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sábado, 11 de abril de 2009

CEARÁ, TERRA DO SOL.



Sábado de Aleluia. Nada de malhação de Judas. Acordamos cedo, mas a chuva caía sem parar, chuva fina, chata. Voltamos do café da manhã e dormi de novo, pois tinha dormido muito mal a noite anterior, talvez por causa do colchão e da cama de solteiro (desacostumei totalmente). Acordei ao meio dia e meu amigo já me chamava para a praia, pois o tempo tinha aberto e fazia um lindo céu ensolarado. Protetor solar no corpo, óculos escuros, chapéu, mochila e pegamos um táxi para a Praia do Futuro. Antes, reclamamos na portaria que a lâmpada tinha despencado, ficando presa somente pelos fios elétricos na madrugada, mas como não havia pessoal da manutenção, o conserto ficou para a manhã deste sábado.
O motorista do táxi quis indicar uma barraca, mas falamos que já tínhamos um destino certo: Barraca Cabumba, reduto gay na Praia do Futuro. De qualquer forma, pedi a ele que indicasse uma barraca boa. Resposta mais do que esperada: Crocobeach (a barraca que ficamos no dia anterior). O motorista, como os demais, falou bastante, incluindo dicas e localização de vários pontos para visitação ou diversão. Preço da corrida: R$15,00 (não era bandeira dois).
O meu amigo desce primeiro e fica parado esperando eu sair do carro. Passa um minhoco e disse para ele não ter medo, pois ali não havia ladrão. Não entendemos de imediato, mas logo escutaríamos algo diferente. Fotos na entrada para nossos registros diários.
Barraca Cabumba: muita simplicidade, em especial se compararmos com a Crocobeach (um verdadeiro complexo de lazer), mas o atendimento muito eficiente e cordial. A supervisora foi logo em nossa mesa/cabana e nos informou sobre os perigos de entrar no mar com relógio, anéis e cordão (tudo que eu estava usando), pois possíveis ladrões rondavam a praia na beira mar. Também pediu para prestarmos atenção nos ambulantes, especialmente aqueles que oferecem serviços de tatuagem temporária, pois costumavam colocar o material deles em cima das mesas e ao recolhê-los, levavam junto roupa, máquinas fotográficas, óculos e outros pertences dos frequentadores.
A música mecânica estava ótima, bem selecionada, diversificada, desde mpb, passando por rock nacional e pop rock internacional. O cardápio é lotado de opções de comida regional, mas para quem está de dieta e com fome, com poucas opções. Logo optamos por um arrumadinho.
Meu amigo observa que o movimento está fraco, apesar da hora e que as finas e "bunitas" estão ausentes (será o medo de assaltos?). Havia muita mulher e muito casal gay, bem descontraídos, com direito a vários beijos na boca e gestos de afago e carinho.
O sol lindo no céu.
Banheiros limpos durante todo o tempo em que lá ficamos. Chuveiros de água doce fracos, mas com água também durante todo o tempo em que lá ficamos.
Ao completar quatro horas que curtíamos o tempo, a cena e a barraca, pedimos a conta. Valor: R$33,21.
Logo na saída, um táxi parecia nos esperar. O motorista simpático e falante. Deu dicas de outras barracas na praia e das noites de Fortaleza. Confirmou o Pirata para a noite de segunda-feira, o Clube do Vaqueiro para quarta, o Arre Égua para sextas. Enfim, nos deu um leque de opções para nossas noites de férias. Preço da corrida: R$20,00 (com bandeira dois).
Rápida parada no hotel, a lâmpada do quarto continua despencada. Preparamos para a caminhada na praia. Reclamamos pela terceira vez sobre a lâmpada e uma simpática recepcionista disse que estaria resolvido quando voltássemos.
17 horas. Caminhada ida e volta da Praia de Meireles, na altura do Hotel Mareiro até a Ponte Metálica (na Praia de Iracema). Constatamos o abandono do local (que está recebendo nova roupagem) onde outrora fervilhavam bares e restaurantes. A área está bem decadente, com exceção dos hotéis da região, todos reformados e bem conservados. A Ponte Metálica estava muita cheia, mas ela também merece uma reforma básica. Chegamos na ponte já com a noite dando o ar da graça. Ao completarmos uma hora de caminhada, resolvemos sentar em uma mesa bem próxima do calçadão na Barraca Rastro do Sol, na Praia de Meireles. A ideia era ficar bebendo alguma coisa e ver o movimento. Ali sentado, verifiquei que a situação era parecida com a Rambla de Barcelona, Espanha. Muita gente andando para lá e para cá, sem muito objetivo, apenas andar e apreciar os outros e o entorno, performáticos estáticos na calçada imitando anjos e outros personagens, esperando ganhar alguns trocados, e ao tilintar da moeda no recipiente a sua frente, fazem um movimento, agradece e, geralmente, presenteia o colaborador com um pirulito, uma bala ou um simples sorriso. Também há ambulantes, estrangeiros, locais, gente sentada nos bancos, feira de artesanato, homens sanduíche, anunciando shows de humor, restaurantes e passeios turísticos para o litoral leste e para o litoral oeste.
A fome chega, pagamos a conta (R$6,50) e voltamos para o hotel. A recepcionista logo nos comunica que a lâmpada foi arrumada. Banho, relaxamento, atualização de blog.
22 horas. Jantar no Capri Forneria, um restaurante na varanda do Hotel Praiano, Praia de Meireles, bem próximo ao hotel que estamos hospedados. Nos colocaram em uma mesa a céu aberto, mesmo com uma chuva fina caindo, que logo engrossou. Pedimos para trocar de mesa. Serviço lento. A massa estava al dente, mas o molho ao sugo muito ácido. Matamos a fome. Bebo, pela primeria vez nas férias, um café expresso, com o objetivo de ficar acordado na noite e dançar muito na boate. Valor da conta: R$68,60.
Na saída, como em todos os locais de fluxo de turista intenso em Fortaleza, um táxi já esperava. Pela primeira vez, o motorista não era falante. Rumamos para o Dragão do Mar. Paramos na porta da boate Donna Santa. Valor da corrida - R$12,00.
23:40 horas. Porta da boate bem cheia, muita gente e muita bicha quaquá. Entramos na fila. Revista necessária, pagamos a entrada (R$15,00, preço de entrada antes da meia noite), recebemos uma moeda como passaporte para a pista de dança. Joga-se a moeda em um receipiente e a catraca é liberada. Pista de dança enfumaçada e ainda vazia. Fazemos um reconhecimento de área e vamos para o segundo ambiente. Um espaço a céu aberto, com muitas nuvens carregadas no céu, mas sem chuva. Várias mesinhas de madeira, um bar, um caixa, banheiros e um palco bem grande. Alguns músicos passavam o som. Filas para comprar fichas para consumo de bebidas grandes e lentas. A boate vai enchendo. Meu amigo comenta e eu concordo que a nova geração está magérrima, está pintosa e, o pior, todos fazem a sombrancelha. Parece que agora só nascem passivas... Ninguém ostenta grifes, parece bem popular o local. Sem grifes, mas a alegria está estampada no rosto. Diversão total é o lema. Muita cerveja e muito cigarro. O show começa (as boates de Fortaleza sempre tem shows ao vivo). Não sabemos o nome da banda. São dez músicos, um vocalista e um casal de dançarinos. As músicas tem a mesma base, no estilo pagode baiano. Fica nítido que a inspiração que seguem é a do É O Tchan (da época em que Carla Perez ainda dançava no grupo), cantam até duas músicas que foram sucesso da banda no início dos anos noventa. Resolvo dançar, lembrando meus tempos de Carnaval na Bahia. As coreografias se sucediam no palco e no público, que preenchia todo o espaço. Alguns cantavam as músicas, havia até um fã clube da banda. Pergunto para uma moça o nome da banda: Swing Kebra Tudo. O vocalista anuncia que estão gravando naquele show o segundo disco ao vivo. Parece que as músicas são as mesmas do primeiro disco, pois o tal primeiro cd tocou antes e depois do show. Algumas pessoas são chamadas ao palco para uma brincadeira. Nada empolgante. O show continua e eu danço e tiro fotos.
3 horas. Termina o show, após duas horas de música, com algumas repetições para correções na gravação. O vocalista me surpreende. A última música é do repertório gospel. Ninguém pede bis. Alguns travestis e drags invadem o palco para tirar fotos com o dançarino da banda. Ignoram o vocalista e demais integrantes. Entro para a pista interna, onde bombava música eletrônica. Os descamisados estão presentes, mas a maioria das pessoas não ostenta corpos esculpidos em academias de ginástica. Dançamos por quarenta minutos. Pausa para descanso. Meu olho arde muito devido ao excesso de fumaça de cigarro.
4 horas. Saímos da boate, pegamos um táxi, sem conversas com o motorista e fomos para o hotel. Valor da corrida: R$10,00. Cansado, mas sem sono. Preguiça de banho, troco de roupa, passo os cremes noturnos (afinal tenho que me cuidar) e tomo um Tylenol PM. Em minutos o sono chega.

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