Endereço: SMLN ML 12, Conjunto 1, Casa 5, Brasília - DF.
Especialidade: cozinha contemporânea, sob o comando do chef dinamarquês Simon Lau Cederholm.
Quando fui: jantar do dia 21 de junho de 2012, quarta-feira. Éramos quatro pessoas. Chegamos por volta de 21 horas.
Serviço: como sempre acontece, o serviço foi eficiente, simpático, profissional, com atenção à mesa, não havendo demora na chegada de cada item do menu, respeitado o tempo de cada cliente e a sequência proposta pelo restaurante. A apresentação dos pratos é um destaque. Necessária reserva prévia. Mesmo sendo quarta-feira, o restaurante recebia um bom público.
O que bebi: o restaurante trabalha com menu fixo que se altera mensalmente. No menu, há sempre a possibilidade de optar pela harmonização de comida + bebida proposta pelo chef. No caso, uma amiga levou um vinho branco húngaro (Dobogó Furmint Tokaj 2008), pelo qual pagamos o serviço de rolha, para acompanhar dois pratos, e escolhemos as sugestões para os outros dois. Não gostamos da sugestão de harmonização para a sobremesa,motivo pelo qual ninguém escolheu o Araldica Asti (Piemonte, Itália). A descrição do que bebemos está no item a seguir, pois as bebidas estão estreitamente ligadas aos pratos.
O que comi: assim que recebi por e-mail com o menu de junho do Aquavit, liguei para minha amiga Vera dizendo que queria experimentá-lo. Não tinha nenhuma restrição aos ingredientes, escolhendo a sequência completa, composta de cinco pratos, para o jantar. De início, vieram à mesa os deliciosos pães feitos na casa, acompanhados de manteiga trufada. Os pães estavam quentinhos, sendo gostosos até mesmo sem passar nada neles. Uma ótima abertura para o menu que veio em seguida.
1º prato: coquetel de lagosta - chuchu marinado, manga, presunto de parma, espuma branca de tomate, bisque e dill. Harmonizado com uma taça do espumante rosé italiano Botega Spumanti Bruti 2010. O prato é servido em uma taça alta, tipo a que é servido o drinque dry martini. Não sou fã de lagosta, mas resolvi experimentar esta proposta inusitada com chuchu marinado. Sensacional. O doce da manga e a gordura do presunto de parma não deixaram a lagosta de sobressair. A fatia de presunto era fininha e extremamente seca, quase uma folha tesa. Não apreciei a harmonização, pois os sabores marcantes do presunto, do dill e da manga derrubaram o espumante, que morreu na boca.
2º prato: quenelles de linguado - molho cremoso de mexilhão e muitas ervas frescas, aspargos e ovas de salmão. Harmonizado com uma taça de Dobogó Furmint Tokaj 2008. A carne do linguado estava derretendo, quase uma espuma, com sabor leve, mas potencializado pelas ervas frescas, cultivadas na horta do restaurante e pelo delicioso molho de mexilhão. O toque inusitado veio das crocantes ovas de salmão. Foi o terceiro prato em minha preferência na noite. A harmonização com o vinho húngaro foi perfeita.
3º prato: consommé de peixe - camarão, tucupi, jambu e filigrana preta de polvilho.
Harmonizado com uma taça de Dobogó Furmint Tokaj 2008. Quando colocado na mesa, achei o prato feio, com um pedaço negro de peta achatada cobrindo tudo, mas bastou arredar a filigrana de polvilho para o lado para descortinar uma bela apresentação cheia de aromas da comida paraense oriundos do tucupi e do jambu. No fundo do caldo de tucupi havia bolinhas de sagu, o que fazia deste terceiro prato o mais brasileiro de todos. Tudo estava ótimo com o especial sabor do jambu que adormecia a boca de forma especial. O sagu foi uma surpresa para mim, conferindo a este terceiro prato no meu favorito da noite. A harmonização não foi tão perfeita como no segundo caso, mas ainda assim não decepcionou.
4º prato: paca com purê de mangarito, confit de camapu, ora pro nobis, foie gras grelhado e molho do caçador. Harmonizado com uma taça o vinho tinto espanhol Besllum Montsant 2008. Este foi o prato que me chamou a atenção no menu de junho, pois tenho uma ótima lembrança de um festival de paca que comi no restaurante Dom Francisco ASBAC, em Brasília. A carne de paca é certificada, com criação para abate autorizada pelo Ibama. Prato com sabores fortes e muito perfumado. O purê de mangarito lembra, na aparência, ao purê de batata, porém menos consistente. O garçom nos informou que é uma raiz da família do inhame. Não gostei. O confit de camapu estava divino, com um sabor doce e azedo sensacional. Questionado sobre como era a fruta, o garçom nos trouxe do pomar do restaurante um exemplar. Nada mais do que a conhecida physalis colombiana. É um fruto do cerrado brasileiro. A folhagem ora pro nobis é uma das que mais gosto, muito comum em Minas Gerais, mas rara de se comer fora de meu estado. Estava muito bom e foi uma ótima companhia para a carne de paca. Para não parecer tão brasileiro este prato, um foie gras grelhado adornou a carne, em casamento inusitado mas que combinou bem. A harmonização também não foi feliz, pois o vinho era fraco para a explosão de sabores do prato. O vinho morreu na boca. Gostei do prato, sendo o meu segundo preferido na sequência da noite.
5º prato: a sobremesa - morango, merengue e marzipan. Não sou fã de nenhum dos três ingredientes. Prato bonito, mas dispensável.
A orgia gastronômica terminou com um xícara de chá de hortelã, colhido na horta na hora, acompanhado de madeleines e macaron de doce de leite.
Valor total da conta: R$ 1.065,00.
Minha avaliação: * * * * 1/2. Para ler outra avaliação que fiz em outra oportunidade em que estive no Aquavit clique qui.
Gastronomia Brasília
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