A madrugada inteira foi de muita chuva. A minha garganta fica arranhando. Meu amigo liga o ar condicionado e coloca no automático. Acordo com muita tosse e com dor de garganta. Não consigo desligar a porra do ar e ainda há cheiro de cigarro no quarto, o que contribui para a irritação da garganta ficar mais irritante: ar seco e com fumaça. Meu amigo fuma muito e não se preocupa se as pessoas que estão com ele gostam de respirar a fumaça de cigarro no quarto. Tento dormir, mas a tosse não deixa. O barulho da chuva, pelo menos, é reconfortante. O dia clareia, o ar se desliga, pois estava no automático. Durmo um pouco. Meu amigo me acorda desesperado, achando que já passava do meio dia e que perdera o café da manhã. Olho o relógio, sem óculos nada enxergo. Pego o bendito e bingo, 8 horas da manhã. A chuva cai forte lá fora. Esperamos um pouco. A chuva continua forte. Tento dormir, mas a garganta ainda arranha (e não sou Ana Carolina...). A fumaça do cigarro matinal de meu amigo já chega em minhas narinas. Um horror! Levanto, troco de roupa. O telefone toca no quarto. Era a agência do hotel direto de Fortaleza, pedindo desculpas pelo mal entendido sobre o transfer por mim solicitado na noite anterior. Confirmam o 4X4 na hora que eu marquei, 9:30 horas da manhã de sábado. Pego o guarda-chuva e desço para o café da manhã à beira da praia. Areia molhada, goteiras caem do telhado. Muita gente ainda sentada, pois os programas e passeios tem que esperar a chuva passar. Acabamos o café e passamos no spa do hotel. Resolvo fazer duas massagens de uma vez, uma relaxante e uma reflexologia. Meu amigo resolve fazer uma drenagem linfática, afinal ainda está em recuperação de sua lipoaspiração (mas está enchendo a cara de cerveja e comendo muito no café da manhã. Assim não há operação que dê resultados). Às 10:30 horas começo minha sessão de massagens. Camila é a primeira massagista. Simpática, de voz suave, me informa como será a sessão. Ela é de Ribeirão Preto, São Paulo e está há três anos em Jeri (quase todos os profissionais que atuam com massagens, aulas de kitesurf, windsurf, donos de pousadas, hotéis, lojas e restaurantes no vilarejo parecem ser de fora do Ceará). Mãos suaves, óleo perfumado, luz natural quebrada, barulho da chuva, nada melhor para dormir o que não consegui durante toda a madrugada. Não vejo o tempo passar, acho que realmente adormeci. Camila pergunta se está tudo bem, fala para eu ficar ali deitado, pois a próxima massagista, Marta, já havia chegado e estava se preparando para fazer a reflexologia em meus pés. Meu amigo chega para a sua drenagem linfática. Marta, muito simpática, explica que fará uma esfoliação nos meus pés, em seguida a massagem (reflexologia) e, ao final, aplicará uma máscara hidratante nos pés. Sensacional a sessão. A conta por este mimo fica em R$130,00 para minhas duas massagens e R$120,00 para a drenagem do meu amigo. Estes valores são para pagamento à vista, em dinheiro. Saio leve, relaxado, tomo um banho quente. A vontade é de dormir. A chuva continua. Pego o livro "Conversas com Almodóvar" e avanço um pouco na leitura no mezanino próximo à piscina do hotel. Leio por quase quarenta minutos. Resolvo parar. Atualizo este blog.
Saímos para almoçar, decidindo previamente que iríamos para a Rua do Forró, onde nos dias anteriores vimos o Restaurante Dona Amélia sempre com muita gente em suas mesas. Uma amiga sempre diz que restaurante cheio pode ter dois significados, comida boa ou comida barata, podendo as duas características estarem conjugadas. Sentamos em uma mesa na varanda do restaurante. Eram 14:30 horas e apenas uma mesa tinha pessoas comendo. Para sair do trivial, pedimos um prato com peito de frango grelhado. Os preços no cardápio já indicavam a característica de comida barata. A comida não demora, frango grelhado ao molho de mostarda, arroz branco, feijão preto com alguns pedaços de bacon, purê de batata, farofa, salada crua. A apresentação do frango não é das melhores. O molho era grosso, parecia que derrubaram um pote de mostarda em cima do filé e salpicaram algumas sementinhas não identificadas. Como sem muito entusiasmo. A comida não é boa. Não há café expresso. O som é o indefectível cd da infinita série um barzinho, um violão. Lastimável. Pedimos a conta com apenas quarenta minutos lá sentados. Valor: R$40,15. Ao optar pelo pagamento com cartão Visa, a surpresa. Máquina quebrada, fomos levados ao vizinho, um depósito de material de construção. O restaurante devia uma compra para a loja e, ao passar nossos cartões, o Depósito Vitória abatia o débito. Saímos e tomamos uma estradinha pela esquerda e chegamos na igreja local, toda em pedras aparentes. Parada para fotos e continuamos a caminhada. Várias construções e reformas de pousadas. Todos se preparam para a alta temporada, quando os ventos alíseos chegam na vila e com ele trazem uma legião de estrangeiros praticantes de windsurf e kitesurf. Por cima, avistamos um telefone público e ligo para meus pais para dar notícias. Continuamos a caminhada em direção ao mar. À esquerda, avisto o Morro do Serrote, verdejante com suas vaquinhas pastando calmamente e a Praia da Malhada, cercada de pedras. Mais ao fundo, também à esquerda, um dos cartões postais de Jeri, a Pedra Furada. Não a vejo completamente, e a maré não permite que caminhemos até ela. O único acesso possível no momento é subir o morro e desanimamos. Voltamos pela areia da praia para o hotel. Sentamos no bar do hotel e jogamos conversa fora, bebendo café expresso e caipiroska de maracujá. O tempo fechado, mas sem chuva. Turistas persistentes em ver o por do sol sobem a duna homônima. Nada de sol no horizonte. Nativos se preparam para uma pelada na areia molhada da praia. Ficamos neste estado contemplativo, conversando vários temas por mais de uma hora e meia. Resolvemos voltar para o quarto, pois os pingos da chuva começam a cair. Recepção do hotel e nova senha para acesso 24 horas na internet do hotel (mais R$20,00 são debitados em nossa conta).
Depois de um descanso e respostas a e-mails, voltamos a sair, desta vez para jantar. Como é nossa última noite em Jeri, escolhemos o restaurante que mais gostamos aqui, o Leonardo Da Vinci. Pedimos massa e caipiroska de maracujá (todas as caipiroskas desta fruta que bebemos por aqui estavam ótimas). A massa desta vez tinha camarões e abobrinha. O prato estava muito melhor do que no primeiro jantar neste restaurante. Fechamos com um café expresso o jantar e pagamos R$80,00. Voltamos para o hotel, pois precisamos arrumar a mala e estou com muito sono, reflexo da noite mal dormida e das massagens relaxantes feitas nesta sexta-feira. Ao chegarmos no quarto encontramos no chão um extrato de nossa conta para simples conferência. Conferimos e notamos que não lançaram o pagamento efetuado por mim no check in (aquele que não houve impressão do comprovante pela máquina) e havia um lançamento a mais da senha para acesso à internet wi-fi do hotel. Volto e já reclamo na recepção. Quem me atende é o mesmo recepcionista que fez nosso check in. Ele informa que enviará uma mensagem para o responsável e que os estornos só poderão ser efetivados na manhã do sábado, quando fizermos nosso check out. Volto para o quarto, o sono não está me deixando raciocinar. Tempo apenas para atualizar os registros da viagem. Preparo as malas. Cuidados noturnos com a pele e vou dormir. Meu amigo diz estar sem sono e que sairá novamente. Provavelmente vai à festa no Planeta Jeri, na Rua Principal, onde havia uma placa anunciando uma festa chamada Vinte e Poucos Anos, com o melhor do flash back dos anos oitenta.
Música do dia: reggae, muito reggae.
Noel (papai)
ResponderExcluirAdorei o blog!!!
E não sabia o tanto que escreve bem, fiquei cheio de orgulho.
Esse seu amigo de quarto - ex-barriga - não tem mesmo noção com essas baforadas.
Quanto ao encontro estou dentro.
Estou morrendo de saudades.
Você já está linkado nos favoritos do meu blog.
Abs
Estou escrevendo para redimeir o Restaurante Dona Amélia e convida-lo para comer um camarão no abacaxi que especialidade da casa ou um peixe à delicia,pois dessa vez com certeza você vai sair satisfeito.
ResponderExcluirJaline
Prezada Jaline,
ResponderExcluirAgradeço ao convite. Acredito que a escolha que fiz no cardápio para comer tenha sido ruim, mas faltou informação sobre as especialidades da casa. Talvez falte preparo aos que trabalham no restaurante para prestar este tipo de serviço e de propagandear o que há de bom na casa. Viajo muito e, sincereamente, não gostei de Jeriacoacora (você pode achar um absurdo, assim como várias pessoas com quem conversei e conhecem Jeri acharam desta minha percepção). Achei linda, mas só. Falta algo para quem não é totalmente ligado à natureza. Gosto de conforto e de boa gastronomia, além de profissionalismo, o que não vi muito no lugar. Se um dia voltar (o que acho difícil), com certeza passarei no restaurante Dona Amélia para experimentar a especialidade da casa.
Um grande abraço.