Pesquisar este blog

sexta-feira, 23 de março de 2012

HAIR


Estava em São Paulo no primeiro final de semana de março e aproveitei para ver o musical Hair, pois alguns amigos tinham visto quando esteve em cartaz no Rio de Janeiro e me recomendaram. Consegui comprar ingresso no mesmo dia da sessão, sábado, 17:30 horas, pagando R$ 160,00 em um lugar central com excelente visão do palco. O Teatro do Shopping Frei Caneca recebeu bom público, mas não ficou lotado para ver a versão brasileira do sucesso antigo da Broadway. Conheço o filme de mesmo nome dirigido por Milos Forman, lançado em 1979. Não gosto do filme, mas sempre li que a história é melhor no palco. O musical em terras brasileiras tem versão de Cláudio Botelho e direção de Charles Moeller. São 30 atores em cena representando a geração hippie paz e amor do final da década de 1960, início de 1970, quando o mote principal era "Faça Amor, Não Faça Guerra", em clara oposição à Guerra do Vietnã. Alguns atores da temporada paulistana são figuras carimbadas na recente onda de musicais que fazem sucesso na capital paulista, como Kiara Sasso e Carol Puntel. A montagem é colorida, com muita movimentação e figurino que remonta à moda dos anos setenta, incluindo as vastas cabeleiras. Um toque de humor dá uma cara brasileira ao musical, muito concentrado nas ruas de Nova Iorque. Há uma parte interativa com a plateia que achei despicienda, pois não acrescenta nada na história. A mãe de um dos protagonistas estava entre o público e foi anunciada pelo próprio ator (seria apenas mais uma piadinha como insinuaram alguns anônimos ao ler este post?). No final do primeiro ato todos os atores e atrizes ficam nus no palco, cena totalmente integrada ao contexto histórico do musical. Esta cena mexeu com uma turma de senhoras que estavam sentadas na fileira atrás de onde eu estava, mas se muitos poderiam pensar que elas ficariam chocadas (todas na casa de 60/70 anos), as velhinhas mostraram que estavam em compasso com os ideais de liberalidade pregados pelos personagens do musical. Ficaram bem assanhadas e ainda reclamaram da amiga que comprou os ingressos tão longe do palco. Queriam ver os homens nus bem de pertinho! O ponto forte do musical são as canções, todas em versão para o português, fato que não as diminuiu. Destaco aqui a potência da voz de Juliana Peppi, principalmente na interpretação de Aquarius, uma das canções que teve vida própria fora do musical ao lado de Let The Sunshine In, que encerra o espetáculo, quando muita gente da plateia é puxada para cima do palco para dançar. Hair fica em cartaz em São Paulo até o final de abril. Mesmo tendo se passado 40 anos desde a sua estreia na Broadway, valeu ver a versão brasileira, mesmo o texto soando datadíssimo.



artes cênicas

Um comentário:

  1. Caro SALAME, ela não é mãe do ator!!! É só parte de uma das piadinhas despiciendas!!!

    ResponderExcluir