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domingo, 18 de março de 2012

GASTRONOMIA EM BUENOS AIRES, ARGENTINA - TEGUI



Antes de fazer a resenha de costume, tenho uma observação a fazer sobre o restaurante Tegui em Buenos Aires. Concluí que tenho azar quando sigo as indicações de publicações brasileiras sobre os melhores restaurantes da capital argentina. Tive duas decepções no Sucre (ainda hoje indicado em revistas de turismo como a Viagem & Turismo), com o Memorabilia (acho que não existe mais) e agora com o Tegui (indicado em mais de uma publicação da Viagem & Turismo e no guia da série 69 da jornalista Cris Berger). No caso do Tegui, a soberba do chef impressiona, pois embora seu cardápio faça releitura de alguns dos clássicos da culinária mundial, ele não permite que os frequentadores de seu restaurante fotografem os pratos que escolheram para degustar. Não há nenhum aviso neste sentido no cardápio e nem somos informados deste inconveniente quando entramos ou quando nos sentamos, nem mesmo quando fazemos a reserva por telefone, que foi o nosso caso. Aqui cabe uma reflexão. Se pago pelo prato, ele passa a ser meu e, portanto, faço o que quiser com ele, respeitando os princípios da razoabilidade. Assim, posso não comer, posso devorá-lo, posso fotografá-lo, posso gostar, posso detestar, posso levar embrulhado para casa, enfim, há uma série de ações possíveis de serem executadas. Vários clientes passam pelo constrangimento de armarem as máquinas digitais ou seus celulares para fotografar o prato que chegou à mesa, quando são avisados da "proibição" ditada pelo chef Germán Martitegui. Fiquei sem reação na hora, acabei não tirando as fotos que queria. O chef se comporta como se fosse o melhor do mundo. No entanto, o Tegui não figurava entre os 100 melhores restaurantes do mundo eleitos anualmente pelo mais renomado certame desta natureza, o The World's 50 Best Restaurants. Conheço alguns da lista de 2011 e em todos eles pude fotografar à vontade meus pratos.


Endereço: Costa Rica, 5.852, Palermo Hollywood, Buenos Aires, Argentina.

Especialidade: cozinha contemporânea, com variações de cardápio semanalmente.

Ambiente: fica em uma casa escondida, sem placas ou letreiros indicando que se trata de um restaurante. Há apenas um muro grafitado, sem janelas. É necessário tocar um interfone, anunciando que tem reserva. Os salões internos são bem decorados, com toques de modernidade, luz baixa, cores quentes nas paredes. Ao fundo do salão principal fica a cozinha totalmente aberta, visível para o comensais.

Serviço: irregular. A hostess é ótima, simpática, nos oferecendo o cardápio em português assim que notou que éramos brasileiros. Mas quando chegou a vez dos garçons, o serviço foi só piorando. Colocaram o couvert e o amuse bouche em nossa mesa sem explicar o que estava sendo servido. Se eu não perguntasse o que era o segundo deles, não teríamos a informação. Os garçons somem, atendem com mau humor. O pior foi ao final, pagando a conta, quando o garçom retirou o papel da máquina do cartão de crédito e sumiu, sem nem ao menos agradecer, como sói acontecer em qualquer restaurante que se preze.

Quando fui: jantar do dia 24 de fevereiro de 2012, sexta-feira. Éramos três.

O que bebi: apenas água com gás Villavicencio.

O que comi: inicialmente consumimos o couvert, a saber, panquecas com manteiga de ervas e caviar de berinjela, além de cornetos crocantes recheados com queijo de cabra e confit de tomate. O melhor da noite, com certeza. Antes da entrada, uma colher com salmão e pepino foi servida como amuse bouche. Sabor leve e marcante. Pedi como entrada figo assado, presunto, gaspacho de amêndoas e queijo de cabra. O prato estava com muita saída, pois vi vários deles sendo servidos. Não tem uma aparência bonita, mas o sabor é interessante, misturando o doce do figo com a untuosidade do presunto, a personalidade do queijo de cabra e o toque da amêndoa. De fundo, escolhi um magret de pato com pêssegos frescos, iogurte de krein e pudim de pão. Mistura inusitada. A carne do pato estava mais passada do que costumo gostar, mas, ao final, não achei ruim. Diferente de mim, um dos amigos não conseguiu gostar de nenhum dos pratos que ele pediu.

Quanto paguei: $ 314 (U$ 72,11), valor individual.

Minha avaliação: ++1/2. O serviço ruim e a proibição de tirar fotos não me deixam fazer uma avaliação melhor. Não volto lá!

Gastronomia Buenos Aires (Argentina)

Um comentário:

  1. Já estive no Tegui e vivenciei exatamente o que você relatou. Gostei da comida, mas o serviço é muito ruim. Não tenho o hábito de tirar fotos, por isso não tive problemas. No entanto, vi alguns frequentadores sendo constrangidos com a informação de que era proibido tirar fotos dos pratos. Proibição totalmente desnecessária e fora de época. O chef é sem noção.

    No mais, parabéns pelo blog. Sempre passo por aqui.

    Um abraço,

    Gladys

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