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quinta-feira, 30 de abril de 2009

CALMARIA EM VÉSPERA DE FERIADO


Pizzaria Avanhandava 34 - Bela Vista - São Paulo


Acordo cedo, antes de 7 horas da manhã. Não dormi bem. Fiquei sem sono e li muito durante boa parte da madrugada. A leitura me faz dormir, mas desta vez não surtiu efeito. Li todos os cadernos de cultura dos jornais Correio Braziliense e Folha de São Paulo que ainda estavam pendentes de leitura. Estou em dia com meus jornais.
Já que estava cedo, arrumei calmamente a mala para a viagem do feriado prolongado. Pouca coisa, mala de mão para agilizar na saída do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O final de semana promete, pois haverá a Virada Cultural, evento da prefeitura paulistana, com muitos shows e eventos em vários locais. Vamos tentar arrumar tempo para fazermos tudo o que queremos, eu e meu companheiro.
Tenho tempo para tomar café da manhã com calma. Aprecio um belo nespresso.
No trabalho as coisas estão super tranquilas. Véspera de feriado é sempre assim. O trânsito fluiu bem. Não há processos para despachar, os telefonemas e e-mails são raridade. Tudo está em dia.
Vejo no Diário Oficial da União que fui nomeado como representante suplente da secretaria em que trabalho em um fórum nacional que tratará de políticas específicas para a aprendizagem de jovens. Ainda bem que sou suplente, pois faço parte de muitos outros grupos de trabalho.
Como o meu voo é às 17:30 horas, sairei mais cedo do serviço. Por isso, decido almoçar no restaurante do trabalho com três colegas. A comida é variada e o restaurante também está vazio. Parece que muitos já estão na estrada ou no aeroporto. Como o básico para quem está em dieta e pago a quantia de R$3,75. Que contradição!, podem exclamar alguns, pois ontem paguei mais de cinquenta reais para almoçar (sem bebida alcóolica) e hoje pago quase quinze vezes mais barato.
Gosto desta vida contraditória. Um dia no luxo, outro na simplicidade e assim vai-se vivendo.
Leio neste blog um comentário que diz que repeti um título do post. Nem havia notado, mas realmente o título reflete aquilo que vivi nos dois dias em que houve a repetição. Adoro comentários no blog.
Saio do trabalho por volta de 15 horas e vou para casa. É o tempo de trocar de roupa, arrumar a mochila e saimos em meu carro para o aeroporto. Deixar até três dias o carro no estacionamento do aeroporto fica mais barao do que pagar a corrida de táxi casa-aeroporto-casa. Fazemos o check in no tóten da TAM e despacho minha bagagem no setor de atendimento aos clientes fidelidade vermelho. Não que eu tenha o cartão vermelho, mas meu cartão de crédito me oferece esta vantagem. O voo está lotado e sai na hora. Sem problemas no percursso, com apenas dois minutos de pequena turbulência, li os jornais do dia. O serviço de bordo foi picolé de frutas. Um horror, pois o ar condicionado do avião estava gelado. Chegamos no horário marcado. A mala saiu rápidamente na esteira e fomos para a fila do táxi. No balcão para pagar a corrida havia um aviso de que a espera média para um táxi estava em quarenta minutos. Isto é São Paulo, pensei. Paguei R$41,00 para o trajeto aeroporto de Congonhas até o Mercure Saint Germain, em Cerqueira César, próximo ao Conjunto Nacional. O trânsito flui bem. Chegamos ao hotel por volta de 20:15 horas e nossas fichas já estavam prontas, incluindo o lançamento de minha estadia no cartão de crédito - R$523,20 para três noites (duas pessoas). Decidimos ir a uma peça na Praça Roosevelt. Descemos a Rua Augusta a pé. Como estamos com fome, paramos na tradicional lanchonete Frevo, na própria Augusta e comemos cada um um mini beirute. Eu um de atum e Ric, um de filé. O meu eestava ótimo. Pagamos pelo lanche R$44,80 e continuamos nossa caminhada. Levamos vinte minutos para chegar no Espaço dos Satyros 1, localizado na Praça Roosevelt, 214. A peça começaria às 23 horas. Compramos dois ingressos inteiros, R$20,00 cada um e sentamos ali mesmo no balcão do bar no hall de entrada do teatro. O local é bem alternativo e a frequência é jovem, especialmente pessoas ligadas ao mundo das artes cênicas. A conversa de todos parecia ser uma só: a Virada Cultural, 24 horas de eventos culturais por toda a cidade. Atores da Cia dos Satyros circulam pelo local. Às 23:10 horas, soa o sino, sinal de que podemos entrar para assistir ao espetáculo. O espaço tem as paredes pintadas de marrom e o teto de preto e é bem precário, mas aconchegante. Os assentos, poucos, estão em forma de arquibancada. Resolvo sentar na primeira fila, mas Ric diz para sentarmos mais atrás, pois a interatividade de algumas peças. Falo que o título da peça não remetia a esta possibilidade e ficamos na primeira fila, bem em frente ao cenário, muito simples, diga-se de passagem. O ator entra e começa a conversar com a plateia, enquanto passa um batom claro, põe um colar e uma peruca loura (o ator é careca). Apresenta o companheiro de cena e informa o autor, o diretor e o staff da peça. A peça se chama Monólogo da Velha Apresentadora, texto de Marcelo Mirisola e direção de Josemir Kowalic. Em cena, os atores Alberto Gusik, que comemora 60 anos de carreira, e Chico Ribas, um jovem ator. A apresentadora é Febe Camacho, uma referência direta a Hebe Camargo e a história se passa no estúdio de tv onde é gravado o programa no momento em que a gravação é interrompida por motivos técnicos. começa, pois o monólogo, onde o ator vai fazer remissão a um passado de glórias e glamour, com várias passagens claramente inspiradas na vida de Hebe. Em seu discurso, vemos preconceito, saudosismo, vícios (bebida e cigarro), num texto leve, porém contundente e com um humor refinado, embora fácil de entender. A peça dura quarenta minutos apenas. Aplausos sinceros, mas ninguém de pé. Cabe aqui um comentário: em Brasília, o público aplaude qualquer peça de pé, parece que se sentem obrigados a fazê-lo desta forma. Saimos do espetáculo e fomos a pé até a Rua Avanhandava, bem próximo, para comer uma pizza na Pizzaria Avanhandava 34. Como já passava da meia noite, olocal estava tranquilo (já enfrentei fila de espera nesta pizzaria em outras ocasiões). Pedimos um vinho português, simples, mas honesto, um Monte Velho 2006, vinho tinto do Alentejo. Para comer, uma pizza metade berinjela com tomates e manjericão e metade à portuguesa. Ficamos pouco mais que uma hora no restaurante. A conta: R$168,70. Em frente, pegamos um táxi para o hotel. Valor da corrida - R$14,00. Mais de 1:30 da madrugada, chegamos ao hotel e fomos dormir.

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