Ainda sábado. Ainda em São Paulo. 21 horas. Eu e Ric chegamos ao Espaço Unibanco de Cinema (Rua Augusta, 1.470 e 1.471, Bela Vista) para assistir ao filme Contra Corrente (Contracorriente), co-produção de Peru, Colômbia, França e Alemanha do ano de 2009. Havia apenas um horário para o filme, às 22 horas. Com o cartão de crédito Itaúcard, pagamos meia entrada (R$ 10,50). Para passar o tempo, resolvemos fazer um pequeno lanche no café que existe no local. A atendente nos disse que a sala 5, onde o filme estava em cartaz, era pequena, com capacidade máxima para 51 pessoas, sendo aconselhável ir para frente da porta da sala uns vinte minutos antes, pois o filme estava com sessão sempre lotada. Ela foi tão gentil que nos avisou o momento certo de irmos para a fila. Fomos os primeiros a chegar na porta da sala. Logo começou a se formar a tal fila. Na hora da sessão, apenas duas poltronas ficaram vazias, confirmando o que a atendente nos havia dito. Dirigido por Javier Fuentes-León, tem como protagonistas um trio de excelentes atores: a peruana Tatiana Astengo (Mariela), vista em Panteleão e As Visitadoras, o colombiano Manolo Cardona (Santiago), mais conhecido como ator de televisão e o boliviano Christian Mercado (Miguel), também ator de Che 2 - A Guerrilha. A história lembra o clássico romance de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos, transformado em filme, série de tv e peça teatral no Brasil. O diretor mostra que é um grande admirador do nosso país, pois além desta inspiração em Dona Flor, a novela Direito de Amar, veiculada na Rede Globo em 1987, é citada pelas personagens e uma cena com Lauro Corona e Cissa Guimarães, deitados na relva e dublados em espanhol, é mostrada, quando o casal Mariela e Miguel assistem a um de seus capítulos. É um triângulo amoroso que se passa em uma pequena cidade no litoral peruano, mas com um enfoque gay. A temática gay é tão importante no filme que a citação a Lauro Corona me pareceu proposital, afinal o personagem Miguel, másculo, pescador, bofe mesmo, casado, gosta da novela e gosta do ator. Miguel, o pescador, é casado com Mariela, que espera um filho dele. No entanto, Miguel tem uma relação com o fotógrafo Santiago, também pintor. Os encontros dos dois sempre são às escondidas em locais ermos e inusitados, como em uma caverna na beira da praia ou em escombros de uma construção abandonada. Miguel vive uma vida dupla até que ele se desentende com Santiago. A partir daí, a inspiração de Dona Flor é visível, com um personagem que morre, mas só é visto por quem ele amava, no caso Miguel. Belos atores, belas imagens, interpretações magníficas. Não é a toa que o Peru indicou este filme como seu representante em uma vaga para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. A película ganhou mais de 15 prêmios em festivais internacionais. Filme carregado de emoção. Belo final de noite que tivemos em São Paulo no último final de semana na capital paulista. De lá, fomos a pé para a Pizzaria Veridiana (Rua José Maria Lisboa, 493, Jardim Paulistano), onde chegamos após meia-noite. O lugar é muito bem decorado, com pé direito alto e vários ambientes. Ficamos no que eles chamam de Praça da Pizza, mais próximo aos fornos a lenha que assam as redondas. Pedimos pizzas no tamanho individual, muito gostosas, por sinal. Quando saímos, muito além de uma hora da madrugada de domingo, a pizzaria já estava fechada. O hotel ficava a poucos passos do restaurante. Foi chegar e descansar. No domingo, retornamos para Brasília no início da tarde. Foi um proveitoso final de semana cultural.
Não tinha observado essa referência a Dona Flor, gostei muito de saber da admiração do diretor pela cultura brasileira.
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