Perdi a oportunidade de ver A Dama de Ferro (The Iron Lady) quando esteve em cartaz nos cinemas brasileiros no início do ano. Assim que saiu a versão para blu-ray, comprei um exemplar. Na noite de segunda-feira decidi assistí-lo. Antes de mais nada, a compra se deu unicamente porque gosto muito do trabalho de Meryl Streep e tendo ela ganhado o Oscar por encarnar Margareth Thatcher neste filme, achei que tê-lo em minha coleção seria necessário. A produção é compartilhada entre Inglaterra e França, datada de 2011 e dirigida por Phyllida Lloyd, a mesma diretora de Mamma Mia!. Mesmo não tendo nenhum apreço por ela, não discuto que Thatcher foi uma personalidade forte, própria para ter um filme narrando sua trajetória desde o interior da Inglaterra até chegar a ser Primeira-Ministra, ficando no poder por duas décadas. No entanto, o roteiro e a forma com que Lloyd conduziu a narrativa soam um tanto quanto manipuladores. Começar o filme com uma Thatcher senil, abandonada em seu lar apenas com os empregados, tendo alucinações em relação ao marido falecido, é querer colocar uma áurea de mulher boazinha que ela nunca foi. Imagem de idosos sempre rendem compaixões, sentimentos fortes e elas são potencializadas quando o idoso se mostra doente. Assim, a diretora narra a vida da chamada Dama de Ferro a partir de suas memórias, mas não consegue traçar uma linha consistente para quem não viveu à época em que ela comandou a Inglaterra e ainda dava as cartas no cenário mundial. Há muitos buracos no roteiro. Há interessantes inserções de cenas reais, tiradas de noticiários de televisão, como as manifestações grevistas dos mineiros, as manifestações sangrentas contras as privatizações e a Guerra das Malvinas, sempre mostrando uma Thatcher impassível, com ar superior e arrogante, em excelente caracterização de Streep. A maquiagem, também vencedora do Oscar, é digna de nota, pois consegue passar verdade. O filme é ruim, mas Streep carrega sozinha a narrativa, merecedora de todos os prêmios que recebeu por causa de sua performance como Margareth Thatcher. Vale a pena ver apenas para quem tem interesse em estudar a interpretação de uma grande atriz como é Meryl Streep. Quanto à compra do BD, achei totalmente despicienda.
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