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quinta-feira, 21 de junho de 2012

MILTON NASCIMENTO - TOUR 50 ANOS DE CARREIRA






Logo que vi anunciado o show de Milton Nascimento, Tour 50 Anos de Carreira, no qual ele revisitaria sua vasta obra, fiquei atento para as vendas de ingressos. Inicialmente, somente podia comprar pela internet, pelo site Ingresso.com, o que fiz de imediato, pagando R$ 60,00 pela meia entrada, já incluída a taxa de administração. O desconto de 50% obtive imprimindo o cupom Sempre Você por ser assinante do Correio Braziliense. O inconveniente da compra foi que não havia a opção de imprimir o ingresso em casa, somente podendo retirá-lo no dia do show, uma hora antes do seu início. Recebi um e-mail informando que a minha compra estava em análise e que a confirmação viria em outro e-mail, embora tão logo fechei a compra pela internet, recebi uma mensagem, via celular, da administradora de meu cartão de crédito confirmando a transação. Espero até hoje o tal e-mail de confirmação da Ingresso.com. Para conseguir o código que me permitiria a troca do ingresso na bilheteria tive que entrar na minha conta do site e imprimí-lo. Não é a primeira vez que isto acontece em compras pela Ingresso.com. Tal compra fiz no dia 18 de maio de 2012 para um show que aconteceria no dia 16 de junho, ou seja, trinta dias de antecedência. Lendo o caderno de final de semana do Correio Braziliense pela internet, descobri que o ingresso poderia ser trocado antes do dia do show na bilheteria do Teatro Oi, mas para mim era tarde demais, pois estava fora de Brasília e só chegaria no sábado, 16 de junho, dia do show. Assim, cheguei no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local do espetáculo, às 19:50 horas, pois o show começaria às 21 horas. A fila para troca de ingressos era enorme e andava lentamente. Para piorar, todo mundo ficava na fila, ao invés de apenas uma pessoa de um grupo ou família, o que aumentava o "bolo de gente" nas imediações do balcão onde funcionava a bilheteria. Até que alguns seguranças tentavam colocar uma certa ordem, mas era um tal de gente procurar conhecidos já na espera para furar fila, que não tinha fim. Além disto, as pessoas com prioridade apareciam aos borbotões, atrasando o atendimento de quem já estava há algum tempo na fila. Todos que esperavam reclamavam da morosidade e da precariedade no atendimento. Quando cheguei no balcão, o relógio marcava 20:55 horas, e ainda havia uma multidão atrás de mim. Realmente estava bem precária a entrega dos ingressos, pois todos estavam impressos e separados por ordem alfabética, com o nome de quem comprou pela internet, mas ao invés de separar por lotes/por guichê, os ingressos ficavam espalhados e as atendentes iam de um lado para o outro buscando-os. Embora no guichê, tive que esperar, pois o lote da letra "L" estava sendo consultado por outra atendente em outro guichê. Antes de entrar no teatro, ganhei um lápis alaranjado da Gol, transportadora oficial do show. Enfim, às 21 horas entrei no Auditório Master. As luzes estavam apagadas perto do palco, o que dificultava enxergar o número das cadeiras. Tinha ingresso em local privilegiado, fileira D, assento 26, em posição central, na direção de onde estava o microfone que seria usado por Milton Nascimento. O auditório ainda estava vazio, sinal de que muita gente ainda esperava na fila para pegar sua entrada e, consequentemente, sinal de que o show começaria depois do horário marcado. Já instalado em meu lugar, um casal chega e diz que eu estava assentado em um dos lugares por eles comprados. Disse que não, que estava sentado no assento correto. Ele pediu para ver meu ingresso, o que atendi prontamente. Meu lugar era no setor vip central, enquanto eles tinham ingresso para o setor vip especial. Eu estava no lugar certo. Vi a mesma situação acontecer mais de uma vez antes do show começar. Acho uma extrema idiotice chamar todos os setores de vip. Seria muito mais fácil dividir o setor por áreas, como as melhores casas de espetáculos fazem em cidades como São Paulo, Belo Horizonte ou Rio de Janeiro, do que tentar passar a ideia de que todo mundo é vip. Coisas de Brasília! Com trinta e cinco minutos de atraso, e depois de alguns aplausos e assobios da plateia, os músicos da banda de Milton entraram no palco, e os primeiros acordes de Cais soaram no auditório. Milton Nascimento entrou pelo centro, de óculos escuros e um cachecol, sendo ovacionado intensamente. Ele só falaria com o público, mesmo assim usando poucas palavras, antes de cantar a terceira música. Sua interação com a plateia sempre foi pautada pela timidez e pela economia nas frases, e na noite de sábado não foi diferente. Sua banda, bem afiada, garantia bons momentos nos arranjos das canções que marcaram a carreira de Milton, como as menos conhecidas pelo grande público Vera Cruz e Lágrima do Sul, ou grandes sucessos, como Maria Maria e Travessia, ambas acompanhadas pelo público. Dois convidados especiais participaram do show. O primeiro a ser chamado ao palco foi Lô Borges, que dividiu os vocais com Milton na belíssima Clube da Esquina nº. 2, e em Para Lennon e McCartney, quando, ao entoar a frase "sou do mundo, sou Minas Gerais", Milton provocou um frisson nos mineiros presentes no auditório. também teve seu momento solo por duas vezes, quando cantou seus maiores sucessos, entre eles Um Girassol da Cor de Seu Cabelo. A outra convidada foi Simone Guimarães, que reverenciou o cantor mineiro pedindo a benção, já que ela o tem como padrinho. Com voz marcante, embora visivelmente nervosa, interpretou Morro Velho, em um lindo momento do show. Ponto alto do espetáculo foi quando Milton dedicou a música que executaria a seguir à mulher mais bonita do mundo, sua mãe adotiva. É instrumental e se chama Lília, música que ele afirmou que não deixa de tocar em nenhum de seus shows. Quando ele interpretou marcos de sua carreira, como a já citada Maria Maria, Travessia, Canção da América e Nos Bailes da Vida, ele contagiou de vez o auditório. Belo show em ano especial para Milton Nascimento que comemora 45 anos do lançamento do disco Clube da Esquina, 50 anos de carreira e 70 anos de vida. O peso da idade se faz presente em sua pouca desenvoltura no palco, mas a voz continua linda e ele continua cantando de forma arrebatadora. Mesmo com as dificuldades para pegar o ingresso narradas no início desta postagem, o show foi alto astral, cheio de energia. Foi uma noite inesquecível.

show

2 comentários:

  1. Noel,adorei ler sobre o show,pois eu e meu marido que somos apaixonados pelo Milton e vamos assistir o mesmo show aqui em Sampa no dia 03/08....tb sou mineira como vc,de BH!!!Um grande abraço e continue a divulgar a cultura OK...Uyara.

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  2. Prezada Uyara,

    Obrigado pela visita e volte sempre. Bom show!

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