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quinta-feira, 16 de abril de 2009

ÊXTASE


Vista de uma das várias lagoas temporárias entre as dunas de Tatajuba

Acordamos cedo, com o dia clareando. Barulhos na varanda do quarto. Não ligo, meu amigo não ouve. De repente ele me chama para trazer a câmara fotográfica porque havia um enorme lagarto verde no parapeito da varanda. Lindo. O momento mundo animal do dia começa.
Café da manhã no hotel, muita fruta, incluindo maracujá delicioso. Fotos nas espriguiçadeiras do hotel na areia da praia. Um bugueiro oferece os seus passeios. Outro chega e é mais convincente. Faz um preço menor do que usualmente se cobra para o passeio até Tatajuba. Fechamos o negócio com exclusividade só para nós dois. Preço cobrado: R$150,00 (o normal é R$180,00). Tatajuba fica a 35 quilômetros de Jeri. Nos preparamos em meia hora e pegamos o buggy na porta do hotel. Meu amigo, por ser mais velho, tem a preferência de escolha de lugar. Ele escolhe o banco dianteiro, ao lado do motorista. eu fico sentado na parte traseira, com visão privilegiada. Saímos às 10 horas, Eli, o motorista, abastece o carro na vila Nova Jeri e seguimos pela praia, mangues, mangues secos, até um braço de mar, rodeado por manguesais, para uma parada opcional. Objetivo da parada:ver cavalos marinhos em seu habitat natural, e de quebra, muitos caranguejos vermelhos. Topamos o programa, descemos do carro e entramos numa canoa. Fomos acompanhados por um casal. O canoeiro explica tudo pelo caminho. O barco desliza bem lentamente, bem junto às margens, próximo ao mangue, para melhor observamos as dezenas de caranguejos vermelhos e os cavalos marinhos que ficam agarrados em plantas bem nas bordas. Logo o canoeiro nos mostra um. Somente eu vejo, ele volta a canoa, aponta para o animalzinho e todos conseguem enxergar. Ele pega o bicho em uma cabaça para todos tirarem fotos. Retorno o animal para a água, sem encostar nele. Orientações do Ibama. Seguimos, mais à frente pequenos baiacus, que comem os caranguejos e os filhotes dos cavalos marinhos. O canoeiro diz que ali há muitos baiacus e tainhas. Mais um cavalo marinho é avistado. O barco continua em sua rota lenta e silenciosa, somente no remo. Resolvemos voltar. Pagamos R$10,00 por cabeça por este passeio. Retornamos ao carro e logo entramos numa trilha entre as árvores secas do mangue. Muita bonita a paisagem. Em seguida, mais praia, mais areia, mais mar. A vista é linda, natureza exuberante, bela, em todo o seu esplendor. No céu há sinais de chuva, mas o sol está presente. Raras vezes vemos um ou outro pescador no mar. Jegues, cavalos e vacas pastam no verde à beira da areia. Urubus no caminho de areia comem carcaças de peixes deixadas por pescadores. Avistamos o Rio Guriú, cuja travessia fazemos em uma balsa simples de madeira. Já fora do Parque Nacional, subimos as dunas brancas e amarelas, dependendo da intensidade da luz solar e chegamos no alto de uma delas, onde outrora era a vila Tatajuba, hoje conhecida como Velha Tatajuba, em contraponto à Nova Tatajuba, vista do alto de uma das dunas. Vários carros estão parados. Parada obrigatória para fotos. A vista é de tirar o fôlego. E o dia estava especial, pois vimos um lado totalmente ensolarado e outro encoberto por nuvens, com chuva a caminho. Continuamos a descer. Nova travessia em balsa. Esta segunda travessia em balsa só acontece nesta época do ano, o inverno como eles dizem, pois há muita chuva. Após a travessia, mais um pouco de trilhas por dunas e enfim o nosso destino é avistado:a Lagoa da Torta. Lindíssima a vista do alto da duna. À direita bem lá embaixo, vejo algumas barracas toscas com redes e cadeira dentro d'água. É para lá que estamos indo. O buggy desce a última duna, para ao lado de vários outros carros e subimos em um barco. Travessia com muitas pessoas, todos turistas, que dura cinco minutos. A barraca indicada pelo nosso motorista é a mais a esquerda, embora não fosse a melhor estruturada. Decidimos seguir o conselho e não nos arrependemos. Cleomir, o garçon novinho da Barraca do João, nos atende muito bem e a caipiroska de maracujá do local é fantástica. Logo ele trás uma bandeja com peixe (pargo e ariagó), lagosta e camarão, todos fresquinhos. Escolhemos o peixe que não conhecíamos, o ariagó, que segundo o garçon e o nosso motorista, era um peixe da família do pargo. O acompanhamento do peixe, que escolhemos grelhado, é baião de dois, farofa e tomate. O preparo demora apenas vinte minutos. O peixe nos foi servido às 13:20 horas. Embora com um sal um pouquinho além da conta, estava muito bom. Ótimo o baião de dois, bem caseiro. O melhor de tudo, nada com coentro (que na minha opinião estraga qualquer prato). Ao terminar o almoço, o motorista avisa que é melhor voltar por causa da maré. Vemos que todos se preparam para a volta. Pagamos a conta do restaurante no valor de R$50,60 e entramos no barco de volta para o local onde o buggy estava estacionado. Surpresa, a travessia neste barco é cobrada, cada um tem que pagar R$2,00. De volta para o buggy, somos o primeiro carro a sair e o motorista resolve mostrar suas habilidades, subindo e descendo as dunas, ao invés de pegar a trilha normal. Descidas, subidas nas laterais das dunas, zigue-zagues, e velocidade, muita velocidade. Foi assim até Jeri. Nunca tinha andando em um buggy com emoção, sempre recusei a oferta quando estou em praias fazendo os passeios nestes veículos, mas desta vez ninguém perguntou nada, o motorista simplesmente fez as manobras que achou interessante fazer. Atravessamos as duas travessias de balsa (cada travessia custa R$10,00 a ida e volta, já incluído no valor ajustado com o bugueiro). Eli nos deixou na praia, bem em frente ao restaurante de nosso hotel às 15:10 horas. Pagamos o valor acertado e fomos para a piscina, onde ficamos até começar a chover, por volta de 16:30 horas. Hora de voltarmos para o quarto, tomar banho, descansar e atualizar nossos registros. É o que faço agora.
A supervisora do hotel, Patrícia, muito amável, liga para o quarto e quer saber se estamos bem, se falta alguma coisa, enfim, depois das reclamações no dia de nossa chegada e tendo falado com meu amigo que iria postar o fato neste blog, o pessoal do hotel está amabilíssimo conosco.
Leio o Guia Quatro Rodas sobre indicações em Jeri. Resolvo agendar nossa volta para Fortaleza em um 4X4 diretamente no hotel. Queremos sair no sábado às 9:30 horas, mas o carro só estará disponível a partir de 11:30 horas. Meu amigo, birrento, não quer. Teremos que procurar em agências de viagem pela vila. A recepcionista do hotel, Taís, muito simpática, diz que tentarão outro carro e que a resposta definitiva do hotel será dada na manhã de sexta-feira, dia 17/04. Nova senha para acesso por 24 horas à internet sem fio do hotel nos custa mais R$20,00. Depois de falar por vinte e cinco minutos pelo skype com meu companheiro e uma amiga, resolvemos sair para jantar. Antes passamos por duas lojas para comprar anéis. Ambos compramos anéis em prata. Comprei um anel em prata 950 (R$85,50) do designer argentino (que mora há cinco anos em Jeri com toda a família) Javier Grané na loja Arte em Prata, na Rua Principal. Nesta mesma loja, meu amigo compra um colar de couro com detalhes em prata. A preocupação dele é o anel não ficar armado, parecendo gola de palhaço, mas a vendedora, esposa do designer, afirma que basta tomar um banho com o colar e ele se moldaria ao pescoço. Ele cede e compra o colar. Em uma loja ao lado, de Alexandre Sidou, compro outro anel em prata 950 (R$176,00). Meu amigo também compra um anel de prata com couro, para combinar com seu recém colar. Já que estávamos na Rua Principal, paramos para jantar no restaurante Casa das Trufas. Havia apenas uma mesa ocupada por dois casais de estrangeiros, que se comunicavam em inglês e em espanhol. Escolho um peixe grelhado, na continuidade de minha heróica batalha pelo emagrecimento. Comida caseira, muito bem feita. Meu amigo quer carne vermelha. Ficamos apenas cinquenta minutos no restaurante. Comemos, bebemos um café expresso e pedimos a conta. Total consumido é de R$68,64. Voltamos para o hotel. Vamos descansar um pouco e temos planos de sair por volta de meia noite, ver o movimento na Rua Principal. A dica que nos deram é ir dançar no Mamma África. Veremos...
Nada vimos, pois ao sair do quarto, a chuva começou a cair fortemente, sem sinais de trégua. Voltamos e, pela primeira vez nesta viagem, após oito dias, meu amigo liga a TV para ver o Programa do Jô. Vejo apenas a primeira entrevista, com um tal de Inri Cristo, que diz ser Cristo reencarnado. Hilário. Fecho os olhos e tento dormir.
Música do dia: apenas os sons da natureza.

3 comentários:

  1. oi tudo ben queria saber si vc pode me dar el mail de javier el designer de prata en jericoacoara que eu sou amigo de ele y nao consigo me contactar un abraco christian de lagoinha ceara

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  2. Prezado Christian,

    Somente comprei um anel na loja dele e não tenho o e-mail.

    Abraços,

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  3. Olá, Anônimo! Eu estive em Jeri e mantive contato com o Javier e sua esposa, Patrícia! O e-mail deles é arteprata@yahoo.com. Boa sorte!

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