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segunda-feira, 26 de março de 2012

XANADU - O MUSICAL

Uma musa, juntamente com suas irmãs, sai do Olimpo e vem à Terra para ajudar um artista em crise existencial  a recuperar sua auto estima e ainda abrir uma casa noturna fora dos padrões a que as pessoas estavam acostumadas. Este é, em síntese, o mote de Xanadu, filme de 1980 estrelado por Gene Kelly e Olivia Newton-John, que ganhou uma versão em forma de musical para os palcos da Broadway em 2007. Este  musical teve a primeira versão brasileira escrita por Artur Xexéo e dirigida por Miguel Falabella. Estava no Rio de Janeiro no último final de semana em que o musical estava em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, localizado no Shopping Leblon. Sem maiores pretensões, passei na bilheteria do teatro no final da tarde da sexta-feira, dia 16 de março, e consegui o ingresso para a sessão da noite, pagando R$ 200,00 para ficar em local centralizado, com total visão do palco. O teatro ficou bem cheio, mas não lotou. Na versão brasileira, a musa, ou semi-deusa, Clio, que adotou o nome de Kira em seu disfarce de mortal, desce à Praça Paris, no Rio de Janeiro, nos anos oitenta, para ajudar Sony, o artista, a abrir uma roller disco. Assisti ao musical pós acidente quando o espetáculo ficou duas semanas suspenso, já que o casal protagonista, Danielle Winits e Thiago Fragoso tinham caído, durante uma apresentação, de uma altura de cinco metros na cena em que simulavam um voo sob a plateia suspensos por um cabo de aço. O ator teve problemas mais sérios e não voltou a atuar no espetáculo, sendo substituído por Danilo Timm. A cena, obviamente, foi cortada, assim como foi suprimido o intervalo que havia durante o musical. Porém, a cena em que Danielle Winits atravessa o palco em um cavalo alado suspenso foi mantida. O público fica com a respiração presa, mesmo sendo bem vagarosa a passagem, pois fica a sensação de que o cabo pode não suportar e causar um novo acidente ao vivo. São pouco mais de 100 minutos corridos a duração da peça. O cantor Sidney Magal também participava do musical, no papel de Dany, um velho empresário, dono do imóvel abandonado onde Sony (Danilo Timm) quer construir sua disco, mas foi substituído por Miguel Falabella nas duas últimas semanas em que o musical ficou em cartaz. O elenco de apoio é hilário, especialmente Sabrina Korgut (Calíope/Afrodite) e Gottsha (Mêlpomene). O exagero que foi a marca dos anos oitenta está presente no figurino, nas perucas, nos cenários, nas cores berrantes e na própria interpretação dos atores. Confesso que fiquei um pouco frustrado em não ver Magal em cena, pois Falabella transformou o musical em uma comédia pastelão, recheada de cacos, ficando muito parecido com os programas Sai de Baixo e Toma Lá, Dá Cá. Os demais atores seguiram a onda de Falabella e também improvisaram muito, com exceção de Danielle Winits, que se mostrou esforçada para cantar, mas sua voz não tem muito alcance. Por falar em música, as versões para o português das canções ficaram muito boas. Gottcha arrasou quando solava alguma música. Um detalhe curioso é que Winits, no papel de Clio/Kira, fica quase o tempo integral do musical sob patins. Os demais atores do elenco, com exceção de Falabella, também usam patins em algum momento. Enfim, ri muito, mas continuo preferindo o filme, com toda a sua áurea kitsch.



artes cênicas

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