Pesquisar este blog

sábado, 1 de agosto de 2009

DIA DE DOR

Mais uma sexta-feira com dores. São os cálculos renais.
Nada de novo no trabalho, mas as dores eram visíveis na minha fisionomia, pois todos perguntavam se estava tudo bem comigo. Fui levando, tomando muito líquido e torcendo para o cálculo que já está no ureter descer logo de uma vez.
Eu e minha chefe saímos tarde para almoçar e escolhemos o El Paso Texas (SCLN 404, Bloco B, Asa Sul). A minha intenção era comer mais um menu preparado para o Brasília Restaurant Week, mas ao ver o lindo buffet de comida mexicana, com alguns pratos da culinária peruana, preferi me deleitar com burritos, quesadillas e afins. O restaurante estava com bom público e a comida, como sempre, bem feita. O atendimento é um diferencial da casa. Sempre atentos e prestativos os garçons.
Antes de voltar ao trabalho, retornei ao médico e ele me disse que os cálculos são pequenos, que iria doer um pouco, mas que sairiam apenas com líquido. Para aliviar as dores, me receitou analgésico mais forte, vendido com receita especial, daquelas que ficam retidas nas drogarias. O remédio não é barato, R$97,00 a caixa com trinta comprimidos, mas comprei, pois nunca se sabe quando vai doer. No mais, é beber muito líquido. Ele pediu para a tomografia ser repetida daqui a um mês. De qualquer forma, disse que dor é uma coisa subjetiva e se eu não estiver suportando, poderíamos passar para um procedimento cirúrgico para a retirada dos cálculos. Vou esperar a nova tomografia e encher a cara de água...
Durante a tarde no trabalho me dediquei aos preparativos para a reunião de segunda e terça-feira em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Já de noite, eu, Ro e Emi (Ric viajou para Palmas, Tocantins, a meu contragosto) fomos ao espetáculo teatral Educação Sentimental do Vampiro, texto de Dalton Trevisan, encenado pelos atores Duda Mamberti, Erica Migon, Guilherme Weber, Jorge Emil, Magali Biff, Maureen Miranda e Zeca Cenovicz, que integram a Sutil Companhia de Teatro, nascido em Curitiba, Paraná. A direção é de Felipe Hirsch e a cenografia de Daniela Thomas. São 18 contos de Dalton Trevisan que foram adaptados para a peça. Como são muitas as esquetes, o tempo de espetáculo é de aproximadamente 120 minutos. O teatro da Caixa Cultural (SBS Quadra 4, lotes 3/4) não tinha um bom público (ainda não consigo entender porque as peças neste teatro não enchem, enquanto no CCBB, mesmo mais longe, sempre estão com ingressos esgotados. Não pode ser o preço dos ingressos, pois são muito parecidos). Paguei R$10,00 o ingresso (meia entrada para assinantes do Correio Braziliense). Todas as esquetes da peça se passam em um clima noir, meio underground, meio submundo, com forte apelo sexual, como são os textos de Trevisan. No início, alguns do elenco pareciam estar nervosos, mesmo a peça já tendo estreado há dois anos, com erros no texto. Alguns esquetes são bem superiores aos outros e o que os une é o elemento sexual. Os atores e atrizes despem-se com muita naturalidade em cena. O universo pop é o inspirador de Felipe Hirsch, que optou por interpretações marcadas, lembrando um desenho animado ou uma história em quadrinhos. Elementos de filme noir são claramente identificáveis. A própria cenografia remete ao universo pop, com um grande painel de fundo lembrando os grafites dos centros urbanos. Destaco duas esquetes: a transa em um quarto de hotel em plena Sexta-Feira da Paixão e os solitários e pervertidos urbanos em uma sessão de cinema em pleno Natal. Há altos e baixos, tendo em vista a profusão de esquetes. Algumas são muito longas e acabam cansando, enquanto outras parecem mais do mesmo já encenado em outro momento da peça. Gosto do trabalho da Sutil Cia de Teatro, mas continuo preferindo A Vida é Cheia de Som & Fúria, encenada em 2000, e de Não Sobre O Amor, de 2008.

Para terminar a noite com chave de ouro, mesmo com uma dor insistente, mas não dilacerante, fomos nós três conhecer o mais recente restaurante de Dudu Camargo, inaugurado na última segunda-feira, 27 de julho de 2009. Chama-se Fatto (QI 9/11, Bloco C, loja 56, Lago Sul). Como já esperado, chegamos às 22:30 horas e não havia lugar. Muito cheio, especialmente do beautiful people, com suas roupas e acessórios de grife, ficamos na fila de espera por quarenta minutos. A maioria da galera jovem prefere ficar no lounge externo, enquanto os apreciadores de um bom prato e um bom vinho, se sentam na parte interna do restaurante. Decoração em tons de vermelho e preto predominam o ambiente interno. Serviço ainda ruim, com muitos garçons trombando uns nos outros. Ouvimos uma quebradeira de copos e louças no subsolo e isto desestabilizou o staff. Ficamos um bom tempo na mesa sem atendimento, o que foi feito somente depois que Emi chamou um garçon. Pedimos uma entrada de atum semi cru crocante com uma espécie de mousse de ervas, que estava perfeito, mas que custou muito a chegar à mesa. Tivemos que perguntar pelo garçon sobre o nosso pedido. Como prato principal, pedi um nhoque de batata baroa com linguiça, filé e javali. Simplesmente divino. Para acompanhar a comida, bebemos o vinho Caldas de Alves Souza, um tinto português, safra 2005, da região do Douro. O vinho se perdeu quando da harmonização com o meu prato (a mesma escolha de Ro). O prato de Emi tinha um aroma especial, pois era trufado (picadinhon de vitelo, acompanhado de uma massa). Ele elogiou bastante o prato. O contraponto da casa, que anuncia em seu letreiro ser um lugar para alquimia mediterrânea, com a outra casa de sucesso de Dudu Camargo, o Unanimità, é o tamanho de cada prato. Enquanto na casa já estabelecida vale a fartura, nesta nova casa, os pratos são diminutos, lembrando os restaurantes de comida francesa e de comida contemporânea. Um ponto negativo, difícil de solução a curto prazo, é o tamanho dos banheiros. Pequeno para o número de comensais que cabem no restaurante. E o pior é que como, pelo que parece da amostra desta sexta-feira, será adotado pela juventude abonada de Brasília, os banheiros ficam intransitávies depois de uma certa hora. Mictórios entupidos com papel, lixeiras servindo de vaso sanitário, chicletes jogados pelo chão e pilhas e pilhas de papeis jogados fora do cesto. Esta observação não foi só de nossa mesa. Percebi que uma senhora também reclamava com o gerente (pelo menos pareceu que o era) da situação de ambos os banheiros. Este gerente estava percorrendo todas as mesas perguntando sobre a impressão dos frequentadores e o que não havia saído a contento. Em nossa mesa, reclamamos da demora no atendimento, inclusive na hora de pagar a conta. Ro pediu a Nota Legal, mas não estavam emitindo, pois ainda não conseguiram as máquinas de emissão. Anotaram os dados para envio pelo correio. Aguardemos. Uma casa deve abrir com tudo em funcionamento, especialmente itens de obrigação legal, como a emissão de nota fiscal. Espero que os problemas apontados nestes primeiros dias sejam logo resolvidos, pois o cardápio é interessante e o sabor dos pratos é especial.





2 comentários:

  1. Noel,
    E o Jorge Emil, como está em cena.
    Você sabe que ele é de Belo Horizonte, né?
    É um GRANDE ator, dos melhores daqui.
    E BSB não para de abrir restaurantes, heim?
    BJ

    ResponderExcluir
  2. O Jorge está ótimo na peça. Não sabia que ele era mineiro.
    Realmente aqui é um festival de abertura de restaurantes, especialmente no segundo semestre.

    Bjs.

    ResponderExcluir