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domingo, 1 de maio de 2011

BICICLETAS, BOLOS E OUTRAS ALEGRIAS - VANESSA DA MATA

Minha amiga do Espírito Santo novamente me buscou em casa para irmos ao show Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias, espetáculo homônimo do novo disco de Vanessa da Mata. Esta amiga foi a responsável pela compra dos ingressos no site da Live Pass, quando ainda estava em Vitória. Ela pagou para que os ingressos (quatro ao todo) fossem entregues em sua residência, mas não os recebeu. Depois de várias ligações, informaram a ela que deveria comparecer uma hora e meia antes do horário marcado para o início do show para retirar os ingressos na bilheteria armada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local onde Vanessa da Mata se apresentaria na noite de sábado, no Auditório Ruth Cardoso. A atendente da Live Pass não soube informar o horário que a tal bilheteria abriria, repetindo que ela deveria estar uma hora e meia antes do início do show, ou seja, às 19:30 horas. Minha amiga, já enfurecida, passou no local no meio da tarde, conseguindo retirar os ingressos, mas sem receber de volta o valor pago pela entrega de tais entradas em sua casa. Detalhe que ela vai resolver depois com a empresa. Chegamos às 20:30 horas, conseguindo facilmente uma vaga para estacionar bem em frente à entrada do centro de convenções. Pela inteira, contando a taxa de administração, cada ingresso custou R$ 276,00 para o setor VIP Gold, fileira N, com lugares bem centralizados, de frente para o palco (a imagem do ingresso colocado nesta postagem se refere à meia entrada, do filho de minha amiga). Excelente posição. Desta vez, todas as quatro portas de acesso ao teatro foram abertas, evitando a demora e as filas que se formaram para o show de Ana Carolina na noite anterior. Ninguém exigia comprovante de meia entrada, mesmo fato da noite anterior. Fica a pergunta: pra que pagar inteira? O público era bem mais calmo e muito mais eclético. Tinha gente vestida de tudo quanto é forma. Desde mulheres com longos até homens de bermudas e sandálias. Estranhei o número de cadeiras vazias que ainda existiam quando o relógio já indicava meia hora de atraso. Ainda esperamos mais trinta e cinco minutos para que o show começasse, já com a casa lotada (22:05 horas). As luzes se apagaram e um vídeo produzido pela Natura passou nos telões laterais, já que a turnê é patrocinada pela empresa de cosméticos em seu projeto chamado Natura Musical. Terminado o vídeo, a banda já estava na lateral direita do palco. Formada por Gustavo Ruiz (vocais e violão), Donatinho (teclados), Maurício Pacheco (guitarra), Stephane San Juan (bateria) e Kassin (baixo, arranjos e direção musical), hoje um dos produtores de discos mais requisitados pelos cantores e cantoras brasileiros. Todos vestiam figurino preto. Vanessa entrou devagar, sorrindo para a plateia, vestindo um belo vestido branco, com uma enorme flor, também branca, enfeitando sua vasta cabeleira. Ela se postou em uma pequena escada negra de três ou quatro degraus, ao lado esquerdo do palco para interpretar a primeira música, As Palavras, do repertório de seu mais recente trabalho, lançado no segundo semestre de 2010. O show é baseado neste novo cd, entremeado com sucessos de sua carreira, mesclando momentos mais calmos e outros mais agitados, momentos em que o público acompanhava suas canções e outros em que apenas ouvia, talvez por ainda não estar familiarizado com este novo repertório. Quando o show já estava na terceira música, isto já bem mais de 22 horas, um casal chegou e se dirigiu aos seus lugares, três filas à minha frente. Os lugares já estavam ocupados. Quem os ocupava não queria sair. O casal, ficou plantado em pé, atrapalhando a todos que estavam nas fileiras atrás. Só sairam dali depois de muita gente reclamar, incluindo eu (tirei uma foto que está ao final desta postagem). O tal casal (sem trocadilhos com a música de Vanessa da Mata, também executada durante o espetáculo) não se conformou em não se sentar em seus lugares, mesmo atrasadíssimos. Buscaram um segurança e alguém da produção. Ao final, venceram. Prova para mim, mais uma vez, que o público de Brasília é sem educação. Chegar atrasado é um desrespeito para quem chegou no horário e ocupou seus respectivos lugares, conforme indicado no ingresso, além de ser também uma falta de educação para com o artista que está no palco. Bem faz o CCBB e a Caixa Cultural que avisam em seus ingressos que depois de apagadas as luzes, não se garante mais os lugares de quem chega atrasado. Já passou da hora dos produtores de shows em Brasília repensarem os rotineiros atrasos para início dos espetáculos e esta questão de quem chega depois do início do show ou peça teatral. Voltando ao show, sua direção, assim como a cenografia e a iluminação, é de Bia Lessa. Conhecendo o seu trabalho, fiquei, inicialmente, surpreso com a simplicidade do cenário. Banda colocada em um lado e um pano de fundo branco, onde eram projetadas imagens singelas, muitas desenhadas, que tinham relação com cada canção que era interpretada por Vanessa da Mata. A surpresa terminou no meio do show, quando a cantora voltou para a escada preta do lado esquerdo, quando um potente ventilador ligado de baixo para cima fazia esvoaçar as peças do vestido branco, além dos cabelos da cantora. Um efeito visual muito bonito, lembrando a famosa cena de Marylin Monroe no cinema, quando seu vestido se levanta ao ela passar por cima de um respiradouro do metrô. Quando Vanessa foi cantar Meu Aniversário, ela errou a música. Pediu para a banda parar e disse que ficaria incomodada se não reconhecesse que errou. Reiniciou a canção do zero. Houve um breve momento em que ela deixou o palco, voltando com um sobretudo longo totalmente negro, cantando A Distância, de Roberto e Erasmo Carlos. Momento bonito do show. Descobrimos que era apenas um sobretudo, pois depois de interpretar o sucesso de Roberto Carlos, ela cantou mais uma música lenta, retirando, em seguida, no palco, o sobretudo, reaparecendo o vestido branco que usou durante todo o show. A gostosa música Fiu Fiu foi prejudicada pelo arranjo e pelo volume dos instrumentos musicais, pois em algumas partes da canção, mal se ouvia a voz da cantora. Ao interpretar Bolsa de Grife, ela desceu para junto da plateia, deixando ser tocada pelos fãs que se aglomeravam na primeira fila. Desta vez, sem nenhuma grade separando o público, atitude bem diferente de Ana Carolina no dia anterior. A música tem dois momentos distintos, um mais agitado, quando ela estava junto do público, e outro mais lento. Ficou fácil de identificar que ela não conseguiu voltar ao palco a tempo de cantar a parte lenta ao lado da banda, como previa o roteiro, pois a banda esticou a parte instrumental, enquanto ela corria para o palco novamente. Ofegante, tiveram que esperá-la recuperar o fôlego. Do novo cd, ainda executou O Tal Casal; Moro Longe; Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias, entre outras. O público foi ao delírio quando se ouviram os primeiros acordes de Boa Sorte, assim como de Não Me Deixe Só e de Ai Ai Ai, que fechou o show, antes, obviamente, do bis. Quando voltou, cantou apenas mais uma música, o sucesso de Bob Marley Stir It Up, dizendo que aquela música estava em teste, justificando previamente o motivo pelo qual lia a letra da canção. Ainda deu uma chamada em uma pessoa que gravava descaradamente o show bem próximo ao palco em um aparelho parecendo um notebook. Ela disse que se o cara vendesse aquele material, ela o reconheceria. Foi uma chamada bem humorada, especialmente quando ela falou um "alô Sony Music!", sua gravadora, no sentido de que seus direitos estavam sendo usurpados por alguém. O público quis mais, pedindo para ela cantar Eu Sou Neguinha?, de Caetano Veloso. Ela fez charme, disse que não estava ensaiado, perguntou se a banda topava, especialmente para Kassin, que respondeu que já que estavam ali, porque não tocar. Quando cantou, via-se que todos estavam plenamente ensaiados. Depois de uma hora e quarenta minutos, terminava outro belo show. Ao sair, encontrei um conhecido que também viu os dois shows os quais assisti neste final de semana. Ele me perguntou qual eu havia gostado mais. De pronto, respondi que o de Vanessa da Mata, justificando que gosto muito de Ana Carolina, mas o público histérico que a acompanha me irrita um pouco. Hoje, ao escrever esta postagem, revi minha posição. Embora o show de Vanessa da Mata tenha mais produção, o show de Ana Carolina teve mais emoção. Hoje, eu responderia a este conhecido que preferi o da cantora mineira. O público, que lotou o teatro, saía ao mesmo tempo, mas sem o empurra empurra da noite anterior. Minha amiga me levou direto para casa. Cansado, fui logo dormir.


Casal chega atrasado no show de Vanessa da Mata, atrapalhando quem estava nas fileiras de trás


Vanessa da Mata cantando Eu Sou Neguinha?, última música do show


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