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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ÊXTASE


Em cartaz no CCBB de Brasília, a peça Êxtase vale a pena ser conhecida. Fui na última terça-feira. Ingresso a R$ 7,50 (meia entrada por ser correntista do Banco do Brasil). Ela ocupa o Teatro II de terça a quinta-feira até o dia 26 de agosto. O horário não é muito adequado, pois começa às 19:30 horas, com duas horas de duração. Horário chato para quem larga o trabalho às 19 horas, não há tempo nem para fazer um rápido lanche. O texto é do cineasta inglês Mike Leigh, com tradução de Mauro Baptista Vedia e Mercedes da Costa e Silva. Vedia também dirige. O elenco conta com Erika Puga (Jane), Amanda Lyra (Di), Mário Bortolotto (Mick), Eduardo Estrela (Leo), Francisco Eldo Mendes (Roy) e Fernanda Catani (Val). A peça se passa em um pequeno apartamento na cidade de Londres nos anos oitenta. São pessoas da classe operária sem muita perspectiva na vida. Jane é o exemplo máximo desta falta de horizontes. Erika Puga consegue fazer uma personagem que passa o tempo todo apática, deprimida, inclusive na hora do sexo. O único momento em que se solta é para cantar juntamente com os amigos uma música que ela gostava de cantar nas bebedeiras nos bares da vida. Por falar em bebedeiras, a peça inteira os personagens enchem a cara de cerveja, gim, martini e vodka, além de acenderem um cigarro atrás do outro. Tem-se a sensação de que as únicas satisfações na vida deles são o cigarro e a bebida. No encontro dos amigos pós bar no apartamento de Jane a conversa gira em torno do dia a dia de cada um, das amizades, do passado de Leo (cuja esposa fugiu com um amante), do casamento de Mick e Di, das faltas ao serviço por causa da bebida. Amanda Lyra é um dos destaques com uma Di incrivelmente verborrágica, com uma voz estridente e chata, dando o tom de comédia para a peça. Bortolotto, como sempre, empresta um ar bonachão ao seu Mick, marido de Di. Já Eduardo Estrela faz um Leo taciturno, tímido, parecendo que vai explodir a qualquer momento, mas nunca o faz. Os dois outros personagens são pequenos, aparecendo na primeira parte da peça. O êxtase é atingido no auge da bebedeira no apartamento de Jane, quando eles esquecem todos os seus problemas, cantando e dançando ao som de Elvis Presley. Gostei muito.

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