CRUZEIRO PELA PATAGÔNIA - NOITE 3

Um pouco antes das 18:15 horas o Salão Darwin estava lotado. Praticamente todos os passageiros lá se concentravam para ver a paisagem na passagem do Stella Australis pela Avenida dos Glaciares. Chovia e ventava bem gelado, mas isto não impedia que muitas pessoas saíssem para os terraços para melhor apreciar as geleiras. Uma narração em inglês, espanhol e francês saía do sistema de som explicando a origem de cada nome das geleiras que foram aparecendo no nosso caminho e suas particularidades. A primeira delas se chama Romanche. Muita gente ficou embasbacada com o que via. Começou a nevar. Em seguida, o tempo fechou com nuvens bem baixas cobrindo a próxima geleira, a Alemanha. Deu para ver pouco dela, pois chovia no momento em que passamos. Neste instante, garçons serviam cerveja e salsichas em homenagem ao país que dá nome à geleira. O tempo muda rapidamente na região. Sorte a nossa, pois a geleira França se mostrou completamente para nós, enquanto apreciávamos as taças de espumante e queijos em homenagem aos franceses. A terceira geleira da avenida é a mais bonita, a que toca o mar, nomeada Itália. No salão, rodada de vinho tinto e pizza. Por fim, a geleira Holanda, quando cerveja e almôndegas eram servidos. Este passeio dura cerca de uma hora. Tivemos, então, uma palestra no Salão Sky sobre o Cabo Horno, local de nossa visita bem cedo na manhã seguinte. Eles nos informaram que o desembarque era às 7 horas da manhã por causa do tempo, muito variável. Só sairíamos do navio se as condições climáticas e da maré permitissem. Somente pouco antes de 7 horas da manhã teríamos a confirmação do que poderíamos fazer. Tínhamos que torcer por bom tempo. Fomos, em seguida, aproveitar o jantar no Comedor Patagônia. Novamente bebi vinho tinto. Vieiras com parmesão ao molho de pebre chilena (um condimento preparado com tomate, cebola, coentro, alho, vinagre, azeite e sal) e torradas de pão de alho foram servidos como entrada, seguida de uma sopa de caldo de congrio. Como prato de fundo, escolhi mais um pescado. Desta vez um salmão grelhado com alcaparras, verduras salteadas e risoto de milho. As vieiras eram tenras, muito saborosas. A sopa de congrio também estava interessante, já o salmão, era apenas mais do mesmo. A sobremesa servida foi um pannacotta de triple seco com calafate. Ótima! Após este jantar, mais uma palestra no Salão Sky, desta feita sobre controle da vida animal. Mesmo sem televisão, internet, celular a bordo, tínhamos informação constante no navio. Mais um documentário foi exibido às 22 horas abordando as etnias da Terra do Fogo. Com muito sono, fui deitar. Desta vez a noite não foi tranquila, pois ao sair dos vários canais da região e navegar um pouco pelo Oceano Pacífico, o barco balançou muito, impedindo que eu dormisse direito.

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