Não demorou muito para começar o terceiro show da noite no Teatro Oi Brasília. Após a bela interpretação e improviso de Elza Soares e dos músicos que a acompanharam no show My Soul Is Black, dentro do festival I Love Jazz, o palco foi arrumado em quinze minutos para a entrada da banda de jazz Pink Turtle. Não conhecia nada da banda. Li nos jornais que se trata de uma banda francesa que fizera sucesso na primeira edição deste mesmo festival, motivo pelo qual os produtores do evento resolveram incluí-la novamente na programação de 2010. Eram 23:05 horas quando um autêntico francês entrou no palco com um figurino lembrando os garotos que usavam bermudas e paletó. O tal francês saudou o público presente em um português sofrível, acenou para todos e tirou fotos. O papel se inverteu. A atração musical tirou fotos com sua câmara digital do público presente, numa clara referência ao fenômeno que hoje ocorre em qualquer espetáculo. Ele se senta na bateria e começa o show, entrando os demais integrantes da banda. São sete ao todo. O figurino é um caso à parte. Cada um tem uma roupa diferente, mas todas tem em comum as cores: preto e diversos tons de rosa (o pink do nome). Para minha surpresa, eles desfilaram sucessos do pop-rock mundial, com arranjos especiais, todos na linha do jazz. Além de cantar, eles também são performáticos, lembrando os pastelões clássicos de Hollywood. Alguns arranjos musicais eram tão diferentes dos originais que eu custava a identificar de que música se tratava. Reconhecia pela letra. Começaram com Walk On The Wid Side, sucesso de Lou Reed, e passaram por Hotel California, How Deep Is Your Love, sucesso do Bee Gees, Higway to Hell, do repertório da banda AC/DC, Fifty Ways To Leave Your Lover, de Paul Simon, Hey Jude, dos Beatles, entre outros. Em duas músicas, alguns dos componentes da banda desceram na plateia e tocaram frente a frente com o público. Houve solos de instrumentos de sopro, do violoncello e da bateria. O solo da bateria foi especial. O músico ficou só no palco, tirou acordes fantásticos dos tambores e pratos, e saiu batendo as baquetas no pedestal, no tablado, no chão, desceu as escadas para a plateia batendo nos degraus, foi até um jarro com gérberas, retirou uma flor, colocou-a na boca, caminhou curvado, para continuar batucando o chão, em direção a uma jovem do público e a presenteou com a flor. Recebeu de volta um beijo e um abraço. Retornou ao palco e continuou a tocar a bateria, com seus companheiros de banda também retornando para tocar mais uma música. Mais de uma hora de show, eles encerraram, saindo de cena. O bis é pedido, eles voltam, tocam nova música, se retiram. Novos pedidos de bis, inclusive em francês. Mais uma vez eles retornam, mas o baterista não se fez presente. É mais uma brincadeira. Um dos vocalistas diz que ele só voltaria se o chamássemos pelo seu nome: Stéphane. O público presente grita o seu nome. Ele entra com cara de menino pidão, se posiciona em um banquinho e lhe entregam uma tábua de esfregar roupas. O vocalista começa a cantar. Stéphane, com os dedos cheios de dedais, faz da tábua um instrumento percussivo. A música é o grande sucesso de Michael Jackson, Billie Jean. Foi o fim do show. Ou quase, pois eles se formam em jogral e cantam uma versão francesa para apresentar o cd da banda. Os dois últimos discos do Pink Turtle estavam à venda na lojinha localizada no foyer exterior do teatro. Corri e comprei os dois. A fila que se formou atrás de mim era enorme. Não ia ter cd para todo mundo. Bela noite de jazz.
Um pouco de tudo do que curto: cinema, tv, teatro, artes plásticas, enogastronomia, música, literatura, turismo.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
I LOVE JAZZ - PINK TURTLE
Não demorou muito para começar o terceiro show da noite no Teatro Oi Brasília. Após a bela interpretação e improviso de Elza Soares e dos músicos que a acompanharam no show My Soul Is Black, dentro do festival I Love Jazz, o palco foi arrumado em quinze minutos para a entrada da banda de jazz Pink Turtle. Não conhecia nada da banda. Li nos jornais que se trata de uma banda francesa que fizera sucesso na primeira edição deste mesmo festival, motivo pelo qual os produtores do evento resolveram incluí-la novamente na programação de 2010. Eram 23:05 horas quando um autêntico francês entrou no palco com um figurino lembrando os garotos que usavam bermudas e paletó. O tal francês saudou o público presente em um português sofrível, acenou para todos e tirou fotos. O papel se inverteu. A atração musical tirou fotos com sua câmara digital do público presente, numa clara referência ao fenômeno que hoje ocorre em qualquer espetáculo. Ele se senta na bateria e começa o show, entrando os demais integrantes da banda. São sete ao todo. O figurino é um caso à parte. Cada um tem uma roupa diferente, mas todas tem em comum as cores: preto e diversos tons de rosa (o pink do nome). Para minha surpresa, eles desfilaram sucessos do pop-rock mundial, com arranjos especiais, todos na linha do jazz. Além de cantar, eles também são performáticos, lembrando os pastelões clássicos de Hollywood. Alguns arranjos musicais eram tão diferentes dos originais que eu custava a identificar de que música se tratava. Reconhecia pela letra. Começaram com Walk On The Wid Side, sucesso de Lou Reed, e passaram por Hotel California, How Deep Is Your Love, sucesso do Bee Gees, Higway to Hell, do repertório da banda AC/DC, Fifty Ways To Leave Your Lover, de Paul Simon, Hey Jude, dos Beatles, entre outros. Em duas músicas, alguns dos componentes da banda desceram na plateia e tocaram frente a frente com o público. Houve solos de instrumentos de sopro, do violoncello e da bateria. O solo da bateria foi especial. O músico ficou só no palco, tirou acordes fantásticos dos tambores e pratos, e saiu batendo as baquetas no pedestal, no tablado, no chão, desceu as escadas para a plateia batendo nos degraus, foi até um jarro com gérberas, retirou uma flor, colocou-a na boca, caminhou curvado, para continuar batucando o chão, em direção a uma jovem do público e a presenteou com a flor. Recebeu de volta um beijo e um abraço. Retornou ao palco e continuou a tocar a bateria, com seus companheiros de banda também retornando para tocar mais uma música. Mais de uma hora de show, eles encerraram, saindo de cena. O bis é pedido, eles voltam, tocam nova música, se retiram. Novos pedidos de bis, inclusive em francês. Mais uma vez eles retornam, mas o baterista não se fez presente. É mais uma brincadeira. Um dos vocalistas diz que ele só voltaria se o chamássemos pelo seu nome: Stéphane. O público presente grita o seu nome. Ele entra com cara de menino pidão, se posiciona em um banquinho e lhe entregam uma tábua de esfregar roupas. O vocalista começa a cantar. Stéphane, com os dedos cheios de dedais, faz da tábua um instrumento percussivo. A música é o grande sucesso de Michael Jackson, Billie Jean. Foi o fim do show. Ou quase, pois eles se formam em jogral e cantam uma versão francesa para apresentar o cd da banda. Os dois últimos discos do Pink Turtle estavam à venda na lojinha localizada no foyer exterior do teatro. Corri e comprei os dois. A fila que se formou atrás de mim era enorme. Não ia ter cd para todo mundo. Bela noite de jazz.
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