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domingo, 4 de março de 2012

FIM DO CRUZEIRO PELA PATAGÔNIA - USHUAIA, ARGENTINA

Acordei bem cedo, após uma ótima noite de sono. Ao abrir a cortina de minha cabine, dei de cara com a seguinte frase: "Ushuaia - La Capital de Las Malvinas". Estava, com certeza, na Argentina. Olhei o relógio. Eram 6:15 da manhã. Levantei, tomei banho, acabei de fechar a mala e a deixei do lado de fora da cabine. Às 7:30 horas foi anunciado que o último café da manhã a bordo já estava servido no Comedor Patagônia. Encontrei meus amigos e tomamos um sossegado bom café da manhã. Quando voltei à cabine, minha mala já tinha sido desembarcada. Fui para o segundo andar, na recepção do navio, onde peguei meu passaporte com os carimbos da saída do Chile, colocado na Ilha Navarino, e da entrada na Argentina, pelo Porto de Ushuaia. Desembarcamos do Stella Australis às 08:15 horas. Todas as bagagens estavam no porto, do lado direito de quem descia. Uma placa com nosso nome já era visível. Apresentamo-nos para a guia Verônica e para o motorista Carlos. Identificamos nossas bagagens e as levamos para a van que nos aguardava próxima à saída do navio. Um trajeto curto até a saída do porto onde tivemos que descer com as malas maiores para passar pelo raio X na imigração. Foi tudo muito rápido. Tínhamos reserva no Hotel Las Hayas, mas só poderíamos fazer o check in a partir do meio-dia. Por este motivo, contratamos, ainda no Brasil, um tour ao Parque Nacional Tierra del Fuego, saindo direto do porto. O tempo estava nublado e frio. A guia nos disse que nevara no dia anterior, fato raro para o verão em Ushuaia. A primeira parada era fora do parque, na estação do Tren del Fin del Mundo, onde pegamos o trem das 9:15 horas. Trata-se de um passeio pelas terras onde antigos prisioneiros cortavam lenha. Uma maria fumaça conduz os pequenos vagões em trajeto de vinte-trinta minutos até a entrada do parque nacional, com direito a uma parada para tirar fotos. Durante o trajeto, uma guia do trem vai falando sobre a história do lugar nos idiomas espanhol, inglês e português. Ela não falava, mas sim gritava, fazendo todo mundo reclamar. Dentro dos vagões não se podia ficar de pé. O trem vai em velocidade baixa e as janelas dão ampla visão da paisagem, repleta de pastos, cavalos e troncos de árvores mortos. Como na região o frio é constante, não há ação de bactérias para a decomposição das árvores, fazendo com que elas fiquem mortas, mas inteiras por longas décadas. Não é a toa que o trem passa por um descampado cheio destes troncos chamado de cemitério de árvores. Antes da primeira parada, houve um problema com a máquina a vapor, necessitando de chamar a central para enviar uma nova máquina. O processo de troca foi muito rápido. Paramos por dez minutos, tempo suficiente para tirar muitas fotos. Seguimos viagem até a última estação, já no Parque Nacional Tierra del Fuego, onde a van nos aguardava com Verônica e Carlos. Entramos no parque. Não quisemos fazer trilhas, pois chovia. Fomos percorrendo as estradas de terra do parque, admirando a vegetação, especialmente as lengas e a tundra. Paramos em uma baía para tirar fotos e voltamos ao carro, indo, então, para o Centro de Visitantes Alakush. Neste centro há uma lanchonete, um museu sobre a história do parque e de seus antigos habitantes, os yámanas, e uma loja de souvenir, onde acabei fazendo algumas comprinhas (pinguins de pelúcia, pins, protetor de ouvido contra o vento e imãs de geladeira). Ainda no centro de visitantes há um mirante de frente para o rio que corta o parque com displays informando sobre a fauna local, especialmente as aves migratórias que escolhem a região para se reproduzirem. Algumas destas aves nadavam calmamente no rio, como os cisnes de pescoço preto. Voltamos ao carro para nova rota dentro do parque. Paramos em frente a uma placa que indica a distância do fim do mundo para algumas cidades da Argentina. Nesta parada, a guia nos convenceu a fazer uma trilha de vinte minutos em uma passarela de madeira construída em cima do terreno com o objetivo de não prejudicar o solo, já que ali é um sítio arqueológico. A chuva apertou o que nos apressou na caminhada, concluindo o percurso em quinze minutos. Nova volta ao carro. Desta vez para não mais sair até chegar ao hotel. Continuamos um tempo ainda no parque. No caminho de volta à Ushuaia, já que o parque está fora da cidade, a guia nos informou sobre os serviços que tínhamos contratado para os demais dias. Descobrimos que havia um erro, pois nada constava para a quinta-feira, enquanto tínhamos vouchers para um passeio off road de dia inteiro com almoço incluído para aquele dia. Segundo a guia, tal passeio seria na sexta-feira, mesmo dia de nosso transfer hotel-aeroporto. Afirmamos que havia algum erro, pois o passeio era de dia inteiro e na sexta-feira, às 14 horas tínhamos que estar no aeroporto com destino a Buenos Aires. Ela ligou para a empresa e eles ficaram de responder mais tarde, quando estivéssemos no hotel. Já passava do meio-dia quando chegamos ao Las Hayas. Fizemos o check in, deixamos as malas na recepção, pois nossos quartos ainda não estavam prontos, pedimos à recepcionista para reservar para aquela noite uma mesa do restaurante Kaupé e uma mesa para almoçarmos naquela hora no Chez Manu. Muito solícita, ela fez tudo no mesmo instante, chamando, inclusive um táxi para nós. Dissemos que não tínhamos peso argentino, mas ela falou que não havia problema, pois os motoristas aceitavam o pagamento em dólar. O táxi chegou rapidamente. O restaurante era perto. O motorista não gostou muito da ideia de ter que receber em dólar, mas não teve outra solução. Só havia uma mesa ocupada no restaurante que tem uma bela vista da cidade, pois fica no alto de um morro. Assim que terminamos de almoçar, pedimos um táxi alertando ao garçom que só tínhamos dólar para pagar a corrida. O carro não demorou. Quando chegou no hotel, o motorista quis dar uma de engraçadinho, cobrando o que estava no taxímetro, 13 pesos argentinos, como se fossem 13 dólares. Não aceitamos e demos 5 dólares, valor bem superior ao efetivamente registrado. Pegamos as malas, entramos nos quartos, verificamos que ninguém da agência local havia ligado. David ligou para a gerente da agência que quis insinuar que tentaria nos atender no pedido de alteração do passeio. Ele argumentou que não se tratava de um capricho nosso, mas sim do cumprimento de um voucher que indicava que nosso passeio seria na quinta-feira. Foi necessário ligar para nosso agente de viagens, no Rio de Janeiro, e colocá-lo no circuito.  Sem a resposta, saímos de novo para dar uma volta na rua principal da cidade. Fomos no transporte gratuito oferecido pelo hotel, saindo às 16:15 horas. A volta seria às 18:30 horas. Fazia um tempo bonito, com sol, mas muito frito. A rua principal é recheada de lojas de artigos para inverno, de restaurantes, de lojas de souvenir, bancos e uma casa de câmbio, para onde fomos em primeiro lugar. O sistema estava fora do ar e não conseguimos fazer a troca de dólares por pesos argentinos. Tive que sacar dinheiro utilizando o cartão de débito no caixa eletrônico de um dos vários bancos da rua. Entramos em algumas lojas, incluindo um duty free, mas nada compramos. Paramos em uma cafeteria para tomar um chocolate quente. Acabei comendo uma torta de chocolate também. Perto do horário do ônibus, voltamos ao ponto de embarque, quando começou a chover. Chegamos ao hotel, verificamos como era o spa, checamos a resposta da agência que ainda não havia chegado e fomos descansar até a hora do jantar, marcado para 20 horas. Para ir ao Kaupé,  pegamos um táxi. O restaurante estava bem cheio e tem uma linda vista do Canal de Beagle. Jantamos bem, voltando para o hotel. Quando subíamos o morro, ainda no táxi, começou a cair uma leve neve. Enfim, havia uma resposta sobre o off road da quinta-feira. Às 9 horas da manhã o carro nos pegaria no hotel. Já no quarto pude presenciar uma saraivada de neve, dando um bonito efeito branco no horizonte. Nevou a noite inteira.

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