No domingo dia 17 de junho de 2012 aconteceu a segunda edição da temporada 2012 do projeto Todos os Sons - Domingo CCBB, com entrada gratuita. Cheguei cedo no centro cultural, pois queria um bom lugar para estacionar o carro e aproveitei para ver a exposição Índia!, em cartaz no CCBB de Brasília até 29 de julho. O primeiro show estava marcado para ter início às 17 horas. Às 15:20 horas eu já estava lá. Gastei uma hora e meia percorrendo a exposição, cuja visita terminei na noite de terça-feira. Faltando dez minutos para as 17 horas, decidi comer alguma coisa, pois não tinha almoçado. O Bistrô Bom Demais estava lotado, assim como o Café Cristina Roberto, sem lugar para sentar. Em dias de show ao ar livre, o Bistrô Bom Demais monta uma barraca nas proximidades do palco, posicionado no gramado atrás do prédio principal. Antes que as filas ficassem grandes para comprar ficha, passei no caixa para adquirir fichas suficientes para comer antes do show começar e pegar alguma bebida durante os intervalos dos três shows programados. O movimento ainda era pequeno, muito diferente da primeira edição de 2012, quando se apresentou o cantor Criolo. Até cadeiras de plástico foram colocadas em frente ao palco, sinal de que o público seria menor e mais tranquilo. Como sempre acontece nos eventos no gramado do centro cultural, muita gente prefere sentar em cangas e esteiras colocadas sobre a grama, fazendo um lanche na companhia de amigos, família, namorados e afins. O clima estava agradável, com um friozinho chegando no final da tarde. Comi duas salteñas de carne e me sentei na primeira fila de cadeiras, em posição central em relação ao palco. Entre este e as cadeiras havia um espaço grande. Com cerca de meia hora de atraso, foi chamada ao palco a banda Watson, composta por quatro músicos de Brasília, que toca um rock simples, mas eficiente. Do meu lado direito havia uma concentração de familiares e amigos dos integrantes da banda, com câmeras filmadoras e fotográficas em funcionamento. Eles sabiam as músicas de cor. Na lateral do palco, uma banquinha vendia cd e camisetas da banda. Era a primeira vez que eu escutava alguma coisa deste grupo. O público ficou sentado, embora eles tenham tentado fazer com que a plateia se levantasse e dançasse por umas duas ou três vezes. No entanto, pareceu-me que eles agradaram a quem lá estava, pois todos balançavam corpo, cabeça, pés e mãos, mesmo sentados, ao som do rock da Watson. Eu gostei do som do grupo. O show terminou com uma interessante música chamada As Abelhas, atendendo a alguns gritos vindos do público. O primeiro show durou cerca de uma hora. O intervalo foi longo, pois precisaram retirar todos os instrumentos da banda e montar o palco para a segunda atração da noite, o grupo de percussão brasiliense Patubatê. Eles foram chamados ao palco por volta de 19 horas e fizeram um show ótimo. Já tinha ouvido falar sobre o grupo, com fama internacional, mas nunca o tinha visto ao vivo. São cinco integrantes, sendo um DJ e quatro percussionistas que utilizam os mais variados materiais para construir seus instrumentos musicais, como tambores de ferro, carcaça de motocicletas, baldes de alumínio, vasilhas de ágata, cabine de telefone público, entre outros. O som contagia logo e não deixa ninguém ficar parado. Muita gente se levantou, inclusive eu, para dançar, ocupando o gramado entre as cadeiras e o palco, fato que não agradou a quem queria ficar sentado. No entanto, não era um show para ficar acomodado nas cadeiras. O batuque convidada para mexer o corpo todo. Show vibrante, fazendo com que muita gente fosse à banquinha montada ao lado esquerdo do palco para adquirir cd, dvd e camisetas do Patubatê. Durante o show, dois convidados do grupo subiram ao palco para participar de duas músicas. Eles anunciaram o lançamento de um novo dvd para setembro que foi gravado nas obras do Estádio Nacional de Brasília. Nem vimos o tempo passar neste show marcante. Nesta altura, muita gente já circulava pelo CCBB na espera do show principal, o do paulista André Abujamra. Mais um intervalo longo, quando aproveitei para pegar uma Coca Cola Zero e ir ao banheiro. Quando voltei, minha cadeira já estava ocupada, já que eu tinha ido sozinho. Não me importei, pois tinha acesso garantido à pequena área vip que fizeram, mas acabei por não usar este benefício, ficando sentado na grama em frente à grade, junto ao público. O show de Abujamra se chama Mafaro, mesmo título de seu último trabalho gravado. Na verdade, não é um show, é um showfilme, como foi apresentado. Um filme é projetado em dois telões ao fundo do palco, com algumas cenas projetadas, simultaneamente, em um pequeno banner na sua lateral esquerda. Abujamra disse que aquele show poderia ser montado de acordo com o orçamento dos produtores. Assim, ele já tinha feito o show com vinte músicos em cena, mas também com só duas pessoas. No caso de Brasília, estavam no palco o cantor, um baterista, um guitarrista e quatro músicos nos instrumentos de sopro. Estes músicos do sopro eram integrantes da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju. Foram muito aplaudidos pelo público quando anunciados. O showfilme é sensacional, com as músicas estilosos de Abujamra, com muito suingue, lembrando Os Mulheres Negras e Karkak, dois grupos que ele participou. Mafaro, o cd, é recheado de participações especiais, e todas elas se fizeram presentes em Mafaro, o show, pois o filme possibilitou isto. Desta forma, Zeca Baleiro faz um duo com Abujamra em Lexotan; Evandro Mesquita aparece em O Amor é Difícil; Clarice Abujamra também dá as caras durante a projeção, quando a música A Pedra Tem Vida é executada. O inusitado é ver Luiz Caldas em performance cantando com Abujamra a música Tem Luz na Cauda da Flecha. O final do show é hilário, com os créditos do filme passando, aparecendo alguém ao final afirmando que não haveria bis e que todos poderiam ir embora. Ninguém arredou o pé. O senhor voltou, perguntando porque ninguém o escutava. Que não haveria bis, que o pessoal precisava desmontar o palco, varrer o local e pegar ônibus para ir embora. Em seguida, André Abujamra retornou para apresentar seu maior sucesso, falando que embora gostasse muito de Zeca Baleiro, aquela música não era do maranhense e sim dele. Era a ótima Alma Não Tem Cor. Ainda cantou Juvenar, a pedido da plateia. Ótimo show. Já estou esperando a terceira edição do Todos os Sons - Domingo CCBB, que acontecerá dia 29 de julho, na Praça do Museu Nacional da República, quando acontecerá, simultaneamente, o encerramento do festival de teatro Cena Contemporânea.
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