Amanhecemos navegando no Canal Ballenero, já na costa sul da Terra do Fogo. O café da manhã foi anunciado pelo sistema de som pontualmente às 8 horas. Fomos para o Comedor Patagônia e desfrutamos de um buffet bem farto. A parte da manhã passamos navegando, observando pelos decks externos ou pelas janelas do Salão Sky a beleza do lugar, com vários picos nevados servindo de fundo. Belas fotos. Após o café da manhã, constava da programação uma palestra sobre a glaciologia na Patagônia, marcada para 9:30 horas no Salão Sky, uma visita à casa de máquinas às 10:45 horas e uma outra palestra, no mesmo salão de sempre, sobre a Terra do Fogo. Dei uma rápida passada em ambas as palestras, mas não fiquei, preferi ficar no quarto, apreciando a paisagem. Também não fiz o tour na casa de máquinas. No horário fui até a loja do navio Stella Australis com meus amigos. Acabei comprando um casaco com a marca da empresa Cruceros Australis. Pesado, na cor verde, protege bem do frio, do vento e da água. Custou U$ 206. Será de pouca serventia no Brasil, mas poderá ser usado em viagens a lugares de muito frio. Fiquei um pouco no terraço superior apreciando a paisagem quando vi dois caiaques remarem em direção ao navio. Eram competidores do tal rally a pé que acontecia na Patagônia, tema de documentário que passara no navio como uma das atrações noturnas. O almoço foi mais cedo, a partir de 12:30 horas, também no Comedor Patagônia e, como sempre, foi anunciado pelo sistema de som do navio. No buffet tinham as seguintes opções: creme de espinafres, tostadas com parmesão, peito de peru ao forno servido em seu próprio molho, arenque em molho de frutos do mar salteados com vinho branco e manteiga, costelas defumadas de porco com mostarda, batatas ao murro, arroz árabe, verduras ao vapor, pepino com iogurte, tomates com aceto balsâmico, milho cozido com bacon, quinoa e mix de folhas. Comida bem feita, mas sem nada de excepcional. Para a sobremesa, preferi uma taça com creme de chocolate e uma bola de sorvete de morango. Terminado o almoço, voltei para o quarto me aprontar para o desembarque do dia, quando estreei meu casaco novo. Todos se reuniram no Salão Sky ou no Salão Darwin, conforme a turma, já paramentados com roupas de frio, com proteção para umidade e eventual chuva, além de ostentar o colete salva-vidas alaranjado no corpo. Às 14:40 horas foram passadas as instruções para desembarcar no Glaciar Pía. Mais uma vez tivemos que obedecer a ordem de entrada nos botes Zodiac, retirando a plaqueta com o número da cabine do colete e colocando-a em armário próprio no deck do segundo piso. Fui um dos últimos a sair do navio. A beleza da baía onde estávamos era impressionante. Blocos de gelo boiavam nas águas verdes do lugar. Ao redor, montanhas com muito verde, rochas e neve. O trajeto do navio à terra firme é rápido. O impacto de ver uma geleira bem próxima da gente é uma experiência única. Fiquei extasiado com a beleza, com a energia que emanava daquela montanha de gelo. Todos ficaram assim. Alguns de boca aberta. Por incrível que pareça, quase ninguém quis retirar os coletes. Também fiquei com o meu. Talvez a sensação de ter que colocá-lo a qualquer momento, visto que a inclinação da geleira é negativa, dando a impressão que poderá se deslocar, cair na água e provocar uma onda gigante. Enquanto os guias explicavam a geologia, um estrondo foi ouvido. Era um bloco de gelo se desprendendo e caindo no mar. Muito bonito, muito interessante. Outros estrondos, alguns mais fortes, outros mais fracos, se seguiram. O guia nos chamou para subir o morro ao lado da geleira até uma espécie de mirante. Enquanto subíamos, começou a nevar bem fraquinho. Para mim um momento especial, pois era a primeira vez que via a neve cair. Do alto a vista é sensacional. Vemos a geleira, uma rocha onde outrora fora um outro glaciar que já recuou, o acampamento dos competidores do rally, a baía, a água verde, os blocos de gelo de vários tamanhos a boiar, o navio ao longe. A quantidade de fotos que o pessoal tirava era incrível. Eu fazia o mesmo. Ao descer, não tive dúvidas em ir até o mar, pegar uma pedra de gelo grande e fazer pose para uma foto. Houve gente que entrou na água (estavam usando botas de borracha de cano alto emprestadas pelo navio) para se sentar nos blocos maiores. Antes de voltar ao bote, como no primeiro desembarque, um garçom estava a postos na praia oferecendo whisky, água, refrigerante e chocolate quente. Fiquei com a última opção. Não tenho medo de errar ao dizer que foi a parte mais bonita da viagem, e olha que ainda veríamos coisas lindas pela frente. Todos de volta ao navio. Começamos novamente a navegar, saindo da linda baía para entrar, por volta de 18:15 horas, na Avenida dos Glaciares, um belo passeio no início da terceira noite a bordo.
turismo
Kd as fotos??
ResponderExcluirLaerte,
ResponderExcluirMeu computador queimou. Estou atualizando o blog pelo netbook que tem velocidade lenta para carregar fotos. Em breve colocarei um álbum de fotos da viagem no Flickr.
Um abraço.