veia de ator em belas cenas. Matheus é mais feliz na direção do elenco masculino. O elenco feminino parece meio perdido. Dira Paes, Cássia Kiss (numa rápida participação como a mãe de Santinho) e uma ótima atriz que faz o papel de Das Graças (Conceição Camarotti), poderiam ser melhores aproveitadas em suas cenas.
Confesso que a iluminação me incomodou, o mesmo para a cena em que se ouve um guincho sem fim de um porco à beira da morte.
Paulo José tem uma participação afetiva, fazendo uma ligação com o cinema nacional da década de sessenta, quando cenas aparentemente desconexas com o roteiro eram inseridas no contexto.
Há duas cenas, no meu ponto de vista, desnecessárias: um baile com música ao vivo com uma travesti e uma dança de rua quando da festa do título (dança de rua é totalmente urbano, não combinando com uma cidade ribeirinha e numa festa religiosa).
Vi elementos de Almódovar (o show das trigêmeas marcianas) e me lembrei muito dos filmes Amarelo Manga e Baixio das Bestas, especialmente este último, ambos de Cláudio Assis, nos quais Matheus trabalhou. E isto ficou claro, quando li nos créditos finais o agradecimento de Matheus, entre vários nomes, o nome de Assis.
Bela homenagem também ao artista plástico Leonílson, já falecido, também creditado nos agradecimentos. O manto de Santinho é puro Leonílson.
Em resumo, gostei do que vi, mesmo com as ressalvas que apontei e espero que Matheus nos brinde com outros filmes tão impactantes como este.
Esse´filme é um petardo.
ResponderExcluirGosto muito do manto Leonilson.
Mas ao contrário de você, adoro a participação da Cássia Kiss.
È Camarotti ´sobrenome da grande atriz. Conceição Camarotti.
Que bom que assistiu ao filme e que luxo a referência ao Insensatez.
Bjs
Pek,
ResponderExcluirEmbora discordemos em alguns pontos, o essencial é que gostamos do filme. Obrigado pela informação. Já corrigi no post.
Bjs.