Ainda com o espírito no jazz devido ao festival I Love Jazz encerrado na quinta-feira, fui conferir o show Afro Samba Jazz no mesmo Teatro Oi Brasília (The Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel). Decidi ir a este show somente na última terça-feira, mas ainda consegui encontrar ingresso (R$ 50,00 - inteira), ficando bem posicionado de frente para o palco, embora na décima fileira. O show é uma homenagem a Baden Powell feita por Mário Adnet e Philippe Baden Powell, filho do homenageado. A orquestra é formada por treze integrantes, todos excelentes músicos que já acompanharam cantores e cantoras do primeiro time da música brasileira e internacional, como o brasiliense Jorge Hélder no contra-baixo e Mestre Marçal na percussão. Canto de Xangô foi a primeira música a ser executada, com muitos aplausos do público, que compareceu em grande número, embora lugares vazios eram vistos no teatro. Após a segunda música, Philippe explicou a origem do show. Revirando as coisas de seu pai, ele encontrou várias partituras de músicas inéditas, todas tendo relação com o famoso trabalho que Baden Powell fez com Vinícius de Moraes em 1966, no famoso disco Afro-Sambas. Sete destas músicas inéditas foram apresentadas no show, juntamente com algumas pouco conhecidas e aquelas que fizeram parte do famoso disco, como Canto de Ossanha. Philippe ou Mário Adnet identificaram pelo nome todas as músicas apresentadas. Na primeira metade do espetáculo, a violonista Antônia Adnet foi chamada em cena para tocar duas músicas. O clã Adnet também tinha uma representante na orquestra de sopros, aliás, a única mulher entre os sete músicos do sopro. Por falar em Adnet, Mário, que juntamente com Philippe, assina a direção musical do show, foi infeliz em duas ocasiões em que tentou fazer piada, uma sobre o nepotismo e outra sobre ir ao banheiro (os famosos número 1 e 2). O show estava ótimo, com todos da plateia acompanhando atentos a execução das músicas novas e antigas, estas com arranjo diferente dos já gravados por Baden. Os comentários de Adnet foram totalmente desnecessários. Já perto de uma hora e meia de show, com todos os músicos apresentados e muito aplaudidos, a convidada especial entrou no palco: Mônica Salmaso. Embora tenha os discos dela, ache a voz dela afinada e muito bonita, não gosto de vê-la no palco. Ela cantando me dá sono. Achei que se falasse isto, soaria uma eresia, mas ouvi outras pessoas fazendo este tipo de comentário na saída. Ela cantou pouco, apenas três músicas. Ao final de uma hora e quarenta minutos, a orquestra agradeceu ao público que, obviamente, pediu bis. Mário Adnet disse que seria complicado todos saírem do palco para em seguida retornarem. Ficaram e executaram mais duas músicas. A primeira delas de autoria de Moacir Santos que fazia aniversário de falecimento naquela noite. A segunda, mais um tema de Baden Powell, que também aniversariava no mesmo dia, pois, se estivesse vivo, faria 73 anos. Nesta última música, Antônia Adnet e Mônica Salmaso voltaram ao palco. O show foi muito bom, ressalvados os comentários dispiciendos de Mário Adnet.
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