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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 3

Na terceira noite do festival Cena Contemporânea fui conferir a peça Neva. Encenada pelo grupo chileno Teatro En El Blanco, tem em palco Ingrid Isensee, Trinidad González e Jorge Eduardo Becker. Paguei R$ 15,00 pelo ingresso (inteira), Teatro I do CCBB, com início para 21 horas. Cheguei bem antes ao local, aproveitando para fazer a leitura de uma apostila preparatória da aula que daria na sexta-feira. Lanchei no Bistrô Bom Demais. O teatro não ficou cheio. Não houve a tradicional chamada por sirenes, nem o anúncio em áudio, do festival. As luzes se apagaram e a peça começou. Texto de Guillermo Calderón. No cenário, apenas um tablado, uma cadeira e uma luz destas de esquentar o ambiente, localizada no chão. Era a única iluminação. A história se passa no início do século XX, em São Petersburgo em um teatro às margens do rio Neva, daí o nome da peça. São três atores ensaiando um texto (segundo a sinopse trata-se de O Jardim das Cerejeiras, de Tcheckov), enquanto distúrbios referentes à manifestações de trabalhadores ocorrem nas ruas. A atriz principal, Olga Knipper, viúva do escritor Anton Tcheckov, tem um bloqueio e não consegue dizer o texto. Os dois atores ajudam-na, rememorando (e encenando) os últimos momentos de vida do seu marido, ao mesmo tempo em que continuam ensaiando o texto. Usando o termo de um amigo que também assistiu, trata-se de teatrão, na melhor concepção da palavra. Os atores estão muito bem, especialmente quando discutem técnicas de atuação, de postura em cena. Divido a peça em dois momentos distintos. A primeira parte, um pouco mais do que a metade dos 80 minutos de duração, é leve, divertida, embora em cena há uma representação de um drama. A plateia ri bastante. O texto é falado em espanhol, fácil de entender, mas a produção do festival colocou legendas em português, localizada no alto do palco. Na segunda metade, o texto fica enfadonho, muito chato. Os atores começam a dizer o texto de maneira rápida (nem a legenda conseguiu acompanhar!). Nesta parte, o texto se torna mais ideológico, fazendo referências à Revolução Russa que estava acontecendo, a luta dos trabalhadores e o desejo de não haver ricos. Fiquei inquieto na cadeira com tanta gritaria. Acho que estou ficando exigente demais. De quatro peças que já vi, apenas de uma gostei muito. A única brasileira que assisti até aqui.


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