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domingo, 15 de maio de 2011

BIER FASS LAGO - FESTIVAL GASTRONÔMICO ISRAELENSE

Desde que vi a propaganda do Festival Gastronômico Israelense que aconteceu no restaurante Bierfass Lago (SHIS QL10, Lote 09, Pontão do Lago Sul) nos dias 12, 13 e 14 de maio passados, fiquei interessado. Chamei um amigo que topou de imediato. Reservas para dois na quinta-feira, a partir de 20 horas. O sistema era self service em buffet, com exceção da sobremesa, que vinha à mesa em prato já montado. O preço para participar do festival era R$ 65,00 por pessoa, fora as bebidas e o serviço. A Embaixada de Israel no Brasil trouxe o chef Shaul Bem Aderet para as comemorações do Dia Nacional da Independência daquele país (data móvel que depende do calendário próprio do país, que cai entre o final de abril e o meio de maio). Dentre as comemorações, estava o festival gastronômico feito em parceria com o Bierfass Lago. O chef é dono do restaurante Kimmel, em Tel Aviv, que recebeu o prêmio de melhor restaurante da capital israelense. Cheguei primeiro ao local. Havia manobristas na porta, sem cobrança, como cortesia do Bierfass, mas preferi estacionar por minha conta, pois havia muita vaga disponível no amplo estacionamento do Pontão do Lago Sul. Para o festival foi reservado todo o piso superior. Desta forma, os frequentadores habituais do restaurante poderiam usufruir do seu cardápio no piso térreo. Velas enfeitavam a escada que dava acesso ao segundo piso. Logo que cheguei, fui atendido por um garçom. Disse que tinha reserva, falando o meu nome. Fui levado para a varanda, onde já havia muita gente comendo. A mesa ficava em lugar privilegiado, com bela vista do Lago Paranoá, mas era um local de fumantes. Disse que havia falado no ato da reserva que não queria ficar em local de fumantes. Imediatamente o garçom me acomodou em uma mesa no salão interno, mesmo salão onde estavam dispostas as mesas do buffet. Uma mesa para as entradas frias e outra para os pratos quentes. Um cardápio feito especialmente para a ocasião estava disponível em nossa mesa. Nele havia explicações de todos os pratos que estariam disponíveis no buffet, além de uma breve introdução assinada pelo chef Shaul Aderet. Muitos diplomatas estavam presentes, tanto da Embaixada de Israel, quanto de outros países. A comunidade judaica também se fazia presente, fato que soube pelo meu amigo, pois ele é judeu. O chef circulava pelo salão, com amplo sorriso no rosto, tirando fotos com quem pedisse. Para quem aprecia vinhos, havia uma opção no cardápio do festival produzida em Israel. Era o vinho 1221 - Petit Castel 2006 (Domaine du Castel), da região do Vale da Judeia, ao preço de R$ 260,00 a garrafa. No Brasil, este vinho é encontrado na Mistral. Como ainda não posso beber por causa dos remédios, minha escolha foi uma saudável água com gás São Lourenço, mesmo pedido de meu amigo. Antes de nos servirmos, vimos as preparações para uma música ao vivo. Comemos ao som de canções israelenses. O volume da música não incomodou. Ponto positivo para o festival. Como entrada, peguei um pão típico com algumas pastas: "tahini e amba" (grão de bico, tehina, páprica, cominho e salsa) e "tahini verde" (tehina e salsa). Também coloquei no prato uma pequena porção da salada de berinjela tostada (tinha um gosto bem forte de fumaça), salada picada israelense (tomates, pepino, repolho roxo, salsa, cebolas vermelhas, aipo, hortelã, pimentas e rabanetes - uma mistura interessante, especialmente a pimenta dando um ardor na salada), salada de repolho branco, vinagre, hortelã, sementes de cominho armênio e gengibre (de longe, a que mais gostei), e uma salada de ervas verdes (salsa, hortelã, coentro, aipo, mel e sementes de gergelim - apesar do coentro, erva da qual não sou fã, a salada era gostosa). Terminada a entrada, fui me servir dos pratos quentes. Nesta hora, havia muita gente se servindo, motivo pelo qual alguns pratos ficaram para a terceira etapa, já que os rechauds estavam vazios. Nesta etapa, experimentei "shakshuka de tomates e ovos" (tomates, cebolas brancas, ovos e cominho - apesar de constar no cardápio como entrada, era servido no local dos pratos principais, por ser uma iguaria quente. Tinha um certo picante que não me agradou), um misto de arroz selvagem com arroz branco e ervas, cujo sabor já me era conhecido. Outra opção de que me servi, mas que não constava no cardápio e nem havia placa identificando o seu nome e nem os ingredientes, diferente dos demais rechauds, onde esta identificação existia, foi um trigo cozido com cardamono, cabeças de alho inteiras, pau de canela e ossos (gostei tanto do prato que coloquei mais um pouco na terceira ida ao buffet. Já meu amigo, ao mastigar um cardamono, deixou de lado, pois achou o sabor muito forte). Na terceira etapa, comi um pequeno pedaço do filé ao molho de pimentas (medalhão de filé, pimentas pretas moídas, pimenta vermelha, pimenta verde, vinagre e azeite de trufas - para quem não gosta de carne mal passada, tinha que ficar longe desta opção, pois a carne era bem vermelha por dentro. Não gostei do molho, embora não fosse tão picante como eu achava devido ao conjunto de pimentas colocadas), costelas de carneiro com pistache e vinho tinto (costelas de carneiro, vinho tinto, alecrim, pistache e silan - silan é um mel de tâmaras que deixou o sabor do cordeiro adocicado. Acho que apreciaria melhor se a carne não estivesse dura. Deixei no prato quase todo o pequeno pedaço que coloquei), e kebab no espeto de canela (trigo, canela burkes, ossobuco, páprica e aipo - de longe o melhor prato. Sabor maravilhoso, textura macia e o toque especial da canela, não só como o suporte do kebab, mas também pelo tenro sabor concedido a esta iguaria). Ainda havia um kebab de peixe ao molho de tomate que não provei. No cardápio constava uma opção de frango, mas ela não estava disponível no buffet. Acho que foi trocada pelo tal prato de trigo que não tinha identificação. Ia pedir informações, mas no calor da conversa com meu amigo, acabei me esquecendo. Terminados os pratos quentes, pedimos a sobremesa. Um prato bem montado com quatro sobremesas típicas nos foi servido:
01) Variedades de castanhas e chocolate: chocolate, amêndoas, nozes, castanha de caju, pistache, amendoins e pinhões - lembrou-me, em textura, o nosso pé-de-moleque, pois era duro. Não deu para identificar as variedades de castanhas. Ficou tudo compactado demais.
02) Água de rosas e suco de romã: farinha de milho (stechi), açúcar, granadina (o suco de romã), água de rosas, amendoins, amêndoas moídas e coco seco - vem em um pequeno copo, destes que se usam para pequenas doses de destilados como tequila e cachaça. Uma delícia. Sabor delicado.
03) Massa filo com nozes e mel: massa filo, nozes, castanha de caju, pistache, amêndoas e água de rosas - mesmo com a delicada água de rosas, esta sobremesa era extremamente doce. Não gostei.
04) Halva e sorvete de baunilha e mel: sorvete de creme, mel e halva: este último ingrediente é feito de sementes de gergelim torradas e moídas, misturadas com açúcar derretido. A halva veio como se fosse um coco ralado, mas com textura que derretia na boca. A sua mistura com o sorvete e o mel ficou ótima, com sabor refrescante. A sobremesa que mais apreciei.
Perto de 23 horas, pedimos a conta. Levei a nota legal. Foi boa a experiência, mas achava que comeria pratos bem diferentes. A maioria do que foi servido é bem parecido com os pratos da culinária que, no Brasil, costumamos chamar de árabe. Havia apenas pequenas variações, especialmente no uso de condimentos e ervas. Na saída, peguei vários folhetos informativos sobre Israel que estavam disponíveis em uma mesa, pois a minha viagem de férias para aquele país que não deu certo em 2011 está programada para acontecer no início de 2012.



Gastronomia Brasília

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