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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

TILL - A SAGA DE UM HERÓI TORTO

Noite de terça-feira com céu estrelado e uma bela lua. Fazia um frio suportável. Muita gente procurava um lugar para se sentar na Praça do Museu Nacional da República. Nas paredes curvas do museu havia uma projeção com imagens das peças que integram a programação do Cena Contemporânea 2010, festival de teatro que tem a sua décima primeira edição em Brasília. Um palco foi montado na praça com uma arquibancada de madeira em frente. Também haviam cadeiras de plástico mais próximas ao palco. Sentei-me nestas cadeiras, pois cheguei com antecedência de quarenta minutos. A peça de abertura estava marcada para começar às 20 horas. Espetáculo gratuito. Nada melhor que um excelente começo. Grupo Galpão, de Belo Horizonte, com anos de estrada, foi o escolhido. A peça é Till - A Saga de Um Herói Torto. Texto de Luís Alberto de Abreu e direção de Júlio Maciel. O grupo conta com Antônio Edson (Barromeu/Povo/Anão), Arildo de Barros (Parteira/Juiz/Camponês/Carrasco/Padre/Miserável), Beto Franco (Parteira/Português/Padre/Camponês/Miserável), Chico Pelúcio (Demônio/Camponês/Voz do Soldado), Eduardo Moreira (Doroteu/Povo), Inês Peixoto (Till), Lydia del Picchia (Parteira/Consciência/Cozinheira/Menino), Simone Ordones (Alceu/Povo) e Teuda Bara (Mãe/Miserável). A história tem lugar na Alemanha medieval onde nasce Till, um sujeito desprovido de inteligência útil, fruto de uma aposta do demônio com Deus. Como o subtítulo da peça diz, é uma saga de um anti-herói. Inês Peixoto arrasa (usei a expressão de Pek) como Till. Está perfeita, fazendo um aparente bobo que é, na verdade, muito esperto. Ao longo da história, onde temos julgamentos, enforcamento, fogueira, padres perversos, travessuras, há também três cegos em busca das torres de Jerusalém. Hilários, mas mordazes. O elenco todo está em sintonia perfeita. Chico Pelúcio faz um demônio debochado, com alguns trejeitos e maneirismos. Alguns recursos cênicos são fantásticos, especialmente o nascimento de Till, logo no início da trama. É um dos pontos altos da peça. Valeu ter visto o Grupo Galpão voltar às origens, fazendo teatro de rua na rua. Uma maravilha. Vida eterna ao Grupo Galpão. Vida eterna ao Cena Contemporânea.

2 comentários:

  1. Noel,
    O espetáculo tem vários momentos maravilhosos, e a peleja do nascimento é mesmo ótimo. Gosto muito também do Till carregando aquele matinho e também quando diz "é dedé mamar na gata ocê não quer". Ri muito, muito.
    Bjs

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