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terça-feira, 31 de agosto de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 7

A segunda-feira foi quente, coordenando o curso, participando de reuniões intermináveis, assinando documentos no serviço e mais uma noite de teatro. Afinal o Cena Contemporânea continua. Foi a vez de conferir Desavergonhada!, peça baseada no romance da palestina Sahar Khalifeh. A dramaturgia, direção e interpretação ficam por conta da italiana Anita Mosca. Ingresso a R$ 16,00 no Teatro Goldoni. O público compareceu em peso, deixando os ingressos esgotados. O que mais se ouvia na fila para entrar na sala eram comentários negativos sobre a peça Abracadabra, já comentada aqui neste blog. O espetáculo tem menos de uma hora de duração. É um monólogo sobre as condições em que vivem algumas mulheres no sul da Itália. A atriz começa o texto em um dialeto napolitano, passa para o italiano, além de usar também o árabe, o francês, o inglês e o português. Havia legenda para as falas em italiano (incluindo o dialeto inicial). Não se trata de falar sobre violência física contra a mulher, mas a submissão que muitas vezes estão sujeitas tanto na maneira de se portar, quanto no respeito às tradições seculares. Anita Mosca começa como uma mãe amarga, toda de preto, que fala com a filha sobre a necessidade de se casar. Ao tirar a roupa preta, a atriz incorpora a filha que inicia se recusando a aceitar o casamento arranjado, mas termina presa em um vestido de noiva. Em seguida, várias mulheres são vividas pela atriz, incluindo a filha já casada, mas solicitando o divórcio. Há um momento de sonho, no qual o dançarino Denilson Silva entra em cena para um tango bem ensaiado, mas muito marcado. Termina o monólogo com a atriz novamente de preto, novamente amarga, mas, desta feita, ela incorpora a filha que, em um movimento cíclico, repete as atitudes de sua mãe. A interpretação de Anita é muito boa,o texto não esbarra no sentimentalismo, mas mostra a realidade que ainda é vivida por milhares de mulheres ao redor do mundo. Muito aplaudida ao final com comentários entusiasmados na saída do teatro. Primeira peça internacional do festival de que realmente gostei, embora a minha classificação em relação às demais seja uma peça mediana.

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