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terça-feira, 5 de junho de 2012

ISSO É O QUE ELA PENSA


Desde o último 17 de maio está em cartaz no Teatro I do CCBB de Brasília a peça Isso É O Que Ela Pensa. Comprei o ingresso por R$ 3,00, valor da meia entrada por ser correntista do Banco do Brasil. Sessão de 21 horas de uma quinta-feira. O teatro estava bem vazio. O texto é do britânico Alan Ayckbourn, o dramaturgo vivo mais encenado atualmente nos palcos ao redor do mundo, segundo informações do folder da peça. A direção coube a Alexandre Tenório, enquanto o elenco é composto pelos atores Denise Weinberg (Susan), Mário Borges (Bill), Clarissa Rockenbach (Lucy), Francisco Brêtas (Andy), José Roberto Jardim (Tony), Mário César Camargo (Gerald), Clara Carvalho (Muriel) e Eduardo Muniz (Rick). São quase duas horas de espetáculo, com toda a história se passando no jardim de uma casa. Susan cuida deste jardim e sofre um acidente, quando o ancinho bate em sua cabeça. Ela começa a ter alucinações. No início, ela acreditava ser real a alucinação, mas aos poucos vai conseguindo distinguir entre o imaginário e a realidade em que vive. Bill é o médico que a socorre e tenta convencê-la em ir ao hospital, pois uma batida na cabeça pode trazer consequências futuras. Susan prefere ficar em casa, achando que foi uma simples batida, mas em contraponto à vida que levava com Gerald, seu marido, e Muriel, sua cunhada, dá asas à sua imaginação criando uma família perfeita, onde Andy é seu marido afetuoso, sempre cheio de amor e elogios para com ela, ao contrário de Gerald, o marido real, que dedica todo o seu tempo a escrever um livro sobre a paróquia que frequenta. Na vida real, Rick é seu filho ausente, que volta para casa apenas para vender suas coisas, pois está de mudança para bem longe, e, em sua cabeça, Lucy é a filha perfeita, preparada para ajudar a mãe em tudo. Por fim, Susan substitui Muriel, sua cunhada ranzinza por Tony, o irmão que ela queria ter tido. Assim, entre imaginação e realidade, Susan passa sua vida a limpo, criando uma história onde era livre, realizada como escritora (na real, o marido é quem tem a pretensão de o ser), em meio a uma família feliz e perfeita. Mas aos poucos ela percebe que aquela felicidade, aquele mundo sem defeitos, também era sufocante, pior até do que a realidade. Bill, o médico, é um personagem interessante, que transita bem entre as duas histórias de Susan e lhe faz uma surpreendente revelação, fator primordial para ela querer se livrar dos personagens que criou em sua cabeça. Ao final, ficção e realidade se unem em uma bela cena, onde a linha entre a verdade e a mentira se torna bem tênue. Denise Weinberg, Mário César Camargo, Mário Borges e Clara Carvalho, justamente os atores mais velhos, são os destaques em interpretação. Os demais integrantes do elenco cumprem bem o papel de coadjuvantes, servindo de apoio para a performance de Weinberg. Gostei muito. Pena que o teatro não estava cheio, mesmo com um preço tão acessível. Para quem se interessar, a peça fica em cartaz até o dia 10 de junho.



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