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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

MESTRES DO RENASCIMENTO

Aproveitando que a sexta-feira, 27 de dezembro, estava tranquila, assim que terminamos de almoçar no Salim Sou Eu, eu e Karina fomos ao CCBB para conferir a exposição Mestres do Renascimento, em cartaz até o próximo dia 05 de janeiro de 2014. Karina já tinha visto, mas de forma bem rápida. Pensamos que teria fila, mas, para nossa surpresa, quando lá chegamos, por volta de 13:30 horas, não tinha ninguém esperando para entrar na Galeria I. Entramos direto. Dentro, a galeria recebia um bom público, mas não houve dificuldade para ler as informações sobre cada módulo da exposição, bem como aquelas colocadas ao lado de cada obra que integra a mostra. Os módulos foram divididos por regiões da Itália: Florença, Roma, e Urbino na parte de cima da galeria; Ferrara, Milão e Veneza no subsolo. Quando fomos descer as escadas de acesso ao piso inferior, um segurança nos informou que não poderíamos voltar a subir, a não ser que saíssemos da galeria e entrássemos novamente. Ou seja, para facilitar a visita e não tumultuar, o fluxo é em uma única direção. Quanto às obras, um verdadeiro deleite para os olhos. São 57 obras de mestres italianos, a maioria pinturas. Artistas importantíssimos para a cultura mundial estão representados nesta exposição. Rafael, Donatello, Leonardo Da Vinci, Tintoretto, Ticiano, Michelangelo, Verrocchio, Bellini, Boticelli, Fra Angelico, Perugino, Veronese, Lotto, entre outros. Sendo obras do Renascimento, o que domina são motivos religiosos ou mitológicos, com os retratados/desenhados sempre sóbrios, com semblante fechado. Karina me chamou a atenção para uma pintura de Dosso Dossi, chamada Retrato de bufão da corte, pois é a única em que aparece uma pessoa com um sorriso largo no rosto. Não era para menos, pois se trata de um bufão, mas é emblemático no meio de tantos rostos taciturnos e fechados. Uma das pinturas que mais chama a atenção do público, a única onde esperei um tempo para poder apreciá-la, é a Leda e O Cisne, atribuída a Leonardo Da Vinci. Novamente Karina observou que a mulher da pintura tem um sorriso parecido com o da Mona Lisa. O quadro que mais gostei é um dos primeiros da mostra. Está no módulo Florença, chama-se Cristo abençoado, pintado em 1506 por Rafael. Não por acaso, é a pintura que ilustra o catálogo da exposição, à venda na Livraria Quixote localizada no CCBB por R$ 130,00. Quando saímos, uma enorme fila se formava para entrar na Galeria I. Tivemos sorte de entrarmos sem fila. Claro que passei na livraria e comprei um catálogo. Ainda levei para casa um imã e um lápis alusivos à mostra. Grande exposição. Brasília entrou de vez no circuito das grandes mostras de artes plásticas do Brasil. Parabéns CCBB por esta iniciativa, quando oferece ao público a oportunidade de ver obras integrantes de acervos de museus espalhados pela Itália, assim como algumas pertencentes a coleções particulares. Vale muito a visita, até mesmo para aqueles que acham que já conhecem muita coisa do Renascimento. Afinal, não é todo dia que temos a chance de ver obras de tanta expressão e valor reunidas em um só lugar.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SALIM SOU EU - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)


combinado frio


lafehs 


arroz com lentilha


quibe frito

Acordei na sexta-feira, dia 27 de dezembro, com vontade de comer arroz com lentilha. No trabalho, quase nada para fazer, como sempre acontece nos últimos dias do ano. Chamei Karina para almoçar. Escolhemos o restaurante Salim Sou Eu, que nenhum de nós conhecia. Eu sabia que era perto do Ícone Parque, no Setor de Clubes Sul. Não foi difícil achar. O restaurante, especializado na culinária libanesa, tem aspecto rústico, mais parecendo uma lanchonete. Não estava cheio. Sentamos em uma mesa à direita de quem entra, com boa luminosidade externa. Dia agradável, sem muito calor. Logo o garçom nos trouxe o cardápio, bem simples, mas informou-nos que a partir de janeiro de 2014 novos pratos entrariam no menu, tornando-o mais robusto. De toda forma, havia o que eu queria nos pratos disponíveis naquele dia. Resolvemos pedir vários itens para compartilhar. Antes, pedimos as bebidas. Eu escolhi uma Fanta Laranja (R$ 3,90), enquanto Karina foi de Coca Cola Zero (R$ 3,90). Enquanto decidíamos o que pedir, solicitei ao garçom a senha do wi-fi, cujo símbolo estava bem visível perto do caixa. Fui prontamente atendido. Para começar, pedimos um combinado frio (R$ 25,00). Servido em um prato de porcelana no formato quadrado, com ótima apresentação, veio com quatro iguarias libanesas: ariche (o queijo chancliche servido com cebolinha, cebola e tomate), hommos (pasta de grão de bico), toum (pasta de alho) e labneh (coalhada seca). Acompanha o combinado um cesto muito bem servido de pão folha torrado cortado em formato de triângulo. Todas as pastas estavam frescas, saborosas, cujo destaque ficou para a labneh. Comi cada pasta separadamente em um pedaço do pão folha e também fiz algumas misturas. A melhor delas ficou para a labneh com o ariche. Como prato quente, resolvemos pedir dois lafehs (sanduíche libanês parecido com o wrap, mas tostado). Eu escolhi o especial falafel (R$ 8,90), enquanto Karina pediu o recheado com kafta e queijo (R$ 9,90). Escolhas perfeitas. O sanduíche vem em dois generosos pedaços, quente, com recheio bem servido, e ótimo tempero. No meu caso, o recheio era composto por bolinhos de grão de bico fritos, salsinha, tomate e cebola picados, picles e molho tahine. Acrescentei molho de pimenta e ficou melhor ainda. Claro que pedi uma porção de arroz com lentilha (R$ 7,00), que Karina não quis compartilhar. Era o prato que mais queria e o que achei menos atraente. Faltou cebola caramelizada por cima do arroz. Estava bem feito, mas nada que me surpreendesse como os pratos anteriores. Ainda pedimos duas unidades de quibe frito (R$ 5,00 cada um). Ao final, vimos que exageramos. Para finalizar, nada de sobremesa, apenas uma xícara de café espresso (R$ 3,50 cada uma), que não gostamos. A conta totalizou R$ 82,06, que dividimos por igual. Karina saiu com seu quibe em uma embalagem para viagem. O ponto negativo do restaurante ficou por conta do volume do rádio que transmitia um programa evangélico. Isto me incomodou.

Endereço: Setor de Clubes Sul, Trecho 2, Conjunto 34, Brasília, DF.
www.salimsoueu.com.br
Contatos: +55 61 3224 2226.
Especialidade: culinária libanesa.

domingo, 29 de dezembro de 2013

AS DAMAS DE FERRO

Depois de ver um filme gay tão profundo e provocador, o ótimo Um Estranho no Lago, resolvi continuar na temática, mas indo para um lado mais divertido. Coloquei para rodar o DVD de As Damas de Ferro (Satree-Lex), filme tailandês de 2000, que já tinha visto no cinema quando de seu lançamento no Brasil. Lembro-me que o assisti no extinto Cine Academia, em sessão completamente lotada. Também já tinha visto em DVD em 2009, com postagem neste blog. Dirigido por Yongyoot Thongkongtoon, o filme é baseado em fatos reais, quando um time de voleibol, formado basicamente por homossexuais, incluindo uma travesti, dirigido por uma treinadora lésbica, tornou-se a sensação ao vencer o Campeonato Nacional de Voleibol da Tailândia em 1996. O filme é hilário, mas nem por isso deixar de tocar em temas profundos, como o preconceito que sofrem os homossexuais, a dificuldade de aceitação da família em ter um integrante gay, e a necessidade de se trabalhar em grupo para alcançar um objetivo maior, um objetivo comum, superando diferenças e problemas individuais. No time, apenas um jogador não é gay, o que dificulta o convívio dele com seus companheiros (as) de time, mas quando ele relaxa e os aceita como são, é uma festa só. O filme mostra que, apesar de tudo, a vida é bela e merece ser vivida de forma plena, feliz, com alto astral e muita cor. Vibrante, divertido. Mesmo sabendo o final do filme, a gente acaba por torcer pelo time conhecido pela torcida como as damas de ferro. A interpretação do elenco é muito boa. Ao final, junto aos créditos, aparecem as reais damas de ferro em um programa de televisão. Ótima diversão.

sábado, 28 de dezembro de 2013

UM ESTRANHO NO LAGO

Depois de muitos conhecidos comentarem comigo sobre o filme Um Estranho no Lago (L'Inconnu du Lac), aproveitei o sempre insosso final de dia 25 de dezembro para conferir a película no cinema Itaú CasaPark, sessão das 21:30 horas. Ingresso a R$ 11,50, meia entrada por possuir o cartão de crédito Itaú. O filme é uma produção francesa de 2013, dirigida por Alain Guiraudie, merecedor de indicações e prêmios em importantes festivais de cinema ao redor do mundo, como Cannes 2013, além de ter sido considerado pela prestigiada revista Cahiers du Cinema como o número 1 na França neste ano que está findando. Não há nenhuma mulher no elenco. Também não há trilha sonora e o cenário é único: uma praia de pedras de um lago em algum lugar no interior francês e o bosque que a circunda. Todas as cenas são externas. O roteiro foca na pegação gay, com cenas fortes, ousadas para um filme não pornográfico. Mostra a busca pelo amor, seja um instante, seja um desejo de ficar junto. É a solidão do ser humano, no caso de homossexuais, que procuram o outro de forma contundente, de forma perturbadora. Franck (Pierre Deladonchamps) frequenta diariamente a praia do lago durante o verão, onde vai em busca de sexo com outros homens. Acaba por conhecer Henri (Patrick D'Assumção), um homem solitário, que não tem o mesmo objetivo de caça, frequentando o lago para pensar na vida. Eles ficam amigos, mas Franck quer mais do que uma simples amizade. Portanto, ele continua na caça e se interessa por Michel (Christophe Paou), um homem bonito, bronzeado, com bigode a la Tom Selleck ou daqueles atores de filmes americanos de praia dos anos setenta. Franck é correspondido, sem saber o quão perigoso é Michel. Mesmo descobrindo a real índole do homem por quem se interessou, Franck se deixa levar pela paixão, pelo desejo carnal. O diretor constrói um belo filme, com ótimos diálogos, mostrando a psicologia dos personagens, revelando o quanto o ser homem pode se deixar levar pela emoção, pela paixão, mesmo tendo conhecimento de todos os perigos pelos quais poderá passar. Seguindo a tradição dos filmes europeus, o final surpreende, deixando para cada um dos que veem o filme concluir o que quiser. Final totalmente aberto, seguindo a linha da paixão além da razão. Eu já sabia que o final era como foi, pois muita gente que conheço comentou justamente a "falta de um final", motivo pelo qual não me surpreendi. No entanto, este não foi o sentimento dominante na sala de projeção. Muitas interjeições de insatisfação foram ouvidas na saída do cinema. Filme preciso, direto, perturbador. Eu gostei muito.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

VIE DE FRANCE - JAMES HALLER

Neste final de 2013 acelerei a leitura. Conclui mais um livro em 26 de dezembro. Tia Duda tinha me emprestado alguns livros, entre eles Vie de France - Uma viagem culinária ao vale do Loire (Vie de France), do escritor e chef James Haller. Livro de 2002, lançado no Brasil pela Publifolha em 2004, com tradução de Eduardo Simantob. Leitura fácil, rápida, direta. É um relato das férias de 30 dias que o autor passou na companhia de amigos, todos americanos, em uma casa alugada na cidade de Savonnières, no interior da França, localizada no famoso Vale do Loire, repleto de castelos. Ao ler o dia a dia de Haller, fiquei com vontade de conhecer os locais por onde ele passou, os restaurantes, cafés e padarias. É um relato gostoso de ler em todos os sentidos, pois além de escrito de modo bem tranquilo, sem palavras ou frases rebuscadas, o autor explica cada refeição que fizeram, sempre dividido em café da manhã, almoço e jantar. Para quem não curte culinária, pode ficar um pouco enfadonho a narrativa dos preparos dos pratos, mas se pular tais relatos nada se perde do aspecto turístico da região. Haller e seus amigos refazem seu conceito em relação à França, aos franceses e seus hábitos, muito mais saudáveis do que aqueles praticados pelos americanos. Eles se apaixonam pela cidade de Savonnières e por seus vizinhos. Aquele mito de que os franceses recebem mal e sempre estão de mau humor é desfeito na concepção do autor, mesmo havendo um relato, já mais para o final do livro, sobre o atendimento em um restaurante a uma família de ingleses. A conclusão dele em relação a este atendimento é deliciosa. Leitura despretensiosa e muito agradável.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

VIVENDO DESESPERADO

John Waters é um diretor maldito. É daqueles que se ama ou se odeia, sem direito a meio termo. Vi quase toda a filmografia deste diretor americano. Sem maiores pretensões, estava vendo os lançamentos em DVD na Livraria Cultura quando me deparei com uma edição dupla contendo dois de seus filmes: Polyester e Vivendo Desesperado. O primeiro eu já conhecia, mas não tinha em minha coleção, enquanto o segundo nunca tinha tido a oportunidade de ver. Não tive dúvidas, comprando de imediato o DVD. Em casa, coloquei no aparelho Vivendo Desesperado (Desperate Living), produção americana de 1977. No elenco, um bando de atores feios ou enfeiados para a produção, tais como Susan Lowe (Mole), Liz Renay (Muffy), Edith Massey (Rainha Carlotta), Jean Hill (Grizelda), Mink Stole (Peggy Gravel) e Mary Vivian Pearce (Coo Coo). O filme tem cerca de uma hora e meia de duração e o que aparece na tela durante a projeção não é para qualquer um. Perversão, sujeira, mendicância, atitudes que passam longe do politicamente correto, idolatria a grandes assassinos e ditadores da história mundial, enfim, tudo o que há de mais repulsivo está no filme. Interpretações que beiram o pastiche, personagens que gritam o tempo inteiro, cores e figurinos berrantes. Para quem tem estômago fraco, é melhor passar longe deste filme. Cito aqui uma cena que, com certeza, deixa muita gente com ânsia de vômito: Peggy Gravel e Grizelda são presas e levadas à presença da Rainha Carlotta que as obriga a comer baratas vivas. Ainda há outras coisas do mesmo tipo...Na parede do castelo onde vive a rainha de Mortville, uma cidade de renegados e pervertidos, um verdadeiro lixão a céu aberto, estão quadros de Charles Manson (famoso serial killer americano), Hitler e Idi Amim (o ditador que governou Uganda). O domínio do elenco feminino não é por acaso, pois a maioria das personagens são lésbicas. A história é uma pérola do nonsense: Grizelda ajuda |Peggy a matar o marido, o que as faz fugir para Mortville, onde alugam uma espelunca do casal lésbico Mole/Muffy, e tem que enfrentar a Rainha Carlotta e suas ordens esdrúxulas, como o dia do inverso, quando todos da cidade tinham que vestir suas roupas ao contrário e só andar de costas. Caso contrário, seriam fuzilados. A exceção fica por conta dos adeptos do nudismo. Cenas surreais povoam a história o tempo inteiro, como a ida de Mole ao hospital para fazer uma cirurgia de troca de sexo, implantando um pênis artificial para satisfazer sua parceira, a estonteante loura peituda Muffy, ou a continuação desta cena, quando Muffy rejeita o pênis, fazendo com que Mole o corte com uma tesoura e a própria loura costura uma nova vagina em Mole. Surreal é pouco para definir tais cenas. O cartaz do filme, rejeitado por muitos jornais e revistas americanos à época do seu lançamento, já diz tudo. Se eu visse este filme quando ele foi lançado nos cinemas ou mesmo durante a década de oitenta, talvez eu teria outra opinião do que a que tive neste final de 2013. Hoje, achei o filme bobo e muito ruim.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

STAR TREK - ALÉM DA ESCURIDÃO

Passei batido nos cinemas quando esteve em cartaz o segundo filme da nova série Star Trek, chamada no Brasil em tempos idos de Jornada nas Estrelas. Como fã de filmes de ficção científica, ao comprar os últimos presentes natalinos, adquiri a versão em BD para Star Trek - Além da Escuridão (Star Trek Into Darkness), produção americana de 2013. Como o primeiro filme da reinvenção da clássica série dos anos sessenta, coube a J.J. Abrams a direção. No elenco, os mesmos atores que deram vida aos principais personagens da saga: Chris Pine (Kirk), Zachary Quinto (Spock), Zoe Saldana (Uhura), John Cho (Sulu), Karl Urban (Bones), Simon Pegg (Scotty) e Anton Yelchin (Chekov). Além deles, ainda estão no elenco Benedict Cumberbatch (Khan) e Peter Weller (Marcus), além de nova rápida aparição de Leonard Nimoy, o eterno Dr. Spock da série televisa e dos seis primeiros filmes para as telonas, vivendo o Spock Prime. Achei interessante o modo como os roteiristas atualizaram a série, trazendo elementos de filmes de ação, com muita luta entre os personagens, com o vilão sempre com força, efeitos especiais e som de primeira, sem, no entanto, deixar a áurea e o romantismo da série de sessenta de lado. Para os fãs de carteirinha, há vários elementos que remetem aos capítulos antigos, como uma rápida cena com os inimigos eternos da Enterprise, os klingons, os intercomunicadores que, perto de um smartphone atual, soam antiquados, o teletransporte, a velocidade em dobra da espaçonave e o inimigo Khan. Para quem não conhece os filmes anteriores, o vilão é mais um entre tantos que ocupam a galeria de vilania dos filmes de ficção científica, bem construído e bem interpretado por Cumberbatch, mas para os conhecedores da saga, Khan é um dos mais poderosos vilões que a trupe da Enterprise já enfrentou, com um filme todo dedicado a ele: Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (Star Trek: The Wrath of Khan, 1982). Para quem viu este filme no início dos anos oitenta, o pedido de Spock para falar com o planeta Novo Volcano, quando aparece na tela o Spock Prime, é uma ligação interessante deste filme com aquele de 1982, pois Spock quer saber como Spock Prime conseguiu derrotar Khan. Não por acaso, o vilão dos filmes de 1982 e 2013 é Khan, e ambos os filmes são o segundo de cada série para o cinema. Quanto ao enredo, é aquilo que esperamos de um Star Trek, com Kirk e seus comandados fazendo de tudo para o bem prevalecer, valendo, inclusive, desobedecer ordens superiores. A amizade de Kirk e Spock se consolida. Para dar um toque de romance, Spock deixa aflorar seu lado humano namorando Uhura, agora em papel de destaque na série cinematográfica. Boa diversão.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL

FELIZ NATAL

HAPPY XMAS

FELIZ NAVIDAD

JOYEUX NOEL

عيد ميلاد سعيد

РОЖДЕСТВОМ

メリークリスマス

聖誕快樂

ΚΑΛΑ ΧΡΙΣΤΟΥΓΕΝΝΑ

FROHE WEIHNACHTEN

BUON NATALE

GLÆDELIG JUL

חג מולד שמח

Natal

CORAÇÕES BLUES E SERPENTINAS - LIMA TRINDADE

Lançado em 2007 pela Editora Arte Paubrasil, o livro de contos Corações Blues e Serpentinas, de Lima Trindade, figurava em minha lista de leitura há algum tempo. Gosto da maneira como Trindade escreve, já conhecendo seus dois livros anteriores: Supermercado da Solidão (2005) e Todo Sol Mais O Espírito Santo (2005), além de seus contos em coletâneas. Não consseguia achar o Corações Blues e Serpentinas nas livrarias. Pesquisando o site Estante Virtual, que agrega vários sebos do Brasil, finalmente o encontrei. Ficou um bom tempo na estante lá de casa, pois o excesso de trabalho durante 2013 me impediu de ler regularmente como costumo fazer. Neste final de ano, tenho conseguido tirar um pouco o atraso, praticando o delicioso hábito da leitura. Aproveitei o voo Brasília-Recife, em mais uma viagem de trabalho, para começar a ler os contos de Lima Trindade compilados em Corações Blues e Serpentinas. São quinze contos que tem o relacionamento amoroso como foco. O autor nos envolve de tal maneira que a gente tem vontade de ler imediatamente a próxima história, sem pausas. São histórias que podem acontecer do nosso lado, diariamente. Ele aborda toda a sorte de amores e desamores, de alegrias e tristezas. Mesmo nos contos mais tristes, temos a certeza de que toda forma de amar vale a pena. E Lima Trindade ainda mostra que bebe do suco da arte, com várias referências à música, ao cinema e aos quadrinhos. Por ter nascido em Brasília e morar em Salvador, a maior parte dos encontros e desencontros narrados tem como cenário uma destas duas cidades. Leitura gostosa, agradável, que acrescenta algo no nosso pensar. Gostei muito.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A CONFISSÃO DA LEOA - MIA COUTO

Kitty me presenteou, no início de 2013, com o livro A Confissão da Leoa, obra de 2012 do escritor Mia Couto, de Moçambique, editada no Brasil pela Companhia das Letras. Somente agora, no voo Lima-Guarulhos, li o livro. E li de uma só sentada. Tão logo comecei, não consegui mais parar. A leitura é muito instigante. Gosto muito da maneira como Mia Couto escreve e aqui ele narra toda a história, em duzentos e cinquenta e uma páginas, na primeira pessoa, revezando os relatos entre dois personagens, Mariamar, uma jovem com problemas de relacionamento na família e na comunidade, e o caçador, um forasteiro que veio da cidade grande para matar os leões que atacavam uma pequena aldeia. A história é até simples, pois gira em torno de um ataque de leões às pessoas de uma cidade pequena, uma vila rural, mas o autor consegue abordar tantos temas atuais, como a submissão feminina em países africanos, problemas com o meio ambiente, a falta de respeito com as tradições, as relações inter familiares, o incesto, o jogo de poder político. Os leões são uma ameaça constante, mas ao mesmo tempo são vítimas de um processo de extermínio do ambiente natural onde vivem. Eles acabam virando uma alegoria na história de Couto. O que importa é o ser humano, suas dúvidas, seus anseios, seus desejos mais profundos e carnais. É um jogo de relacionamentos. Os relatos dos personagens começam totalmente desligados entre si, mas vão se aproximando, ora convergindo, ora controversos, mostrando que algo os ligava. E o final tem uma surpreendente confissão, a confissão da leoa. Recomendo.

literatura

domingo, 22 de dezembro de 2013

A VOLTA DE LIMA PARA BRASILIA

Quinta-feira, 12 de dezembro de 2013. Um longo dia de viagem nos aguardava. Depois do café da manhã, era hora de acertar as contas com o Hotel Roosevelt. Minha estadia, com diárias, consumo de frigobar e traslados aeroporto-hotel-aeroporto, ficou por U$ 400,00. A van do hotel que nos transportou até o aeroporto encostou quinze minutos antes do horário combinado para sairmos. Eram 8:30 horas. A volta ficou U$ 2 mais barata por pessoa do que a chegada. Neste trecho, pagamos U$ 12,50 cada um, lançados diretamente na conta do quarto. Saímos mais cedo para o aeroporto. Carro confortável, motorista desatento e sem paciência com o trânsito. Ele fez uma curva tão fechada que subiu no meio-fio, fazendo um barulho enorme. O baque derrubou as malas, mas nem por isso ele se desculpou. Parecia que transportava gado. Demos muitas voltas, ora evitando o trânsito lento, ora desviando de obras nas ruas e avenidas. Chegamos ao aeroporto com bastante antecedência. O aeroporto de Lima é diferente de todos os outros que já passei, pois nele só é permitida a entrada na área de check in a quem tem passagem nas mãos. Ou seja, antes de entrar no edifício do aeroporto, tivemos que mostrar passaporte. Era a primeira de muitas que mostraríamos nosso passaporte naquele local. Não havia filas nos balcões da TAM. Fizemos um despacho rápido. Nem adiantou mostrar que tinha os cartões de embarque no meu celular. A despachante emitiu cartões físicos para mim. Desta vez, não estava na classe executiva. Poltrona 25C. Para sair da área de check in, mostramos novamente os passaportes, quando nos indicaram por onde embarcar. Subimos as escadas, passamos por uma movimentada área de lojas e praça de alimentação, entrando na fila do controle de raio X, onde mostramos o passaporte antes de sermos direcionados para o lado correto da fila. Andamos mais um pouco e nova apresentação de nosso documento para passarmos as malas no raio X. Depois, ainda passamos pela imigração, onde o atendimento parecia ser lento, mas quando chegou a minha vez, não fiquei nem três minutos no balcão, tempo suficiente para um carimbo no passaporte e recolhimento do formulário de imigração preenchido quando da entrada no país. Era hora de cada um por si, pois entramos na área de lojas. Acabei comprando uns artigos de viagem, balas, camisetas alusivas ao Peru e mais um anel de prata na loja da Ilaria. Com as compras feitas, fui para o portão de embarque, parando no caminho para comprar minha última Inca Kola. O horário do voo era 11:55 h, mas ao meio dia a aeronave ainda não tinha pousado. Atrasamos para embarcar e, consequentemente, atrasamos para decolar. Voo lotado. O comandante pediu desculpas pelo atraso, dizendo que o voo duraria quatro horas e meia até São Paulo e que seria possível tirar o atraso durante o voo. Enquanto voamos, comecei e terminei de ler um livro, A Confissão da Leoa, de Mia Couto. Pouca turbulência marcou o nosso voo. Perto de São Paulo, o comandante avisou que devido ao tráfico intenso de aeronaves na região de Guarulhos, nosso pouso fora autorizado para 20: 20 horas, ou seja, vinte minutos após o horário inicialmente previsto. Fiquei preocupado com nossa conexão, pois tudo em Guarulhos é lento, ainda mais quando se trata de esperar bagagens em voos operados pela TAM. Conseguimos sair do avião às 20:43 horas. Fila enorme na imigração, mas ainda bem que andava rápido. Tinha a intensão de passar na loja da Dufry, mas a fila para pagamento me desanimou, pois tinha ainda que passar pela alfândega, ir até o balcão de conexão da TAM para novo despacho de bagagem e fazer todo o procedimento de embarque naquele aeroporto sempre cheio. Não daria tempo. E nada da nossa mala sair. A primeira que deu as caras foi a de LH. Ele pegou sua mala e saiu correndo. Já passavam de 21:15 horas. E nada de mala aparecer. Às 21:40 horas, as três malas apareceram. Eu, Paula e Telma nem pensamos duas vezes, apressamos o passo, passamos pela alfândega torcendo para não nos pararmos, o que não aconteceu, e zunamos para o balcão da TAM, onde uma fila média estava formada. Já cheguei perguntando alto sobre o voo para Brasília. O funcionário TAM disse que era para aguardar na fila, pois o voo já estava fechado. Eu e Paula ficamos na fila, enquanto Telma foi questionar o motivo do fechamento do voo, pois nossas malas demoraram mais de uma hora para aparecer na esteira. Outros passageiros reclamavam o mesmo. O funcionário fez uma ligação interna e gritou para quem fosse para Brasília, São Luís e Aracaju correr e colocar as malas na esteira do despacho. Sem mais delongas, sem conferências, fomos os primeiros a jogar, literalmente, a nossa bagagem na esteira, saindo correndo para o portão de embarque, onde LH estava e nos avisava, por mensagem, que já chamavam para o embarque. Quase atropelei uma família que se despedia atrapalhando quem queria entrar na área reservada a quem tinha cartão de embarque. Nem vi se me xingaram ou não. Corri, passei pelo raio X, desci as escadas rente ao portão 1, encontramos com LH na fila para o embarque remoto. Embarcamos. Conseguimos. Ficou a dúvida se as malas chegariam. Voo lotado. Atraso para decolagem. Somente chegamos em Brasília na madrugada do dia 13. Malas demoraram muito para aparecer na esteira. Todas vieram. Estava de carro no aeroporto. Paguei pelos cinco dias de estacionamento (R$ 124,00) e dei carona para todo mundo, deixando, pela ordem, Paula, LH e Telma em seus respectivos apartamentos, chegando em casa depois de 2 horas da manhã. Ainda desfiz a mala, tomei um longo banho e relaxei. Amanheci com uma gripe fenomenal. Nem fui trabalhar. Vírus inca?

sábado, 21 de dezembro de 2013

RAFAEL - GASTRONOMIA EM LIMA, PERU


Quarta-feira, 12 de dezembro de 2013, 20 horas. Todos prontos no saguão do hotel para irmos jantar no Rafael, mais um badalado restaurante de comida peruana, com toques contemporâneos, que ocupa o 13º lugar na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina. No comando das caçarolas, o chef Rafael Osterling, dono também do restaurante El Mercado, especializado em frutos do mar. Tínhamos feito reserva dois dias antes para uma mesa com seis pessoas: eu, Paula, Maria Cláudia, LH, Fernanda e Telma. Pedro Américo, Valéria e Karina voltaram para o Brasil naquela noite. Pedimos dois táxis na recepção do hotel. O mensageiro negociou o preço da corrida até Miraflores, onde fica o restaurante: s/. 10. Chegamos no horário marcado na reserva. O restaurante já estava lotado, com gente na fila de espera no seu aconchegante bar. Rafael ocupa uma casa de esquina, com dois salões. O maior deles é o utilizado para a refeição, enquanto o menor abriga o bar e uma pequena sala de espera. Muitos quadros e obras de arte ilustram as paredes do restaurante, até mesmo nos banheiros. Há uma enorme brigada de garçons, o que garante um bom atendimento, mesmo com todas as mesas completas. A noite de despedida de Lima merecia um vinho, motivo também para celebrar o sucesso de nosso trabalho na cidade. Com exceção de LH, compartilhamos duas garrafas do vinho tinto chileno Montes Selección Limitada 2011 (s/. 120 cada garrafa), elaborado com um corte de cabernet sauvignon e carmenère. Mostrou-se melhor ao longo da noite, na medida em que respirava nas taças. É melhor quando acompanhado de comida. Antes mesmo de nos sentarmos, a mesa já contava com um cesto de pães artesanais, quentes, elaborados com algumas sementes peruanas, acompanhados por três pastas: azeitona verde, ají amarillo e queijo de cabra, além de um azeite com gotas de redução de aceto balsâmico. Os pães estavam tão bons que pedimos para repor, o que fomos prontamente atendidos. A nova fornada chegou mais fresquinha e com muito mais aroma. Decidimos dividir duas entradas entre nós seis. As opções do cardápio são tantas, que tivemos dificuldades em escolher. Ao final, vieram um pulpo a la grilla, chimichurri de pimientos braseados, aceitunas pendiolo e ajos confitados (s/. 43), e gnocchis de queso de cabra y ricotta, pesto de corte a mano, alcachofas, zucchini, tomate cherry y fuego de mozarella de bufala (s/. 39). Enquanto esperava as entradas chegarem, pedi a senha do wi-fi. Os pratos do Rafael são muito aromáticos e como estávamos próximos à saída da cozinha, cheiros agradáveis instigavam nosso olfato a todo instante. Nossas entradas também eram bem perfumadas. Só experimentei o prato com polvo. Bonita apresentação, a carne estava macia, uma delícia, com um excelente tempero. Os acompanhamentos fizeram seu papel, sem tirar o brilho do polvo. Meu prato de fundo tinha que ser um típico do Peru que ainda não tinha experimentado nesta viagem. Pedi um lomo saltado a mi estilo en aromas de pisco y chicha de jora con huevo de codorniz (s/. 62). Sensacional. O filé mignon, cortado em tiras mais grossas, veio no ponto correto, macio, com um leve sabor de pisco. O detalhe dos ovos de codorna fritos por cima da batata cozida foi perfeito. Foi o melhor restaurante que visitei nesta minha estada em Lima. Não quis sobremesa, nem café. Aguardei os demais da mesa apreciarem seus pedidos doces para pagar a conta, que ficou em s/. 163 para cada um (R$ 137,00). Ao sairmos, pedimos que nos chamassem dois táxis. Rapidamente dois modernos carros estavam à nossa disposição, porém com preços salgados. O taxista queria nos cobrar s/. 30 pelo trajeto Miraflores-San Isidro, alegando que o carro era credenciado nos hotéis e restaurantes da região, que era confortável (realmente o era) e seguro. Conseguimos que ele baixasse o preço para s/. 25. No hotel, era hora de garantir um transporte para o aeroporto na manhã seguinte, o que fizemos na recepção, arrumar a mala e dormir.


gnocchis de queso de cabra y ricotta, pesto de corte a mano, alcachofas, zucchini, tomate cherry y fuego de mozarella de bufala


pulpo a la grilla, chimichurri de pimientos braseados, aceitunas pendiolo e ajos confitados


lomo saltado a mi estilo en aromas de pisco y chicha de jora con huevo de codorniz

Endereço: Calle San Martín, 300, Miraflores, Lima, Peru.
Contatos: +51 1 242 4149.
Especialidade: culinária peruana moderna.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MIRAFLORES - LIMA

Assim que terminamos o almoço no Tanta Larcomar, a turma se dispersou no shopping. Fui um dos últimos a sair do restaurante. Quando estava tirando a máquina fotográfica da bolsa, Karina apareceu chamando-me para ver umas peças em prata na Ilaria, uma famosa joalheria peruana especializada em artigos neste metal. Ela me levou direto para a vitrine com anéis, pulseiras e cordões masculinos. Gostei de três anéis, mas somente um deles coube em meu dedo. Não havia outros tamanhos e nem eles alargavam as peças existentes. Gostei também de uma pulseira em couro e prata, cujo fecho eram duas cabeças de um animal, mas Karina me chochou de cara, dizendo que era horrível. Comprei apenas um anel por s/. 220. Já saí com ele no dedo. Continuei a percorrer os corredores do shopping, vendo vitrines, mas com o firme propósito de nada mais comprar. Telma queria conhecer um pouco a região. Resolvi acompanhá-la. Nós dois saímos do shopping, pegando a calçada da esquerda, margeando, bem no alto, o litoral limenho. Para a esquerda, tivemos uma excelente noção de parte da chamada La Costa Verde. No mar, um bando de jovens buscava as melhores ondas para surfar. Uma bem cuidada calçada, bastante arborizada, era o nosso caminho. Paramos várias vezes para tirar fotos. Telma me perguntou o que era uma construção na cor azul que avançava no mar em presença marcante na região. Era o restaurante Rosa Náutica, que já tinha tido a oportunidade de almoçar por duas ocasiões e nenhuma deles fiquei satisfeito com o serviço e os pratos do menu. Seguimos adiante. De um lado, sempre o mar. Do outro, modernos edifícios. Miraflores bem cuidada. Pequenos trechos de verde são parques com nomes diferentes, mas todos estão unidos pelo mesmo caminho. Paramos em um belvedere, onde há uma escultura enorme chamada Intihuatana, obra do artista Fernando de Szyszlo, cuja percepção varia dependendo do ângulo que nós a vemos. Mais fotos. Atravessamos a simpática Puente E. Villena Rey, alcançando o mais famoso parque da região, o Parque del Amor, cujos bancos de mosaico de pedaços de azulejos lembram muito a obra de Gaudí no Park Guell em Barcelona. A vista que se tem dali é deslumbrante. Os jardins estavam floridos, cenário perfeito para fotos de tudo quanto é evento. Na ocasião, duas senhoras com roupas típicas faziam uma espécie de ensaio fotográfico. Mas o que mais chama a atenção neste parque é a escultura El Beso, do artista peruano Victor Delfin. Ela é grande, em cor de terra, retratando um casal com feições bem indígenas deitado se beijando. Dois policiais fazem a segurança do local. O dia já ia embora. Ventava muito. Era hora de voltar para o hotel. Pegamos um táxi que estava estacionado ali perto. O motorista queria cobrar s/. 20, mas acabamos negociando para pagar s/. 12. Ele fez uma longa volta pelos bairros Miraflores e San Isidro, escapando do infernal engarrafamento de final de tarde em dia útil em Lima. Foi bom que conhecemos mais um pedaço da cidade, pois ele passou por dentro do Bosque El Olivar de San Isidro, reduto de mansões limenhas e declarado como monumento nacional desde 1959. No hotel, tínhamos umas duas horas até sairmos novamente para nosso jantar de despedida da cidade.

Intihuatana, de Fernando de Szyszlo


El Beso, de Victor Delfin

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

TANTA LARCOMAR - GASTRONOMIA EM LIMA, PERU


Os trabalhos na Organização Internacional do Trabalho terminaram por volta de 13 horas da quarta-feira, dia 11 de dezembro de 2013. Após um encerramento formal, momento de descontração: foto de todos os participantes na área externa do prédio. Muitos abraços, sorrisos, apertos de mãos e a certeza que estávamos no rumo certo. Agora era arregaçar as mangas e trabalhar em cooperação para atingirmos o objetivo maior: a erradicação do trabalho infantil na América Latina e no Caribe. A delegação brasileira decidiu despedir-se de Lima almoçando em um local agradável, com vistas para o Oceano Pacífico. Nossa escolha recaiu sobre a filial do Tanta no shopping Larcomar. O Tanta é um dos muitos restaurantes do badalado chef Gastón Acurio e tem como lema "comida casera peruana en un ambiente familiar y acogedor". A grafia moderna e colorida do nome do restaurante não deixa dúvida sobre sua real vocação, um restaurante estilo bistrô, com clássicos da cozinha peruana, mas com opções de sanduíches e pratos mais rápidos também. Não é a toa que possui sete unidades somente em Lima. Foram necessários três táxis para levar todo mundo: eu, Karina, LH, Paula, Telma, Maria Cláudia, Fernanda, Valéria, Pedro Américo e Selim, este último trabalha pela OIT no Haiti. Cada grupo negociou o valor da corrida diretamente com o motorista de táxi. No caso, a corrida para meu grupo ficou em s/. 15 desde a sede da OIT, em San Isidro, até a entrada do Larcomar, um shopping construído respeitando a geografia das falésias de Miraflores. Assim, sua arquitetura é sinuosa e, aproveitando o fato de praticamente não chover na cidade, tem grandes áreas abertas. O Tanta Larcomar está em local de fácil visualização, com uma ótima vista para o mar. Quando chegamos, já perto de 14 horas, estava cheio, sem possibilidades de acomodar o grupo grande nas mesas disponíveis no salão interno. Ficamos no terraço, em mesa localizada próxima à parede de vidro que impede o vento constante do local atrapalhar quem está comendo. Assim que sentamos, dois garçons já nos entregaram os cardápios. Antes de mais nada, pedi uma garrafa de Inca Kola (s/. 6,50), pois estava com muita sede e aquele seria meu último almoço nesta temporada no Peru, tendo que tomar, mais uma vez, este refrigerante doce, muito apreciado pelos peruanos. Resolvi compartilhar uma entrada com alguns da mesa. Pedimos las croquetas triunfadoras (s/. 28). Não houve demora na chegada deste prato. São oito unidades de um bolinho frito feito com batata, recheado com ají de gallina, acompanhando um creme de rocoto à parte. Quando os bolinhos passaram perfumados pela mesa, todos quiseram experimentar. Como os pratos principais já haviam sido comandados, resolvemos partir os bolinhos ao meio, cabendo um pequeno pedaço a cada um da mesa. Muito saboroso. Quanto ao meu prato principal, li e reli o cardápio algumas vezes, mas o que eu queria comer não estava relacionado. Ao perguntar o garçom se eles tinham arroz chaufa, ele respondeu que podiam preparar se eu quisesse. E ainda me ofereceu três tipos deles. Escolhi o que ele chamou de arroz chaufa especial (s/. 38), um arroz com influências chinesas com filé mignon em tiras, frango cortado em cubos e camarões, além de muita cebolinha. Prato simples e rico em sabor. Muito bom. Ainda teve a sobremesa, quando pedi uma copita de suspiro limeño (s/. 12). Doce à base de doce de leite com suspiro. Era bonita, mas estava excessivamente doce. Para finalizar, café espresso. Devolvemos por duas vezes o bendito café, pois chegava frio à mesa, além do sabor não ser dos melhores. É melhor pular o cafezinho no Tanta, pois há uma cafeteria colombiana no mesmo shopping com várias opções de café. Pedimos a conta, dividindo-a por igual. Cada um pagou s/. 71 pelo almoço. Bom lugar para uma refeição rápida.




Endereço: Calle Malecón de la Reserva, 610, Larcomar Shopping, Miraflores, Lima, Peru.
Contatos: +51 1 446 9357. larcomar@tanta.com.pe
Especialidade: culinária peruana em clima de bistrô.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PASSEANDO PELAS GÔNDOLAS DE UM SUPERMERCADO LIMENHO

Depois de muita discussão, de trabalho em grupos e de decisões importantes durante a manhã de terça-feira, dia 10 de dezembro de 2013, quando do segundo dia de trabalho da Iniciativa 2030: América Latina Livre de Trabalho Infantil, evento na OIT em Lima, tivemos uma pausa para almoçar. Diferente do primeiro dia, não tínhamos nenhuma local reservado pela organização do evento. No início da manhã, eles entregaram para cada participante uma lista de restaurantes da região. Cada um ficou livre para escolher o que quisesse fazer e onde almoçar. Eu, Paula e Valéria decidimos fazer uma coisa diferente. Nada de restaurantes badalados e chefes premiados. Fomos para um supermercado. O Wong ficava a seis quadras de onde estávamos. Caminhamos até ele, que fica na esquina de Avenida Dos de Mayo com Calle Alamos. No caminho, vimos vários idosos com jalecos informando que faziam câmbio. Algo comum em Lima. Queríamos ver as gôndolas do supermercado, especialmente as que tinham temperos e produtos da culinária peruana. Percorremos boa parte do local, nos detendo nas estantes de temperos. Eu não quis comprar nada disso, pois não cozinho. Peguei apenas alguns tabletes de chocolate peruano. Quando terminamos nossa escolha e com fome, optamos por almoçar ali mesmo, caso houvesse uma lanchonete ou um café. Vimos a padaria e um setor onde as pessoas compravam comida servida em vasilhame de plástico. Não havia local para sentar. Fomos para o setor de caixa, já com a ideia de procurar algum restaurante na redondeza para comer algo, quando Paula perguntou a um funcionário se havia algum café no supermercado. Ele apontou para a escada rolante, dizendo que o café ficava no segundo piso. Pegamos a nossa compra e subimos. O local estava lotado. Muita gente compra a comida na parte de baixo e sobre para almoçar sentada nas mesas do café. Como não podem entrar sem consumir, compram algum tipo de bebida para acompanhar o rápido almoço. Achamos uma mesa para duas pessoas e nela sentamos. Paula colocou uma terceira cadeira na mesa. Eu fiquei tomando conta do lugar e das coisas, enquanto elas foram comprar a refeição de cada uma. Um funcionário do café veio limpar a mesa e retirou a cadeira, dizendo que naquele local ela atrapalhava a fila do caixa. E era verdade. As duas chegaram com seus respectivos lanches. Foi a minha vez de levantar e fazer meu pedido no caixa. Escolhi duas empanadas, uma de carne e outra de ají de gallina. Para beber, um copo de chicha morada, um refresco de milho roxo, muito consumido pelos peruanos. Tudo estava bem feito e com bom tempero, especialmente a empanada de ají de gallina. Na hora de me sentar, vi alguns sofás vazios, para onde nós fomos.Terminado o lanche, passamos as compras no caixa no piso térreo e voltamos para a OIT. Trabalhamos a tarde toda até por volta de 18:30 horas. Tínhamos um jantar oferecido pela Ministra do Trabalho do Peru em salão reservado no Delfines Hotel & Casino para 20:30 horas. Antes de voltar ao hotel, eu, Paula, LH, Fernanda e Maria Cláudia pegamos dois táxis e fomos para a loja Casa & Ideas, uma loja chilena especializada em artigos de casa, nos moldes de Tok & Stok ou Etna. O trânsito que enfrentamos foi um inferno. Tudo estava parado. Custamos a percorrer um percurso de pouco mais de dois quilômetros. Na loja, comprei uns pratinhos para servir pizza e pregadores coloridos para pendurar roupa no varal. Paula, LH e eu terminamos rapidamente nossas compras, pagamos e pegamos um táxi para o hotel, onde tivemos tempo de apenas tomar um banho rápido, aprontar e sair para o jantar oficial. Fomos de táxi. Por compromisso de última hora, a Ministra que oferecia o jantar não se fez presente. Da culinária peruana, apenas as bebidas (pisco souer e Inca Kola) e o salgadinho servido antes do jantar, tequeño recheado de ají de gallina. No mais, pratos da culinária internacional. Terminado o compromisso, alguns resolveram esticar a noite em um bar, enquanto eu retornei para o hotel. Queria dormir um pouco mais naquela noite.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

MALABAR - GASTRONOMIA EM LIMA, PERU


Durante toda a segunda-feira, dia 09 de dezembro de 2013, tentamos fazer reserva em alguns badalados restaurantes de Lima. Conseguimos mesa para nove pessoas no Malabar, do chef peruano Pedro Miguel Schiaffino, para 20:30 horas daquele mesmo dia. Terminamos os trabalhos na OIT por volta de 19 horas. Decidimos ir direto, sem passar no hotel. Segundo nos informaram, a caminhada da OIT (Calle de Las Flores, 275, San Isidro) até o restaurante durava, no máximo, meia hora. Ficamos checando e-mails no escritório até 19:45 horas, quando resolvemos ir a pé para o restaurante. LH, Maria Cláudia e Fernanda foram antes ao hotel. Assim, eu, Paula, Karina, Valéria, Telma e Pedro Américo caminhamos a passos lentos pela Avenida Jorge Basadre Grohmann, algo em torno de 1,5 quilômetros. Fazia um tempo agradável. Nem calor, nem frio. O trânsito era uma loucura àquela hora. Nem percebemos o tempo passar, pois fomos trocando ideias até lá. Quando chegamos, nossa mesa já estava preparada. Ao fundo do salão à esquerda de quem entra, a última mesa. É o preço que se paga para reservas para grupos grandes, sempre o grupo é acomodado nos piores lugares. O mesmo vale quando se está sozinho. O Malabar está badalado atualmente, pois figura no 76º lugar na edição 2013 da lista dos melhores restaurantes do mundo, organizada pela revista britânica The Restaurant, e ocupa o 7º lugar na lista 2013 dos 50 melhores restaurantes da América Latina, divulgada em setembro durante o festival Mistura, em Lima, Peru. Para beber, continuei no tradicional drinque peruano, o pisco souer. Este estava mais refrescante, pois tinha mais limão e estava gelado. Para hidratar, água com gás Badoit. A decoração do local utiliza elementos indígenas da Amazônia, incluindo pratos e sous-plats. Logo que chegou a minha bebida, pedi a senha do wi-fi, no que fui prontamente atendido. A senha é complicada de guardar. O garçom teve que ditar bem devagar, por mais de uma vez, para quem se interessou na mesa. Quando já tínhamos brindado, chegou o restante do grupo: Maria Cláudia, Fernanda e LH. Antes de tirar os pedidos, o garçom colocou na mesa o couvert da casa: cesto de pães artesanais, feitos com sementes amazônicas, manteiga bem salgada e um ótimo mandiopã, seco e crocante, além de uma fina lâmina de massa de batata doce assada. Também chegou à mesa o mimo do chef, ou seja, bolinhos fritos de milho (choclo) recheados com queijo andino e molho ají. Sensacional. Gosto levemente ácido e picante, quente, com o queijo derretendo por dentro do bolinho. Massa leve e bem temperada. Fiquei em dúvida do que pedir como prato de fundo, pois o cardápio tem várias opções interessantes e diferentes. Foi perguntando ao garçom que cheguei à minha decisão: espalda de cordeiro y piedras del camino (s/. 72). O prato demorou uns vinte minutos para chegar à mesa. Estava curioso para saber o que eram as tais pedras do caminho. Prato com bela apresentação, com a carne de cordeiro cortada em pequenos pedaços, todos eles tostados por fora e bem rosados por dentro, em ponto perfeito. Estava bem macia e saborosa. As curiosas pedras nada mais eram do que três tipos diferentes de batatas selvagens, uma delas doce. Realmente a aparência delas era de pedras, especialmente a de cor mais clara. Estavam apenas cozidas, sem tempero algum. O sabor de cada uma delas era diferente e muito sui generis. Realmente a culinária peruana é surpreendente. Pulei a sobremesa e o café espresso. Depois de quase três horas no restaurante, que esteve lotado o tempo inteiro em que lá estivemos, era hora de pagar a conta. Dividimos por oito, já que Telma não ficou para jantar. Apenas nos acompanhou até o restaurante e foi embora dormir. Cada um pagou a quantia de s/. 130 (R$ 106,00). Gostei muito da experiência amazônica. Pedimos ao garçom que nos chamasse dois táxis. Ele foi gentil, mas disse que os táxis demorariam em torno de meia hora para chegar. Resolvemos ir para a rua. Logo paramos dois carros. Por s/. 10 cada um, voltamos para o hotel. Já passava da meia noite. Mais trabalho de grupo nos aguardava na terça-feria. Hora de dormir.





espalda de cordeiro y piedras del camino

Endereço: Avenida Camino Real, 101, San Isidro, Lima, Peru. (www.malabar.com.pe)
Contatos: +51 1 440 5200. restaurante@malabar.com.pe
Especialidade: culinária amazônica com toques contemporâneos. No site, ele é classificado como de fusão amazônica.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

DELPHOS BISTRÓ - GASTRONOMIA EM LIMA, PERU

Terminada a programação oficial da primeira manhã da oficina de trabalho organizada pela OIT, era hora de almoçar. A organização do evento tinha reservado uma mesa para todos os participantes no restaurante Delphos Bistró, que fica no Delfines Hotel & Casino, a poucas quadras de distância de onde estávamos. Um tímido sol, algo não muito comum em Lima, insistia em esquentar o início de tarde. Fomos caminhando até o restaurante, onde chegamos em menos de quinze minutos. Uma mesa enorme, parecendo com as de uma churrascaria, já estava preparada para nos receber, localizada na parte mais ao fundo do restaurante, à esquerda de quem entra. Lembro-me bem de quando estive hospedado naquele hotel em 1999, quando tomava café da manhã no mesmo restaurante onde agora estava, tendo como atração matinal um show de dois golfinhos em piscina localizada à esquerda. A tal piscina ainda está lá, mas encontra-se em reforma. Sem os golfinhos, portanto. O garçom nos avisou que poderíamos nos servir à vontade do buffet de frios e no buffet de sobremesa. Além disto, chegaria à mesa uma salada de entrada e um prato quente. Tudo isto a um preço fechado de s/. 60 (R$ 48,80) por pessoa, incluindo uma bebida não alcoólica. Quem quisesse outras coisas, poderia pedir, desde que pagasse a diferença. Os brasileiros se sentaram todos juntos, no lugar mais ao fundo da mesa. No meu caso, fiquei na última cadeira, encostado no vidro que dá visão para a piscina. Por causa das obras, o vidro tinha um adesivo fosco. Para beber, não poderia ser diferente. Pedi uma garrafa de Inca Kola. Logo a salada chegou à mesa. Era um bonito prato com alface, palmito, broto de alfafa, tangerina, morango, abacaxi, uva, melão, laranja, tudo regado com um leve molho de maracujá com mel. Quando terminei de comer esta entrada, ainda me servi de alguns frios, pois não resisto ao choclo (milho branco cozido) e à camote (a batata doce deles, com uma cor laranja bem forte, parecendo abóbora moranga). Todos na mesa elogiaram uma copa de polvo em gaspacho de salsa com azeite. Peguei uma copita. Estava excelente. Os garçons começaram a servir o prato quente. Muito tradicionais, serviram todas as mulheres da mesa primeiro. Em seguida, os homens da outra ponta foram servidos. Fui ficando para trás. Tinha gente já se servindo de sobremesa quando meu prato principal chegou. Não houve escolha. Todos comeram o mesmo prato. E para não ter erro, a opção foi servir espetinho de frango, cebola e pimentão vermelho, regado com molho de linguiça e pimenta rosa, acompanhado por purê de batatas. Prato digno, com destaque para o sabor do molho. Era chegada a hora da sobremesa. Fui ávido por um doce típico, mas não tinha nenhum deles. Experimentei uma copa de maçãs caramelizadas cortadas em pequenos cubos, além de um pequeno pedaço de cheesecake com pralinê de avelã. Nenhum deles me chamou a atenção. Pagamos a conta e voltamos, também a pé, para a OIT, onde passamos a tarde inteira em mais dinâmicas de grupo para ajudar a definir estratégias para a Iniciativa 2030: América Latina Livre de Trabalho Infantil




Endereço: Calle Los Eucaliptos, 555, San Isidro, Lima, Peru.
(http://www.losdelfineshotel.com/restaurants-lima-peru-es.html).
Contatos: +51 1 215 7000.
Especialidade: culinária internacional, com alguns pratos mais tradicionais da cozinha peruana.

domingo, 15 de dezembro de 2013

MERCADO ÍNDIO

Pegamos dois táxis na porta do restaurante Pescados Capitales (Avenida La Mar, 1.337, Miraflores) em direção à rua onde ficam os mercados de artesanato peruano. No primeiro carro foram Telma, Paula e Valéria. Eu, LH e Karina esperamos mais um pouco até que uma SUV encostou. Era um táxi sem identificação, mas com credencial do restaurante. O taxista quis nos cobrar s/. 20, alegando que o carro era blindado e seguro. Negociamos o preço, argumentando que nossas amigas tinham saído naquele instante para o mesmo local e pagariam s/. 10, até ele concordar em fazer por s/. 15. Fiquei a pensar quem me provava que o carro era blindado e qual seria a minha necessidade de andar em um carro com tal característica. O trânsito fluiu bem. Ele nos deixou na esquina da Calle General Vidal Flores com Calle Suarez, onde havia uma entrada para o Mercado Indio. Demos uma volta. Não era o que eu conhecia e nem achamos as que foram na frente. O mercado estava vazio, com os vendedores nos chamando para ver seus produtos. Resolvemos sair para a rua principal, a Avenida Petit Thouars, onde há outros mercados e shoppings que vendem artesanato e artigos de prata, muito apreciados pelos turistas por causa da qualidade e dos preços. Reconheci a rua, apontando para a esquerda, onde estava o mercado maior, o que eu tinha estado da outra vez em que visitei Lima. Enquanto andávamos, recebi um SMS de Telma informando que elas estavam no Miraflores Indian Market (Avenida Petit Thouars, 5.321). Era para onde estávamos indo. Este mercado é bem maior, com corredores em várias direções cheio de lojas com os produtos típicos do Peru. Assim, vimos muita prataria, artigos de cerâmica, com destaque para as peças natalinas, já que a época favorecia as vendas destes produtos, instrumentos musicais de madeira, daqueles que a gente vê quando topamos com peruanos tocando El Condor Pasa em ruas das maiores cidades do mundo, tecidos coloridos, souvenir com alguns símbolos peruanos, como a lhama e o touro com chifres dourados, chamado torito de pukara, além de camisetas, chaveiros, marcadores de livros, badges para mochilas, imãs, entre outros itens. Eu não tenho muita paciência para rodar e pesquisar preços, ainda mais que tudo me parecia mais do mesmo, até os vendedores. Dei duas voltas completas pelos corredores, comprei um avental com um desenho de uma receita de ceviche e três velas decoradas, típicas de Cusco. Karina também decidiu rapidamente suas compras. Confesso que artesanato custa a me chamar a atenção. Tem que ser muito diferente e original. Como tudo ali parecia ser produzido em série, perdi o interesse rapidamente. LH e Paula também fizeram suas compras. Nós quatros ficamos um bom tempo na praça central do centro de artesanato aguardando Telma e Valéria, que tinham desaparecido entre as lojas. LH tentou achá-las, indo até nos outros centros comerciais vizinhos, mas não as encontrou. Esperamos mais um tempo. Em uma última tentativa e já com o dia terminando, LH encontrou as duas em uma loja de artigos de prata. Comunicou a elas que estávamos indo embora para o hotel, que não ficava distante do mercado. Resolvemos ir a pé. Saímos para a direita, na própria Avenida Petit Thouars, caminhando até a movimentada Avenida Angamos Este, onde viramos à esquerda. Em um quarteirão, ao atravessar a Avenida Arequipa, ela troca de nome para Avenida Angamos Oeste. Caminhamos sem pressa por esta via até a Avenida Comandante Espinar, onde viramos à direita, para andar duas quadras, alcançando a Plaza Agustín Gutierrez, onde há uma série de restaurantes de rede conhecidos como TGI's Friday, Chilli's, Starbucks, McDonald's, e Bembos, além de um movimentado centro comercial com salas de cinema. O combinado era sair mais tarde para jantar, mas como a maioria dos restaurantes interessantes limenhos não abre aos domingos de noite, identificamos ali um local para um plano B. Na praça, viramos à esquerda na Avenida Emilio Cavenecia, indo em direção à Calle Miguel Dasso. Mais duas quadras e chegamos à Calle Alvarez Calderón, onde ficava nosso hotel. Eram 18:45 horas. Combinamos de nos encontrar no saguão do hotel às 20 horas, horário em que nosso amigo Pedro Américo chegaria da Suíça, para jantarmos. Cheguei no quarto, tomei uma rápida chuveirada e deitei. Nada mais ouvi. Nem telefone, nem campainha. Acordei às 02:00 horas da madrugada. Um bilhete debaixo da porta informava o horário que deveria estar na recepção do hotel na manhã daquela segunda-feira, quando os táxis estariam nos esperando para nos levar para a oficina de trabalho na OIT. Voltei para a cama. Já de manhã, durante o café, descobri que ninguém tinha saído para jantar. O domingo fora puxado para todos nós.